Anti-herói não é vilão
“O herói é o homem ou mulher que conseguiu vencer suas limitações históricas pessoais e locais e alcançou formas normalmente válidas, humanas” (CAMPBELL, 1949 p. 28).
Algumas pessoas estão comentando que nunca mais falei de técnicas de roteiro aqui. Então, vamos tocar em um assunto bastante controverso: o anti-herói. Muita gente confunde anti-herói com vilão, mas é exatamente o contrário. Na verdade, um anti-herói é apenas um tipo especial de herói, mas é o protagonista, aquele que vive a trajetória narrada na história e com quem o espectador se solidariza. O vilão é a força contrária ao herói, o antagonista, aquele que tenta atrapalhar a narrativa.
Como defende Vogler, o anti-herói não é o oposto do herói e sim, um tipo especial deste. Alguém que, do ponto de vista da sociedade, é mal visto, mas com quem a platéia se solidariza. E segundo Vogler, nos identificamos com os anti-heróis porque muitas vezes nos sentimos como eles.
Para Vogler, há dois tipos de anti-heróis: o que se comporta de forma semelhante ao herói, mas tem um tom de cinismo ou uma qualidade ferida. E os heróis trágicos, figura centrais de uma história que não é admirável, nem desperta amor e cujas ações podemos deplorar. Mas, o principal é que “ambos são rebeldes e torcem o nariz à sociedade, como gostaríamos de fazer” (VOGLER, 1992 p. 62).
Humphrey Bogart fez dois famosos anti-heróis com uma qualidade ferida, em À Beira do Abismo, ele vive Philip Marlowe um detetive particular que se apaixona pela filha de seu cliente e acaba envolvido em álibis falsos. E em Casablanca, ele é Richard Blane um conquistador enrolado, para alguns um cafajeste, ainda assim é encantador e todos torcem por ele.
Já o herói trágico, quem viu recentemente Som&Fúria, pode identificá-lo em Macbeth, anti-herói de Shakespeare que teve sua personalidade esmiuçada na dita minissérie. Há também o Scarface, o mafioso Tony Montana vivido por Paul Muni em 1932 e Al Pacino em 1983. Possui ações deploráveis, mesmo assim ganha a admiração do público que fica feliz por não estar passando por aquilo.
Algumas pessoas estão comentando que nunca mais falei de técnicas de roteiro aqui. Então, vamos tocar em um assunto bastante controverso: o anti-herói. Muita gente confunde anti-herói com vilão, mas é exatamente o contrário. Na verdade, um anti-herói é apenas um tipo especial de herói, mas é o protagonista, aquele que vive a trajetória narrada na história e com quem o espectador se solidariza. O vilão é a força contrária ao herói, o antagonista, aquele que tenta atrapalhar a narrativa.
Como defende Vogler, o anti-herói não é o oposto do herói e sim, um tipo especial deste. Alguém que, do ponto de vista da sociedade, é mal visto, mas com quem a platéia se solidariza. E segundo Vogler, nos identificamos com os anti-heróis porque muitas vezes nos sentimos como eles.
Para Vogler, há dois tipos de anti-heróis: o que se comporta de forma semelhante ao herói, mas tem um tom de cinismo ou uma qualidade ferida. E os heróis trágicos, figura centrais de uma história que não é admirável, nem desperta amor e cujas ações podemos deplorar. Mas, o principal é que “ambos são rebeldes e torcem o nariz à sociedade, como gostaríamos de fazer” (VOGLER, 1992 p. 62).
Humphrey Bogart fez dois famosos anti-heróis com uma qualidade ferida, em À Beira do Abismo, ele vive Philip Marlowe um detetive particular que se apaixona pela filha de seu cliente e acaba envolvido em álibis falsos. E em Casablanca, ele é Richard Blane um conquistador enrolado, para alguns um cafajeste, ainda assim é encantador e todos torcem por ele.
Já o herói trágico, quem viu recentemente Som&Fúria, pode identificá-lo em Macbeth, anti-herói de Shakespeare que teve sua personalidade esmiuçada na dita minissérie. Há também o Scarface, o mafioso Tony Montana vivido por Paul Muni em 1932 e Al Pacino em 1983. Possui ações deploráveis, mesmo assim ganha a admiração do público que fica feliz por não estar passando por aquilo.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Anti-herói não é vilão
2009-08-05T09:15:00-03:00
Amanda Aouad
Especial|materias|Vogler|
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