Divã
Paulo Emilio Salles Gomes costumava dizer que o melhor filme estrangeiro não vale o pior filme brasileiro, porque o último põe a nossa cara nas telas. Sempre achei de um bairrismo exagerado tal frase, afinal bons filmes não tem nacionalidade, são universais. Porém, também me incomoda o rótulo que alguns cinéfilos utilizam para "odiar" filmes brasileiros, principalmente os da Globo Filmes. Claro, a maioria tem um cheiro de televisão e não acrescenta muito à nossa vida. Mesmo assim, é bom ver que o cinema nacional voltou a ocupar as salas de cinema. É na quantidade que ressaltamos a qualidade.
Sendo assim, fui ao cinema assistir ao longa de José Alvarenga Jr. Levando em conta sua carreira televisiva e seus filmes típicos de cinema, não era de se esperar uma direção primorosa. Estavam lá todos os vícios de televisão, os enquadramentos fechados, a movimentação de câmera clichê. E tudo isso passou quase despercebido durante a projeção pelas qualidades que o filme traz.
Adaptado de uma peça com o mesmo nome, Divã me lembrou muito os dilemas de Shirley Valentine também filme e peça, no Brasil interpretado divinamente por Renata Sorrah em sua primeira montagem. Uma mulher madura, com um casamento morno que resolve repensar a vida. Mercedes é uma típica dona de casa, professora de matemática particular e que tem um sonho frustrado de ser pintora. Resolve ir ao analista só por curiosidade e percebe que sua vida está sem graça há muito tempo. O filme tem doses de humor e drama que envolve o espectador de uma maneira gostosa. É uma comédia, não um pastelão, logo as cenas em geral são leves e nos levam a rir de bobagens. Faz parte da vida. Porém, conta também com momentos de reflexão, falando de amizade, relacionamentos e sonhos de uma maneira inteligente.
A interpretação de Lília Cabral é digna de aplausos. Uma excelente atriz em qualquer meio que esteja (foi ela quem protagonizou a peça, sucesso de crítica e público) consegue transitar do riso as lágrimas de forma esplêndida. Mercedes se torna amiga do público na primeira cena, quando relata ao analista (representado apenas por uma sombra) seus dramas pessoais. Alexandra Richter, a amiga, também merece destaque, assim como Paulo Gustavo, seu marido de trejeitos bastante suspeitos. José Mayer, Reynaldo Gianecchini e Cauã Reymond estão mais para embelezar a tela do que para grandes interpretações, mesmo assim, contam para encher as salas de cinema.
Como disse Jorge Alfredo certa vez, cinema também é pipoca, ou seja, diversão leve. Logo, Divã é um programa divertido, fácil e nacional. Vale a pena prestigiar e distrair um pouco a mente.
Para divulgar o filme, a produção fez uma promoção: Você no Divã, onde pessoas enviavam seus vídeos, o melhor ganhou uma máquina fotográfica.
Vencedor do júri:
Vencedor do voto popular:
Sendo assim, fui ao cinema assistir ao longa de José Alvarenga Jr. Levando em conta sua carreira televisiva e seus filmes típicos de cinema, não era de se esperar uma direção primorosa. Estavam lá todos os vícios de televisão, os enquadramentos fechados, a movimentação de câmera clichê. E tudo isso passou quase despercebido durante a projeção pelas qualidades que o filme traz.
Adaptado de uma peça com o mesmo nome, Divã me lembrou muito os dilemas de Shirley Valentine também filme e peça, no Brasil interpretado divinamente por Renata Sorrah em sua primeira montagem. Uma mulher madura, com um casamento morno que resolve repensar a vida. Mercedes é uma típica dona de casa, professora de matemática particular e que tem um sonho frustrado de ser pintora. Resolve ir ao analista só por curiosidade e percebe que sua vida está sem graça há muito tempo. O filme tem doses de humor e drama que envolve o espectador de uma maneira gostosa. É uma comédia, não um pastelão, logo as cenas em geral são leves e nos levam a rir de bobagens. Faz parte da vida. Porém, conta também com momentos de reflexão, falando de amizade, relacionamentos e sonhos de uma maneira inteligente.
A interpretação de Lília Cabral é digna de aplausos. Uma excelente atriz em qualquer meio que esteja (foi ela quem protagonizou a peça, sucesso de crítica e público) consegue transitar do riso as lágrimas de forma esplêndida. Mercedes se torna amiga do público na primeira cena, quando relata ao analista (representado apenas por uma sombra) seus dramas pessoais. Alexandra Richter, a amiga, também merece destaque, assim como Paulo Gustavo, seu marido de trejeitos bastante suspeitos. José Mayer, Reynaldo Gianecchini e Cauã Reymond estão mais para embelezar a tela do que para grandes interpretações, mesmo assim, contam para encher as salas de cinema.
Como disse Jorge Alfredo certa vez, cinema também é pipoca, ou seja, diversão leve. Logo, Divã é um programa divertido, fácil e nacional. Vale a pena prestigiar e distrair um pouco a mente.
Para divulgar o filme, a produção fez uma promoção: Você no Divã, onde pessoas enviavam seus vídeos, o melhor ganhou uma máquina fotográfica.
Vencedor do júri:
Vencedor do voto popular:
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Divã
2009-04-27T09:58:00-03:00
Amanda Aouad
cinema brasileiro|comedia|critica|José Alvarenga Jr.|
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