Onde vivem os monstros?
Depois de anos tentando adaptar Where The Wild Things Are, livro de Maurice Sendak publicado em 1963, Hollywood consegue levar as telas, pelas mãos de Spike Jonze, a história do pequeno Max. Engraçado, que apesar de ter se tornado uma cultuada história infantil, a narrativa parece muito mais voltada para adultos, com muitos elementos psicológicos por trás da trama.
Max é um garoto de 8 anos que ainda não passou da sua fase egocêntrica. Tudo tem que ser do jeito dele, na hora que ele quer. Assim, desentende-se com sua irmã e sua mãe, fugindo de casa e indo parar em uma ilha especial onde é o rei da situação. Os habitantes locais, monstros bem fofos e perigosos, aceitam Max como seu governante e tudo que ele quer é uma ordem. Mas, os sentimentos são sempre muito confusos.
A atmosfera lembra muito outro clássico infantil: História sem Fim. Na verdade, tudo ali é metafórico. A ilha é apenas a simbologia do interior do garoto, com seus monstros internos, sentimentos contraditórios e confrontações sofridas. É uma jornada de crescimento, do fim da primeira infância, onde a criança aprende que existem os outros e têm que respeitar limites.
A direção de arte é muito bem feita e a trilha sonora é bela, trazendo sensações diversas, principalmente nas situações de embate. A atmosfera é sempre estranha, bem ao estilo de Spike Jonze, mas com uma sensibilidade peculiar. A cena do abraço coletivo também é bem legal, assim como o uivo no final. No geral, apenas acho que faltou ritmo ao filme. Há muitos momentos parados, repetitivos, como a eterna briga dos dois monstros e um terreno muito insólito na descoberta do garoto. A fábula podia ser melhor explorada também, para agradar a todos. É um bom filme, porém difícil, nem todos vão se apaixonar.
Max é um garoto de 8 anos que ainda não passou da sua fase egocêntrica. Tudo tem que ser do jeito dele, na hora que ele quer. Assim, desentende-se com sua irmã e sua mãe, fugindo de casa e indo parar em uma ilha especial onde é o rei da situação. Os habitantes locais, monstros bem fofos e perigosos, aceitam Max como seu governante e tudo que ele quer é uma ordem. Mas, os sentimentos são sempre muito confusos.
A atmosfera lembra muito outro clássico infantil: História sem Fim. Na verdade, tudo ali é metafórico. A ilha é apenas a simbologia do interior do garoto, com seus monstros internos, sentimentos contraditórios e confrontações sofridas. É uma jornada de crescimento, do fim da primeira infância, onde a criança aprende que existem os outros e têm que respeitar limites.
A direção de arte é muito bem feita e a trilha sonora é bela, trazendo sensações diversas, principalmente nas situações de embate. A atmosfera é sempre estranha, bem ao estilo de Spike Jonze, mas com uma sensibilidade peculiar. A cena do abraço coletivo também é bem legal, assim como o uivo no final. No geral, apenas acho que faltou ritmo ao filme. Há muitos momentos parados, repetitivos, como a eterna briga dos dois monstros e um terreno muito insólito na descoberta do garoto. A fábula podia ser melhor explorada também, para agradar a todos. É um bom filme, porém difícil, nem todos vão se apaixonar.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Onde vivem os monstros?
2010-03-11T08:46:00-03:00
Amanda Aouad
critica|drama|Maurice Sendak|Spike Jonze|
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