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Sintonia de Amor, tarde demais para esquecer
Sintonia de Amor, tarde demais para esquecer
Comédias românticas possuem sempre a mesma fórmula: Rapaz conhece moça, rapaz perde moça e rapaz reconquista moça. Ou algo parecido com isso. Tem até um filme brasileiro que brinca com os clichês do gênero. Talvez, por isso, Sintonia de Amor tenha chamado tanta atenção quando estreou em 1993, sendo indicado a todos os prêmios de melhor roteiro do ano seguinte. Para começar, o casal principal, vivido por Tom Hanks e Meg Ryan, ficam menos de dois minutos em uma mesma cena. Não há beijos, nem declarações apaixonadas. Há ainda um link engraçadíssimo com o clássico dos anos 50, Tarde demais para esquecer. O sucesso do filme de Nora Ephron foi tanto que Hollywood tratou de lançar uma refilmagem do antigo clássico no ano seguinte.
O filme conta a história de Annie, uma mulher que está prestes a se casar quando ouve um depoimento de um viúvo e seu filho em uma rádio e se apaixona apesar de estar a milhas de distância. Toda a construção do filme é inteligente ao contrastar a fantasia de Annie e Jonah com o pragmatismo de Sam. Annie, uma mulher madura, com a vida resolvida, mas que assiste ao filme romântico, já tendo decorado todas as falas. Jonah, um garoto que quer uma nova mãe que seja uma mulher legal para o seu pai. E Sam, o insone de Seattle, um homem normal que ainda não superou a perda de sua esposa e não encontrou a mulher ideal. A beleza da construção narrativa está nos detalhes, nas pequenas cenas. Podemos definir Sintonia de Amor da mesma forma que Sam define o que sua esposa tinha de especial: "são várias pequenas coisas que juntas me davam a certeza de que deveríamos estar juntos".
Tarde demais para esquecer, dirigida por Leo McCarey, conta a história de um casal, vividos por Cary Grant e Débora Kerr, que se conhecem e se apaixonam em um cruzeiro marítimo. O problema é que ambos são comprometidos e dependem financeiramente de seus parceiros. Resolvem, então, marcar um encontro para seis meses depois, no topo do Empire State, quando já com a vida reorganizada poderiam se casar. Um acidente, no entanto, impede que ela chegue ao local. Por ter ficado paraplégica não esclarece o mal entendido e os dois ficam separados. Mas, como toda boa história de amor, a história não acaba assim...
As melhores cenas de Sintonia de Amor são justamente os cruzamentos com referências a obra de Leo McCarey. Annie e sua amiga assistindo ao filme chorando e repetindo cada fala, a irmã de Sam contando a história e sofrendo, a constatação de Annie que só conseguiu dizer "olá" a Sam, da mesma forma que Débora Kerr. E, claro, o encontro marcado no topo do Empire State.
É um filme despretensioso e muito gostoso de assistir. Assim como o clássico que o inspirou. Aos fãs de Warren Beatty, é interessante ver a refilmagem também, apesar de eu achar que não tem o mesmo charme do primeiro. Uma coisa comum aos três é a bela música An Affair to Remember (título original do filme de 1959).
O filme conta a história de Annie, uma mulher que está prestes a se casar quando ouve um depoimento de um viúvo e seu filho em uma rádio e se apaixona apesar de estar a milhas de distância. Toda a construção do filme é inteligente ao contrastar a fantasia de Annie e Jonah com o pragmatismo de Sam. Annie, uma mulher madura, com a vida resolvida, mas que assiste ao filme romântico, já tendo decorado todas as falas. Jonah, um garoto que quer uma nova mãe que seja uma mulher legal para o seu pai. E Sam, o insone de Seattle, um homem normal que ainda não superou a perda de sua esposa e não encontrou a mulher ideal. A beleza da construção narrativa está nos detalhes, nas pequenas cenas. Podemos definir Sintonia de Amor da mesma forma que Sam define o que sua esposa tinha de especial: "são várias pequenas coisas que juntas me davam a certeza de que deveríamos estar juntos".
Tarde demais para esquecer, dirigida por Leo McCarey, conta a história de um casal, vividos por Cary Grant e Débora Kerr, que se conhecem e se apaixonam em um cruzeiro marítimo. O problema é que ambos são comprometidos e dependem financeiramente de seus parceiros. Resolvem, então, marcar um encontro para seis meses depois, no topo do Empire State, quando já com a vida reorganizada poderiam se casar. Um acidente, no entanto, impede que ela chegue ao local. Por ter ficado paraplégica não esclarece o mal entendido e os dois ficam separados. Mas, como toda boa história de amor, a história não acaba assim...
As melhores cenas de Sintonia de Amor são justamente os cruzamentos com referências a obra de Leo McCarey. Annie e sua amiga assistindo ao filme chorando e repetindo cada fala, a irmã de Sam contando a história e sofrendo, a constatação de Annie que só conseguiu dizer "olá" a Sam, da mesma forma que Débora Kerr. E, claro, o encontro marcado no topo do Empire State.
É um filme despretensioso e muito gostoso de assistir. Assim como o clássico que o inspirou. Aos fãs de Warren Beatty, é interessante ver a refilmagem também, apesar de eu achar que não tem o mesmo charme do primeiro. Uma coisa comum aos três é a bela música An Affair to Remember (título original do filme de 1959).
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Sintonia de Amor, tarde demais para esquecer
2009-11-07T23:26:00-03:00
Amanda Aouad
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