Irreversível - Nem tudo o tempo cura
Assistimos alguns filmes na vida pela curiosidade de saber como as coisas funcionam por trás deles ou porque a história foi contada daquela forma. Irreversível, do francês Gaspar Noé, é um desses filmes. Quando soube que ele funcionava ao contrário, lembrei de Amnésia, mas quis assistí-lo. Quase me arrependi. O filme não é para estômagos fracos. Tanto que causou polêmica no Festival de Cannes e chamou atenção menos pelo enredo e mais pelas cenas chocantes, abrindo com um espancamento e nos empurrando uma longa cena de estupro a seco.
As atuações magníficas de Monica Bellucci e Vincent Cassel impressionam a cada minuto e me fez sentir asco de toda aquela história sangrenta e pervertida. O grande mérito, no entanto, é mesmo a forma como é filmado: a câmera parada, os planos-sequência, os cortes feitos entre balanços de câmera, tudo feito para que o espectador se sinta desconfortável. E acreditem, não tem almofada nem poltrona que dê jeito. O estupro em plano-sequência, então, deixou a cena do brasileiro Cama de Gato até amena.
A história de um homem que sai a procura de vingança contra o viciado que estuprou e desfigurou sua namorada fala sobre como decisões impensadas podem lhe levar a lugares inimagináveis, de como atitudes impulsivas podem acabar com uma vida ou várias. E vocês já podem imaginar que se trata de uma sucessão de fatos que levam o protagonista a um beco sem saída. Já vimos isso em filmes como Trainspotting e Corra, Lola, Corra!. Dessa vez o tal beco sem saída é o que torna os primeiros trinta minutos impactantes ao extremo. Confesso que quase desisti de continuar, mas a curiosidade em saber como tudo aquilo começou, me segurou.
O argumento é o mais fraco do filme, simples demais. Mas o roteiro construído de trás para frente é bem planejado. No fim do filme, ou no começo da história, a resolução nos faz sentir mais ainda todas as violências que acabamos de presenciar. Nos sentimos pior porque é gratuito. Frustra por não ter uma grande revelação como Amnésia, apesar de haver sim uma nuance que piora um pouco as coisas.
Pra mim, com uma certa preparação psicológica, Irreversível é um bom filme. Só não pense em assistir por diversão, e sim por curiosidade ou pra receber uma bela injeção de realismo diretamente na veia.
As atuações magníficas de Monica Bellucci e Vincent Cassel impressionam a cada minuto e me fez sentir asco de toda aquela história sangrenta e pervertida. O grande mérito, no entanto, é mesmo a forma como é filmado: a câmera parada, os planos-sequência, os cortes feitos entre balanços de câmera, tudo feito para que o espectador se sinta desconfortável. E acreditem, não tem almofada nem poltrona que dê jeito. O estupro em plano-sequência, então, deixou a cena do brasileiro Cama de Gato até amena.
A história de um homem que sai a procura de vingança contra o viciado que estuprou e desfigurou sua namorada fala sobre como decisões impensadas podem lhe levar a lugares inimagináveis, de como atitudes impulsivas podem acabar com uma vida ou várias. E vocês já podem imaginar que se trata de uma sucessão de fatos que levam o protagonista a um beco sem saída. Já vimos isso em filmes como Trainspotting e Corra, Lola, Corra!. Dessa vez o tal beco sem saída é o que torna os primeiros trinta minutos impactantes ao extremo. Confesso que quase desisti de continuar, mas a curiosidade em saber como tudo aquilo começou, me segurou.
O argumento é o mais fraco do filme, simples demais. Mas o roteiro construído de trás para frente é bem planejado. No fim do filme, ou no começo da história, a resolução nos faz sentir mais ainda todas as violências que acabamos de presenciar. Nos sentimos pior porque é gratuito. Frustra por não ter uma grande revelação como Amnésia, apesar de haver sim uma nuance que piora um pouco as coisas.
Pra mim, com uma certa preparação psicológica, Irreversível é um bom filme. Só não pense em assistir por diversão, e sim por curiosidade ou pra receber uma bela injeção de realismo diretamente na veia.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Irreversível - Nem tudo o tempo cura
2010-01-12T10:30:00-03:00
Amanda Aouad
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