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Percy Jackson e o ladrão de raios
Percy Jackson e o ladrão de raios
Não há como evitar à comparação com Harry Potter ao assistir a Percy Jackson. Da série Percy Jackson e os Olimpianos, escrito por Rick Riordan, o filme conta a história de um garoto que descobre ser um semideus, filho do Deus Poseidon, e é acusado de roubar o raio de Zeus. O garoto começa a ser perseguido, então, por vários seres mitológicos, além do próprio Hades - Deus do submundo e dos mortos, por uma coisa que ele nem sabia que existia.
Assim como Harry, Percy descobre que pertence a um mundo de fantasia, possui poderes que ele desconhece e encontra um local cheio de pessoas igual a ele. Aqui, em vez de um castelo escola, temos um acampamento bem parecido com as aventuras de Xena. Percy também ganha dois amigos inseparáveis que o ajudam nas aventuras. Grover, o sátiro, tão atrapalhado quanto Rony, e Annabeth, a filha de Atena, uma excelente lutadora dentro do acampamento (igual a Hermione, a CDF de Hogwarts), porém que fora dele parece esquecer tudo o que sabe e se torna uma vítima a ser protegida por Percy (isso, eu realmente não entendi). Para completar, ele tem um mentor, o centauro vivido por Pierce Brosnan, e desobedece suas ordens para agir de maneira própria e se tornar o herói do dia.
Sou fã de mitologia Grega, sempre me interessei pelo assunto, e ver a salada mista modernosa feita pela saga me incomodou um pouco. Afinal, porque os Deuses se mudaram de vez para os Estados Unidos? A porta do inferno é em... Hollywood? A entrada do Olimpo, o Empire States? E o jardim da Medusa, o que estava fazendo no Oeste dos Estados Unidos? Tá, eles tentam dizer que os deuses se locomovem ao passar do tempo, em busca do local mais poderoso do mundo. Tá, a gente engole essa, mas o que comentar sobre o cassino de Las Vegas com suas lótus alucinógenas? Sem dúvidas, a sequência mais sem sentido de todo o filme. Se já tínhamos pouco tempo, para que gastar tanto com os três dançando ao som de Lady Gaga?
Eu não li o livro, mas pretendo fazê-lo em breve, pois alguns indícios do que vi e ouvi me fazem crer que a história é um pouco mais do que essa simplória aventura infantil, cheia de clichês pseudo-engraçados e piadas lamentáveis. A história, da forma como o roteiro foi construído é totalmente vazia e cheia de furos que acredito poderem ser mais embasados no livro. A começar pelo mote principal: o roubo do raio de Zeus. Por que o ladrão óbvio é Percy, se ele nem sabia do que se tratava? E como Hades vai até o acampamento, rapta a mãe do garoto, faz uma ameaça na fogueira e ninguém diz nada? Onde estavam Zeus e Poseidon? E por que Zeus chamou todos os deuses para o Olimpo e deixou Hades agir por conta própria?
Na verdade, o roteiro caiu no mesmo erro de todos os filmes norte-americanos: sempre tem que haver um vilão, a personificação do mal. Que fique bem claro, Hades não é o diabo e o reino dos mortos não é o inferno. Essa é uma definição muito dualista e vazia de nossas mentes ocidentais judaico-cristãs. Para os gregos, nem tudo era tão preto no branco. E pelo que li, nem mesmo Rick Riordan cometeu esse erro em seus livros. Foi o filme mesmo que resolveu simplificar tudo. De quebra, ainda colocou Perséfone como uma mulher vulgar que fica entusiasmada com Grover.
Alguns efeitos são interessantes, principalmente os da água. Uma das melhores sequências do filme é a luta de Percy em cima de um prédio utilizando as caixas d'água do local. Outros poderiam ser melhor trabalhados, como o minotauro que fica muito artificial e o jardim da Medusa que é meio pobrinho, apesar das cobras na cabeça de Uma Thurman serem bem reais. No geral, o filme não passa de um divertimento infantil, que tem pouco a acrescentar ao mundo adulto. Mas, o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal também era assim. Por isso, minha esperança em ler o livro e ver se as continuações acrescentam algo mais interessante.
Para completar, o filme ainda traz uma piada infame após os créditos, se quiser conferir...
Assim como Harry, Percy descobre que pertence a um mundo de fantasia, possui poderes que ele desconhece e encontra um local cheio de pessoas igual a ele. Aqui, em vez de um castelo escola, temos um acampamento bem parecido com as aventuras de Xena. Percy também ganha dois amigos inseparáveis que o ajudam nas aventuras. Grover, o sátiro, tão atrapalhado quanto Rony, e Annabeth, a filha de Atena, uma excelente lutadora dentro do acampamento (igual a Hermione, a CDF de Hogwarts), porém que fora dele parece esquecer tudo o que sabe e se torna uma vítima a ser protegida por Percy (isso, eu realmente não entendi). Para completar, ele tem um mentor, o centauro vivido por Pierce Brosnan, e desobedece suas ordens para agir de maneira própria e se tornar o herói do dia.
Sou fã de mitologia Grega, sempre me interessei pelo assunto, e ver a salada mista modernosa feita pela saga me incomodou um pouco. Afinal, porque os Deuses se mudaram de vez para os Estados Unidos? A porta do inferno é em... Hollywood? A entrada do Olimpo, o Empire States? E o jardim da Medusa, o que estava fazendo no Oeste dos Estados Unidos? Tá, eles tentam dizer que os deuses se locomovem ao passar do tempo, em busca do local mais poderoso do mundo. Tá, a gente engole essa, mas o que comentar sobre o cassino de Las Vegas com suas lótus alucinógenas? Sem dúvidas, a sequência mais sem sentido de todo o filme. Se já tínhamos pouco tempo, para que gastar tanto com os três dançando ao som de Lady Gaga?
Eu não li o livro, mas pretendo fazê-lo em breve, pois alguns indícios do que vi e ouvi me fazem crer que a história é um pouco mais do que essa simplória aventura infantil, cheia de clichês pseudo-engraçados e piadas lamentáveis. A história, da forma como o roteiro foi construído é totalmente vazia e cheia de furos que acredito poderem ser mais embasados no livro. A começar pelo mote principal: o roubo do raio de Zeus. Por que o ladrão óbvio é Percy, se ele nem sabia do que se tratava? E como Hades vai até o acampamento, rapta a mãe do garoto, faz uma ameaça na fogueira e ninguém diz nada? Onde estavam Zeus e Poseidon? E por que Zeus chamou todos os deuses para o Olimpo e deixou Hades agir por conta própria?
Na verdade, o roteiro caiu no mesmo erro de todos os filmes norte-americanos: sempre tem que haver um vilão, a personificação do mal. Que fique bem claro, Hades não é o diabo e o reino dos mortos não é o inferno. Essa é uma definição muito dualista e vazia de nossas mentes ocidentais judaico-cristãs. Para os gregos, nem tudo era tão preto no branco. E pelo que li, nem mesmo Rick Riordan cometeu esse erro em seus livros. Foi o filme mesmo que resolveu simplificar tudo. De quebra, ainda colocou Perséfone como uma mulher vulgar que fica entusiasmada com Grover.
Alguns efeitos são interessantes, principalmente os da água. Uma das melhores sequências do filme é a luta de Percy em cima de um prédio utilizando as caixas d'água do local. Outros poderiam ser melhor trabalhados, como o minotauro que fica muito artificial e o jardim da Medusa que é meio pobrinho, apesar das cobras na cabeça de Uma Thurman serem bem reais. No geral, o filme não passa de um divertimento infantil, que tem pouco a acrescentar ao mundo adulto. Mas, o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal também era assim. Por isso, minha esperança em ler o livro e ver se as continuações acrescentam algo mais interessante.
Para completar, o filme ainda traz uma piada infame após os créditos, se quiser conferir...
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Percy Jackson e o ladrão de raios
2010-02-23T14:01:00-03:00
Amanda Aouad
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