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Underworld

Continuações são sempre situações delicadas, trilogias então, geram legiões de fãs ou revoltas tão imensas quanto sua divulgação. Recente, o site Dan Meth tentou medir e mostrou que normalmente as trilogias não sustentam o sucesso do original, com raras exceções. Nos anos 80, a sequência do cultuado Highlander surpreendeu negativamente os fãs ao apresentar um segundo filme totalmente futurista e estranho, voltando no terceiro com uma continuação mais digna. Após o sucesso de Matrix que revolucionou o cinema mundial, seus criadores lançaram duas continuações totalmente sem essência, focadas apenas em efeitos especiais e lutas.

Toda essa introdução serve para dizer que chega hoje aos cinemas a possibilidade de Len Wiseman (agora com direção de Patrick Tatopoulos) se redimir com os fãs de Underwold de sua continuação pífia apresentada em 2006. E mais ainda, talvez com a origem da história, os fãs dessa lendária luta entre Vampiros e Lobisomens consigam ver algo a mais nessa pseudo saga criada em cima de muitos clichês, efeitos incríveis e história fraca.

A literatura[bb] já fala deles desde que a palavra foi criada, a cultura Pop trouxe a guerra entre Lobisomens e Vampiros para os jogos, principalmente para os RGPs. O cinema já deu boas demonstrações dessa briga, a exemplo de Van Helsing. Len Wiseman quis aproveitar todo esse burburinho para lançar em 2003 o filme Anjos da Noite (Underworld). Com Kate Beckinsale no papel da protagonista Selene, o filme impressiona pelos efeitos e ambientação, o que não é surpreendente já que Wiseman começou sua carreira como assistente de direção de arte. O ambiente urbano e underground do filme envolve o espectador que se interessa pelo argumento da luta entre as duas raças e do drama da vampira Selene que acredita estar fazendo algo bom e vai descobrindo que há muito por trás da história... O roteiro, no entanto, oscila muito deixando a ação tomar conta das telas, sem um embasamento mais consistente. As interpretações também não são nada demais. Tudo isso, reforçado pela magia do tema transforma Anjos da Noite em um bom filme pop.

Como todo filme pop com uma bilheteria razoável, continuações são logo programadas. E em 2006, chegou as telas Anjos da Noite - A Evolução. Como era de se esperar, o caldo desandou. O clima e ambientação do filme anterior foram deixados de lado e o que se viu na tela foram cenas e mais cenas de ação, em busca do primeiro vampiro. O resultado fez a "saga" cair ainda mais no conceito dos fãs do tema, que temiam pelo que viria a seguir, já que o filme deixou aberto uma continuação.

Foi então, que Len Wiseman surpreendeu. Primeiro deu a direção para
Patrick Tatopoulos, francês mestre em efeitos especiais que havia dirigido apenas um filme anteriormente. Depois, voltou sua história para o início e resolveu contar o amor proibido entre Sonja e Lucian. O tema Romeu e Julieta[bb] parece vingar melhor nessa versão, já que Lucian é o primeiro lobisomen de uma raça pensante, escravo dos vampiros e uma espécie de herói de sua espécie. Enquanto Sonja é a filha do líder dos vampiros.

Nada original, é verdade, mas pelo menos, voltando no tempo, talvez seja possível resgatar um pouco do charme dessa luta secular.

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