Eu queria acreditar...
Saiu em DVD o segundo longa-metragem da série Arquivo X. Demorei para comentar sobre ele porque queria deixar passar a sensação de desperdício, mas é impossível mudar de idéia e fazer uma boa crítica sobre Eu quero acreditar. O trocadilho inevitável que a maioria dos fãs da renomada série tem na ponta de língua é eu queria acreditar que valia a pena ver novamente Scully e Mulder nas telas. A nostalgia deixava pelo seriado que arrebatou milhares de fãs é imensa. Só quem acompanhou penosamente as nove temporadas sabe o que estou falando. Falo penosamente, porque naquele tempo não era tão fácil encontrar episódios na internet, em Salvador ainda não tinha TV a cabo, a Sky não tinha esse rodo de promoções e a Rede Record judiava dos fãs mudando os horários a toda hora.
O primeiro longa da série foi tiro certeiro, chegou as tela na época em que a série estava em seu auge (entre a quarta e quinta temporada) com uma trama bem embasada que teve continuidade na televisão. Tudo era euforia e os roteiros do melhor que existe em ficção científica nos prendiam na cadeira. A dose de sobrenatural com alienígenas em um Mulder totalmente crente contrastando com uma cética Scully casavam perfeitamente. Com a saída de Mulder da série (da sexta para sétima temporada), Scully foi alterando seu perfil, ficando mais crente, com a idéia fixa de encontrar seu parceiro abduzido da mesma forma que Mulder procurava sua irmã. Após tantas aventuras e mudanças é no mínimo esquisito ver em um novo longa, oito anos depois do final da série, Scully voltar a ser tão cética quando na primeira temporada. É ainda mais estranho ignorarem a forma como o seriado acabou e voltarem com uma história das mais fracas ao estilo dos piores episódios dos nove anos de série. Para completar um final lamentável que Chris Carter teve o despautério de dizer que era um presente para os fãs. Acho que não chega a ser um spoiler dizer que a cena a que me refiro é do casal no meio do oceano em um barquinho dando adeus para câmera... Ou alguém se importa com isso?
O fato é que era melhor Arquivo X ter ficado em nossas memórias com sua química perfeita e seus mistérios assustadores. Se é para voltar com um clima tão insoso, melhor ficar com o mito da maior série televisiva que já acompanhei em todos os tempos. Que Scully e Mulder descansem em paz em nossa memória e nossos DVDs.
O primeiro longa da série foi tiro certeiro, chegou as tela na época em que a série estava em seu auge (entre a quarta e quinta temporada) com uma trama bem embasada que teve continuidade na televisão. Tudo era euforia e os roteiros do melhor que existe em ficção científica nos prendiam na cadeira. A dose de sobrenatural com alienígenas em um Mulder totalmente crente contrastando com uma cética Scully casavam perfeitamente. Com a saída de Mulder da série (da sexta para sétima temporada), Scully foi alterando seu perfil, ficando mais crente, com a idéia fixa de encontrar seu parceiro abduzido da mesma forma que Mulder procurava sua irmã. Após tantas aventuras e mudanças é no mínimo esquisito ver em um novo longa, oito anos depois do final da série, Scully voltar a ser tão cética quando na primeira temporada. É ainda mais estranho ignorarem a forma como o seriado acabou e voltarem com uma história das mais fracas ao estilo dos piores episódios dos nove anos de série. Para completar um final lamentável que Chris Carter teve o despautério de dizer que era um presente para os fãs. Acho que não chega a ser um spoiler dizer que a cena a que me refiro é do casal no meio do oceano em um barquinho dando adeus para câmera... Ou alguém se importa com isso?
O fato é que era melhor Arquivo X ter ficado em nossas memórias com sua química perfeita e seus mistérios assustadores. Se é para voltar com um clima tão insoso, melhor ficar com o mito da maior série televisiva que já acompanhei em todos os tempos. Que Scully e Mulder descansem em paz em nossa memória e nossos DVDs.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Eu queria acreditar...
2009-03-06T17:23:00-03:00
Amanda Aouad
aventura|critica|ficcao cientifica|
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