Encurralado
1971, surge nos cinemas o filme de um novo diretor, seu nome: Steven Spielberg. Totalmente diferente do que vai se configurar sua carreira como cineasta, Encurralado é um típico filme de suspense com todos os elementos defendidos por Hitchcock, mestre do gênero. A trama criada por Richard Matheson conta a história de David Mann, um homem comum que sai para mais uma de suas viagens a trabalho, corriqueiras, quando encontra na estrada um caminhão-tanque. Ao ultrapassá-lo, o motorista do Plymouth Valiant vermelho parece irritar o caminhoneiro que passa a perseguí-lo pela estrada.
É um road movie aterrorizante, por assim dizer. A tensão é construída a cada cena. A começar pelo início do filme, que tem mais de cinco minutos de uma câmera subjetiva desde a saída da garagem até atingir a estrada. O caminhão começa sua perseguição em doses homeopáticas. Sem nunca ser revelado o rosto do motorista, ele começa a fazer pequenas ultrapassagens e depois não deixa o carro passar, andando em zig zag pela pista. O motorista do carro, em uma boa interpretação de Dennis Weaver, vai percebendo aos poucos que aquele homem não pode ser normal. O que parecia uma birra de estrada, passa a ser um surto obssessiva.
O momento mais brilhante do filme é quando David Mann para no Chuck´s Café, após uma fuga espetacular que o faz bater na cerca de uma fazenda. Ele entra no local e percebe que o caminhão está parado no lado de fora. Ou seja, o caminhoneiro está lá dentro, mas como saber quem é ele? Espectador e personagem ficam em uma tensão crescente observando cada pessoa ali presente. Para complicar a situação, vários figurantes estão com a mesma bota do tal caminhoneiro, que foi vista outra parada, em um posto de gasolina. E ainda há um jogo de cena, com olhares direcionados ao protagonista de maneira suspeita.
A única coisa não fica bem resolvida é o final. Spielberg caiu em um lugar comum da escalada da loucura e não conseguiu resolver bem o seu suspense.
É um road movie aterrorizante, por assim dizer. A tensão é construída a cada cena. A começar pelo início do filme, que tem mais de cinco minutos de uma câmera subjetiva desde a saída da garagem até atingir a estrada. O caminhão começa sua perseguição em doses homeopáticas. Sem nunca ser revelado o rosto do motorista, ele começa a fazer pequenas ultrapassagens e depois não deixa o carro passar, andando em zig zag pela pista. O motorista do carro, em uma boa interpretação de Dennis Weaver, vai percebendo aos poucos que aquele homem não pode ser normal. O que parecia uma birra de estrada, passa a ser um surto obssessiva.
O momento mais brilhante do filme é quando David Mann para no Chuck´s Café, após uma fuga espetacular que o faz bater na cerca de uma fazenda. Ele entra no local e percebe que o caminhão está parado no lado de fora. Ou seja, o caminhoneiro está lá dentro, mas como saber quem é ele? Espectador e personagem ficam em uma tensão crescente observando cada pessoa ali presente. Para complicar a situação, vários figurantes estão com a mesma bota do tal caminhoneiro, que foi vista outra parada, em um posto de gasolina. E ainda há um jogo de cena, com olhares direcionados ao protagonista de maneira suspeita.
A única coisa não fica bem resolvida é o final. Spielberg caiu em um lugar comum da escalada da loucura e não conseguiu resolver bem o seu suspense.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Encurralado
2009-10-20T08:15:00-03:00
Amanda Aouad
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