Em filmes com atores, a repúdia por dublagem é compreensível, afinal por melhor que seja a dublagem brasileira (considerada a melhor do mundo), é possível perceber que a voz não é a mesma, a boca mexe de forma diferente e há casos onde a interpretação do dublador perde a sutileza do personagem, como no caso de O Diabo Veste Prada. Boa parte da interpretação de Meryl Streep, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, estava no tom de som, suave, baixo. Na dublagem, ela perdeu todo o encanto.
Agora, em uma animação, seja com a voz americana ou brasileira, será sempre uma dublagem, se é que vocês me entendem. As cópias passaram a chegar por aqui legendadas apenas recentemente, quem lembra de clássicos da Disney legendados? A dublagem faz parte da animação, seja ela para criança ou não. Na tecnologia 3D então, fica clara a necessidade de uma dublagem para a experiência de imersão ser completa. E a polêmica perde o sentido quando observamos uma pesquisa encomendada pelo sindicato de distribuidores. Já que a maioria do público brasileiro diz preferir filmes dublados.
A questão é que é preciso analisar a pesquisa de forma completa. Pois, ao olhar os dados em separado percebe-se que a preferência pela dublagem se concentra entre os espectadores médio (57%) e eventual (69%). Entre o público mais freqüente, há um empate técnico 46% preferem dublados e 47%, legendados. Ou seja, cinéfilo gosta de filme com o som original. A boa notícia é que com o advento do DVD, onde todas as opções são possíveis, ficou mais fácil para o mercado distribuir seus filmes sem precisar escolher uma única forma. Agora, quem não dispensa a sala escura para ver seus filmes preferidos tem que torcer para continuarem distribuindo sessões legendadas e dubladas.
E você? Prefere filme dublado
ou legendado?