Sem querer adiantar nenhum spoiler, todos já sabem o final da história, por mais que não gostem do estilo musical da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Então, não vejo mal nenhum em declarar que o filme estaria muito bem terminando com a música É o Amor estourando nas rádios. Ali acaba bem a ficção, viria apenas a explicação em lettering sobre a continuação do sucesso e pronto. Alguém me explica porque aquele mini-documentário depois? A dupla verdadeira (não mais os atores) voltando à casa da infância, a foto em família, as cenas do show? Tudo isso poderia estar nos créditos, nos extras, jamais na continuação do longa. Ao colocar ali, o diretor quebra o ritmo, o clímax perde a força, fica a sensação na platéia de que a história já acabou e está enrolando. E, no caso de um filme, a última sensação é a que fica.
Independente disso, no entanto, a história dos dois meninos cantores é bem construída. A trajetória clássica de superação, a vida miserável, o vislumbre de sucesso, a tragédia, tudo se encaixa muito bem, emociona, envolve. Os atores são um destaque a parte, principalmente os pais Angelo Antonio e Dira Paes.
Quando Zezé cresce, perde-se um pouco da magia bem construída, o filme carrega um pouco mais no melodrama e tem sequências cansativas como quando ele conhece Zilú, as dificuldades de Luciano engravidando, casando e separando da mulher, além de algumas cenas em São Paulo antes de compor É o amor. Ainda assim, faz parte da história. E quando Francisco começa a comprar as fichas, a expectativa cresce novamente, deixando o final interessante, com exceção claro, do desfecho já comentado. A trilha sonora pode não agradar a todos, mas percam o preconceito e embarquem na trama.