Um homem sério
Qual o sentido da vida? Sua visão é determinista ou você acredita que suas ações movem o mundo e tudo é uma questão de causa e efeito? Se é assim, o que você fez para merecer as malezas que lhe ocorrem? São essas perguntas que movem toda a construção do filme Um homem sério e por que não dizer toda a obra de Joel Coen e Ethan Coen. Os conhecidos irmãos Coen compõem suas carreiras com muito sarcasmo, tramas e diálogos insólitos e reflexões sobre a natureza humana. Há quem ame e quem odeie.
Larry Gopnik é o típico cidadão americano. Professor de Física, casado, com dois filhos, certinho e judeu. De repente, sua vida começa a desmoronar, afinal, sua esposa quer se separar para casar com um viúvo amigo da família, seu aluno coreano quer suborná-lo, seu filho fuma maconha e briga por dinheiro com a irmã fútil que por sua vez roubou do próprio pai, seu vizinho está invadindo seu terreno e seu irmão doente está com problemas com a polícia. Para completar, ele tem algum problema de saúde não definido. Com tudo isso, Larry recorre aos seus guias espirituais para tentar entender o porquê de tudo aquilo. Mas, existem coisas que simplesmente não tem explicação e vamos sendo apresentados aos poucos a sucessão de incertezas e vulnerabilidades da vida.
Michael Stuhlbarg dá ao seu Larry uma apatia e incompreensão incríveis, a gente fica perdido junto com o personagem tentando entender o que aquele filme quer nos passar. A graça é essa, ao contrário do que quer provar o professor de Física de que tudo é lógica, a vida não segue esse rumo tão preciso e somos surpreendidos com incongruências a todo o momento. O cartaz do filme mesmo foi bastante feliz ao colocar Larry em cima do telhado olhando a vizinhança (ou melhor a vizinha). A sensação é essa, que o personagem está tentando se dissociar da realidade para tentar entendê-la. Aí vem uma força da natureza e bagunça tudo. O destino está sempre pregando uma peça em nós.
Apesar de se passar nos anos 60, a trama é bastante atual e faz uma crítica direta à sociedade americana e a crise econômica. Mesmo utilizando o judaísmo como metáfora, não se deve ver o filme como uma crítica à religião, mas sim à tradição daquela comunidade. Toda a construção do roteiro, direção e montagem é para misturar os conceitos de causa e efeito, com sequências em paralelo que nos parecem relacionadas, mas dão viradas surpreendentes, como dois acidentes de carro, sonhos de Larry ou situações de pai e filho. É um filme para ser digerido aos poucos, como tudo que seus realizadores fazem.
Larry Gopnik é o típico cidadão americano. Professor de Física, casado, com dois filhos, certinho e judeu. De repente, sua vida começa a desmoronar, afinal, sua esposa quer se separar para casar com um viúvo amigo da família, seu aluno coreano quer suborná-lo, seu filho fuma maconha e briga por dinheiro com a irmã fútil que por sua vez roubou do próprio pai, seu vizinho está invadindo seu terreno e seu irmão doente está com problemas com a polícia. Para completar, ele tem algum problema de saúde não definido. Com tudo isso, Larry recorre aos seus guias espirituais para tentar entender o porquê de tudo aquilo. Mas, existem coisas que simplesmente não tem explicação e vamos sendo apresentados aos poucos a sucessão de incertezas e vulnerabilidades da vida.
Michael Stuhlbarg dá ao seu Larry uma apatia e incompreensão incríveis, a gente fica perdido junto com o personagem tentando entender o que aquele filme quer nos passar. A graça é essa, ao contrário do que quer provar o professor de Física de que tudo é lógica, a vida não segue esse rumo tão preciso e somos surpreendidos com incongruências a todo o momento. O cartaz do filme mesmo foi bastante feliz ao colocar Larry em cima do telhado olhando a vizinhança (ou melhor a vizinha). A sensação é essa, que o personagem está tentando se dissociar da realidade para tentar entendê-la. Aí vem uma força da natureza e bagunça tudo. O destino está sempre pregando uma peça em nós.
Apesar de se passar nos anos 60, a trama é bastante atual e faz uma crítica direta à sociedade americana e a crise econômica. Mesmo utilizando o judaísmo como metáfora, não se deve ver o filme como uma crítica à religião, mas sim à tradição daquela comunidade. Toda a construção do roteiro, direção e montagem é para misturar os conceitos de causa e efeito, com sequências em paralelo que nos parecem relacionadas, mas dão viradas surpreendentes, como dois acidentes de carro, sonhos de Larry ou situações de pai e filho. É um filme para ser digerido aos poucos, como tudo que seus realizadores fazem.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Um homem sério
2010-03-10T08:48:00-03:00
Amanda Aouad
comedia|critica|drama|Irmãos Coen|Oscar 2010|
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