Gamer
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu duras palavras da crítica especializada. O filme não é tão ruim assim, apesar de evocar O Sobrevivente em uma versão hitech. A premissa, na verdade, é a mesma desde o início da humanidade: homens escravos servindo de diversão aos que tem dinheiro. Afinal, o que eram os gladiadores da Roma antiga? Há uma cena, inclusive, em que Gerard Butler faz um gesto muito parecido com o de Russell Crowe no filme de Ridley Scott, que é quando ele pega um punhado de areia e observa os treinos dos Slayers.
A diferença é que agora, tal qual um desses vídeos games de luta em primeira pessoa, os jogadores controlam os lutadores em brigas reais. A desculpa é que todos que estão ali são condenados a morte e tem uma chance de liberdade se permanecerem vivos por 30 sessões. Perto disso está Kable, controlado pelo adolescente Simon, que virou uma espécie de herói pós-moderno e sonha voltar para sua família. Seria uma premissa interessante, com boas cenas de ação, se Mark Neveldine e Brian Taylor não quisessem ir além, buscando uma crítica pseudo-intelectual ao mostrar uma luta velada contra o sistema implantado pelo empresário sulista Ken Castle (Michael C. Hall), uma reporter irritada e um grupo de hackers liderados por um negro e uma mulher (alguém lembrou de Morpheus e Trinity?) que têm uma tecnologia capaz de libertar o cérebro de Kable...
Além disso, ainda tem as intermináveis cenas na outra plataforma criada por Castle. Society: uma espécie de Second Life degradada, onde sexo e drogas são as principais atividades. Aqui, assim como em Slayers, os jogadores controlam pessoas reais. A diferença é que, dessa vez, são funcionários do jogo, não prisioneiros. Uma espécie de prostituição futurista. É nesse ambiente que vemos a participação quase tosca de Milo Ventimiglia (Peter da série Heroes), como um avatar prestes a ter relações com a esposa de Kable (vivida pela atriz Amber Valletta).
Como se não bastasse, os momentos finais do filme são quase um anti-climax. A começar pela performance estranha de Michael C. Hall, em uma dança surreal ao som de "I've Got You Under my Skin", à conclusão em si na quadra de basquete. A trama parece se perder, deixando a sensação ruim. Os primeiros momentos do filme possuem boas cenas de ação e podem salvar a sua ida ao cinema.
A diferença é que agora, tal qual um desses vídeos games de luta em primeira pessoa, os jogadores controlam os lutadores em brigas reais. A desculpa é que todos que estão ali são condenados a morte e tem uma chance de liberdade se permanecerem vivos por 30 sessões. Perto disso está Kable, controlado pelo adolescente Simon, que virou uma espécie de herói pós-moderno e sonha voltar para sua família. Seria uma premissa interessante, com boas cenas de ação, se Mark Neveldine e Brian Taylor não quisessem ir além, buscando uma crítica pseudo-intelectual ao mostrar uma luta velada contra o sistema implantado pelo empresário sulista Ken Castle (Michael C. Hall), uma reporter irritada e um grupo de hackers liderados por um negro e uma mulher (alguém lembrou de Morpheus e Trinity?) que têm uma tecnologia capaz de libertar o cérebro de Kable...
Além disso, ainda tem as intermináveis cenas na outra plataforma criada por Castle. Society: uma espécie de Second Life degradada, onde sexo e drogas são as principais atividades. Aqui, assim como em Slayers, os jogadores controlam pessoas reais. A diferença é que, dessa vez, são funcionários do jogo, não prisioneiros. Uma espécie de prostituição futurista. É nesse ambiente que vemos a participação quase tosca de Milo Ventimiglia (Peter da série Heroes), como um avatar prestes a ter relações com a esposa de Kable (vivida pela atriz Amber Valletta).
Como se não bastasse, os momentos finais do filme são quase um anti-climax. A começar pela performance estranha de Michael C. Hall, em uma dança surreal ao som de "I've Got You Under my Skin", à conclusão em si na quadra de basquete. A trama parece se perder, deixando a sensação ruim. Os primeiros momentos do filme possuem boas cenas de ação e podem salvar a sua ida ao cinema.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
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2009-10-14T08:23:00-03:00
Amanda Aouad
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