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O Brasil no Oscar
O Brasil no Oscar
Já que estamos na semana do Oscar e hoje é dia de cinema nacional no CinePipocaCult, aproveito para fazer um balanço de nosso país na competição. O Oscar é a festa mais popular do cinema, mas é uma festa da indústria americana. Não acredito que o cinema brasileiro dependa dessa premiação, como já falei anteriormente. Ainda assim, é uma visibilidade ímpar para qualquer filme estar entre os escolhidos.
A trajetória do Brasil no Oscar é pequena, mas com alguns pontos significativos. A primeira indicação foi com O Pagador de Promessas em 1963. Apesar de ter ganho a disputada Palma de Ouro em Cannes, acabou perdendo para o francês Sempre aos Domingos. Desde então, foi um jejum de trinta e três anos até que, na retomada do cinema nacional, O Quatrilho fosse indicado em 1996, com poucas chances, é verdade. Em 1998 veio O Que é isso companheiro? de Bruno Barreto e, em 1999, Central do Brasil, de Walter Salles. Desde então, não conseguimos indicações na categoria de filme estrangeiro. O Brasil teve ainda uma indicação em curta-metragem com o documentário Uma história de Futebol de Paulo Machline.
Porém, as indicações mais importantes de nosso cinema foram em 1999 e em 2004. Mesmo falando em português, com pouca projeção internacional e com um filme que concorreu apenas em uma categoria considerada menor, Fernanda Montenegro apareceu na lista das cinco candidatas a melhor atriz. "O que estou fazendo no meio dessas louras todas", teria dito ela ao ver o anúncio. A categoria de melhor atriz é uma das mais importantes da premiação, ficando atrás apenas de melhor filme, diretor e ator. Ver Fernanda ali, entre Meryl Streep, Cate Blanchett, Emily Watson, Gwyneth Paltrow e sendo anunciada por Jack Nicholson foi um grande motivo de orgulho. É uma grande atriz que merece todos os nossos aplausos. Engraçado que depois disso, ela virou uma espécie de amuleto nacional, grandes produções colocaram a atriz com participações, mesmo que pequenas, a exemplo de Olga. Mas, ela ainda merecia outro grande papel no cinema.
Já em 2004, após ser preterido a indicação do Oscar de filme estrangeiro em 2003, Cidade de Deus conseguiu um feito inédito: quatro indicações em categorias importantes. Primeiro, Fernando Meirelles indicado a melhor diretor, a segunda categoria mais importante da Academia. Foi com isso que ele se tornou diretor internacional encabeçando projetos como O Jardineiro Fiel e Ensaio sobre a Cegueira. Segundo, melhor roteiro adaptado. Para uma obra em português isso é ainda mais fantástico. Por último, dois prêmios técnicos, mas nem por isso menos importantes: fotografia e montagem, as almas do cinema. Não é a toa que Cidade de Deus figura em todas as listas de melhores filmes da década.
Nesse ano, estamos mais uma vez fora da festa, Salve Geral era nosso indicado e não tinha mesmo muito espaço entre produções como A Fita Branca ou O Segredo de Seus Olhos. Ainda assim, fica a torcida para que nosso cinema consiga emplacar, cada vez mais, bons filmes, estabelecendo de vez a indústria cinematográfica em nosso país e podendo mostrar nossa arte para o mundo. Afinal, talento, nós temos de sobra.
A trajetória do Brasil no Oscar é pequena, mas com alguns pontos significativos. A primeira indicação foi com O Pagador de Promessas em 1963. Apesar de ter ganho a disputada Palma de Ouro em Cannes, acabou perdendo para o francês Sempre aos Domingos. Desde então, foi um jejum de trinta e três anos até que, na retomada do cinema nacional, O Quatrilho fosse indicado em 1996, com poucas chances, é verdade. Em 1998 veio O Que é isso companheiro? de Bruno Barreto e, em 1999, Central do Brasil, de Walter Salles. Desde então, não conseguimos indicações na categoria de filme estrangeiro. O Brasil teve ainda uma indicação em curta-metragem com o documentário Uma história de Futebol de Paulo Machline.
Porém, as indicações mais importantes de nosso cinema foram em 1999 e em 2004. Mesmo falando em português, com pouca projeção internacional e com um filme que concorreu apenas em uma categoria considerada menor, Fernanda Montenegro apareceu na lista das cinco candidatas a melhor atriz. "O que estou fazendo no meio dessas louras todas", teria dito ela ao ver o anúncio. A categoria de melhor atriz é uma das mais importantes da premiação, ficando atrás apenas de melhor filme, diretor e ator. Ver Fernanda ali, entre Meryl Streep, Cate Blanchett, Emily Watson, Gwyneth Paltrow e sendo anunciada por Jack Nicholson foi um grande motivo de orgulho. É uma grande atriz que merece todos os nossos aplausos. Engraçado que depois disso, ela virou uma espécie de amuleto nacional, grandes produções colocaram a atriz com participações, mesmo que pequenas, a exemplo de Olga. Mas, ela ainda merecia outro grande papel no cinema.
Já em 2004, após ser preterido a indicação do Oscar de filme estrangeiro em 2003, Cidade de Deus conseguiu um feito inédito: quatro indicações em categorias importantes. Primeiro, Fernando Meirelles indicado a melhor diretor, a segunda categoria mais importante da Academia. Foi com isso que ele se tornou diretor internacional encabeçando projetos como O Jardineiro Fiel e Ensaio sobre a Cegueira. Segundo, melhor roteiro adaptado. Para uma obra em português isso é ainda mais fantástico. Por último, dois prêmios técnicos, mas nem por isso menos importantes: fotografia e montagem, as almas do cinema. Não é a toa que Cidade de Deus figura em todas as listas de melhores filmes da década.
Nesse ano, estamos mais uma vez fora da festa, Salve Geral era nosso indicado e não tinha mesmo muito espaço entre produções como A Fita Branca ou O Segredo de Seus Olhos. Ainda assim, fica a torcida para que nosso cinema consiga emplacar, cada vez mais, bons filmes, estabelecendo de vez a indústria cinematográfica em nosso país e podendo mostrar nossa arte para o mundo. Afinal, talento, nós temos de sobra.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Brasil no Oscar
2010-03-01T22:31:00-03:00
Amanda Aouad
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