Depois daquele baile
Estava com problemas no meu computador, por isso a ausência. Acabei vendo ontem no Canal Brasil algo interessante. Singelo e sem grandes pretensões Depois daquele Baile foi o filme de estreia de Roberto Bomtempo como diretor. Com um roteiro adaptado da peça de mesmo nome de Rogério Falabella, conta uma história de amor na terceira idade com muita sensibilidade. É uma pena que Bomtempo venha se dedicando a dirigir apenas novelas atualmente.
A história é sobre Dóris, uma viúva sensual dona de uma pensão e que desperta o interesse de dois clientes assíduos: Freitas e Otávio. O primeiro é completamente seguro e machão, o segundo, tímido e hipocondríaco. Sempre próximos, os dois divagam sobre o presente e o passado, demonstrando situações corriqueiras de pessoas mais velhas, suas situações vividas, seus presentes difíceis, seus futuros incertos. Apesar de tudo não perderam a capacidade de sonhar, nem de aproveitar os momentos da vida.
É bonito ver os três passeando por Minas Gerais, fazendo piquenique no parque, dançando na pensão, sonhando em encontrar um amor. Dóris é uma mulher prática, cheia de vida, mas romântica. Não consegue concordar com a modernidade dos novos tempos, onde sexo não está ligado a amor, por exemplo. Uma cena muito interessante é quando sua sobrinha lhe apresenta a internet e os classificados amorosos "Santo Expedito agora é a internet".
Os três atores também contribuem para a história e a química dos personagens. Irene Ravache está na dose certa como a viúva sensata, mas com uma imensa alegria em viver. Marcos Caruso dá o tom certo ao seu Otávio atrapalhado. Agora, Lima Duarte rouba a cena com seu Freitas machão e hilário, nunca dando o braço a torcer e com tiradas incríveis.
Há também uma declaração de amor do diretor pelo seu Estado. Com as paisagens, o modo de viver e as comidas típicas mineiras sempre presentes na vida dos personagens que passam aquele dia a dia com bastante naturalidade. Nada é forçado nem imposto, apesar de explícito. O filme tem drama, comédia e romance em doses certas, construindo uma bela história e um bom divertimento. O roteiro de Susana Schild é bastante feliz ao dosar cada momento. É muito mais do que uma trama sobre um amor na terceira idade, é uma lição de amizade e companheirismo.
A história é sobre Dóris, uma viúva sensual dona de uma pensão e que desperta o interesse de dois clientes assíduos: Freitas e Otávio. O primeiro é completamente seguro e machão, o segundo, tímido e hipocondríaco. Sempre próximos, os dois divagam sobre o presente e o passado, demonstrando situações corriqueiras de pessoas mais velhas, suas situações vividas, seus presentes difíceis, seus futuros incertos. Apesar de tudo não perderam a capacidade de sonhar, nem de aproveitar os momentos da vida.
É bonito ver os três passeando por Minas Gerais, fazendo piquenique no parque, dançando na pensão, sonhando em encontrar um amor. Dóris é uma mulher prática, cheia de vida, mas romântica. Não consegue concordar com a modernidade dos novos tempos, onde sexo não está ligado a amor, por exemplo. Uma cena muito interessante é quando sua sobrinha lhe apresenta a internet e os classificados amorosos "Santo Expedito agora é a internet".
Os três atores também contribuem para a história e a química dos personagens. Irene Ravache está na dose certa como a viúva sensata, mas com uma imensa alegria em viver. Marcos Caruso dá o tom certo ao seu Otávio atrapalhado. Agora, Lima Duarte rouba a cena com seu Freitas machão e hilário, nunca dando o braço a torcer e com tiradas incríveis.
Há também uma declaração de amor do diretor pelo seu Estado. Com as paisagens, o modo de viver e as comidas típicas mineiras sempre presentes na vida dos personagens que passam aquele dia a dia com bastante naturalidade. Nada é forçado nem imposto, apesar de explícito. O filme tem drama, comédia e romance em doses certas, construindo uma bela história e um bom divertimento. O roteiro de Susana Schild é bastante feliz ao dosar cada momento. É muito mais do que uma trama sobre um amor na terceira idade, é uma lição de amizade e companheirismo.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Depois daquele baile
2009-11-23T17:31:00-03:00
Amanda Aouad
cinema brasileiro|comedia|critica|drama|romance|
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