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30 anos de morte de Alfred Hitchcock
30 anos de morte de Alfred Hitchcock
Hoje fazem trinta anos da morte de um gênio do suspense: Alfred Hitchcock. Nascido em Londres, foi para os Estados Unidos em 1939, fazendo seu primeiro filme em solo americano, Rebecca, a mulher inesquecível e já foi indicado ao Oscar. Mas, o reconhecimento final de Hitchcock veio de François Truffaut que o consagrou na Cahiers du Cinéma como "autor". O cinema americano era visto como menor, filme de produtor e Truffaut demonstrou os traços de autoria na obra do cineasta que passou a ser visto com outros olhos.
A identificação foi tanta que o idealizador da Nouvelle Vague fez uma série de entrevistas que resultou no livro Hitchcock/Truffaut: Entrevistas. Truffaut fez quinhentas perguntas sobre a obra e carreira do diretor londrino / americano. Hitchcock pode, então, comentar detalhadamente sua produção, desde os primeiros filmes mudos feitos na Inglaterra até os coloridos e sonoros de Hollywood, falando sobre a concepção de cada obra, a elaboração do roteiro, as circunstâncias, as inovações e os problemas técnicos, a relação com os atores.
É nesse livro que ele expõe sua teoria de diferenciação entre o suspense e o horror, para ele um gênero menor. Segundo o mestre, o suspense é quando o espectador sabe de algo que os personagens não sabem e ficam angustiados com a expectativa de algo ruim. Como um casal sentado em uma mesa que o público sabe que tem uma bomba embaixo. Toda a tensão está nessa informação. Agora, no horror, o público é tão inocente quanto o personagem. Na mesma cena, a bomba simplesmente explodiria assustando a todos.
Uma característica interessante de sua carreira, é que ele sempre dá um jeito de aparecer em seus filmes. É quase um fetiche e o público adorava. Todo filme, tinha a expectativa de descobrir em que cena o diretor apareceria. Abaixo algumas delas.
Sua obra é tão extensa que fica difícil fazer um ranking lembrando os melhores momentos. Então, para homenagear esse grande gênio destaco aqui três obras-primas, em minha opinião.
Psicose
Em 1960, chegou ao cinema um filme diferente, tão diferente que diz a lenda que o próprio Hitchcock ficava na fila do cinema pedindo que ninguém entrasse no meio da sessão e não contasse o final. Independente disso, Psicose tinha uma narrativa inovadora, a começar pela falsa protagonista. Marion Crane, vivida por Janet Leigh, rouba uma grande quantia de dinheiro e se esconde no motel Bates. Aí, entra em cena o verdadeio protagonista: Norman Bates. E claro, sua misteriosa e histérica mãe. A cena do banheiro tão difundida, acontece aos 47 minutos de filme, ou seja, Janet Leigh fica apenas um terço do tempo na tela. Uma curiosidade é que essa cena teve 70 planos diferentes e, pela primeira vez, um olho aberto foi utilizado para mostrar uma pessoa morta. Outra é que o sangue retratado é, na verdade, chocolate, já que lhe renderia um contraste melhor na película em preto e branco. A revelação e a cena final também são um marco do cinema que merece ser visto e revisto.
Festim Diabólico
Em 1948, Hitchcock resolveu fazer um filme sem cortes. O famoso plano-sequência. E assim nasceu Hope, que no Brasil levou o nome singelo de Festim Diabólico. A trama mostra dois amigos, Brandon e Philip, que matam um colega, escondem dentro de um baú, em uma sala, e dão uma pequena festa nela, chamando, inclusive os pais do garoto. Puro fetiche. Será que alguém iria descobrir? A tensão é grande e a coreografia para que tudo aconteça é muito boa. A tecnologia da época não permitiu que o filme fosse todo em uma tomada, foram necessárias quatro paradas para trocar o rolo, mesmo assim, é tudo muito bem ensaiado e planejado.Quase não percebemos.
Janela Indiscreta
Em 1954 Hitchcock traz o suspense novamente para um espaço muito restrito, um pátio de um condomínio. O fotógrafo L.B. Jeffries quebrou a perna e para passar o tempo fica observando a vizinhança com um binóculo. Em uma janela logo a frente, tudo indica um assassinato que ele vai tentar denunciar. O grande mérito do filme, além do roteiro instigante, é a forma como o diretor conduz sua câmera pelo olhar do protagonista. Estamos com ele, vendo o que ele vê e acreditando em suas descobertas. Fantástico.
A identificação foi tanta que o idealizador da Nouvelle Vague fez uma série de entrevistas que resultou no livro Hitchcock/Truffaut: Entrevistas. Truffaut fez quinhentas perguntas sobre a obra e carreira do diretor londrino / americano. Hitchcock pode, então, comentar detalhadamente sua produção, desde os primeiros filmes mudos feitos na Inglaterra até os coloridos e sonoros de Hollywood, falando sobre a concepção de cada obra, a elaboração do roteiro, as circunstâncias, as inovações e os problemas técnicos, a relação com os atores.
É nesse livro que ele expõe sua teoria de diferenciação entre o suspense e o horror, para ele um gênero menor. Segundo o mestre, o suspense é quando o espectador sabe de algo que os personagens não sabem e ficam angustiados com a expectativa de algo ruim. Como um casal sentado em uma mesa que o público sabe que tem uma bomba embaixo. Toda a tensão está nessa informação. Agora, no horror, o público é tão inocente quanto o personagem. Na mesma cena, a bomba simplesmente explodiria assustando a todos.
Uma característica interessante de sua carreira, é que ele sempre dá um jeito de aparecer em seus filmes. É quase um fetiche e o público adorava. Todo filme, tinha a expectativa de descobrir em que cena o diretor apareceria. Abaixo algumas delas.
Sua obra é tão extensa que fica difícil fazer um ranking lembrando os melhores momentos. Então, para homenagear esse grande gênio destaco aqui três obras-primas, em minha opinião.
Psicose
Em 1960, chegou ao cinema um filme diferente, tão diferente que diz a lenda que o próprio Hitchcock ficava na fila do cinema pedindo que ninguém entrasse no meio da sessão e não contasse o final. Independente disso, Psicose tinha uma narrativa inovadora, a começar pela falsa protagonista. Marion Crane, vivida por Janet Leigh, rouba uma grande quantia de dinheiro e se esconde no motel Bates. Aí, entra em cena o verdadeio protagonista: Norman Bates. E claro, sua misteriosa e histérica mãe. A cena do banheiro tão difundida, acontece aos 47 minutos de filme, ou seja, Janet Leigh fica apenas um terço do tempo na tela. Uma curiosidade é que essa cena teve 70 planos diferentes e, pela primeira vez, um olho aberto foi utilizado para mostrar uma pessoa morta. Outra é que o sangue retratado é, na verdade, chocolate, já que lhe renderia um contraste melhor na película em preto e branco. A revelação e a cena final também são um marco do cinema que merece ser visto e revisto.
Festim Diabólico
Em 1948, Hitchcock resolveu fazer um filme sem cortes. O famoso plano-sequência. E assim nasceu Hope, que no Brasil levou o nome singelo de Festim Diabólico. A trama mostra dois amigos, Brandon e Philip, que matam um colega, escondem dentro de um baú, em uma sala, e dão uma pequena festa nela, chamando, inclusive os pais do garoto. Puro fetiche. Será que alguém iria descobrir? A tensão é grande e a coreografia para que tudo aconteça é muito boa. A tecnologia da época não permitiu que o filme fosse todo em uma tomada, foram necessárias quatro paradas para trocar o rolo, mesmo assim, é tudo muito bem ensaiado e planejado.Quase não percebemos.
Janela Indiscreta
Em 1954 Hitchcock traz o suspense novamente para um espaço muito restrito, um pátio de um condomínio. O fotógrafo L.B. Jeffries quebrou a perna e para passar o tempo fica observando a vizinhança com um binóculo. Em uma janela logo a frente, tudo indica um assassinato que ele vai tentar denunciar. O grande mérito do filme, além do roteiro instigante, é a forma como o diretor conduz sua câmera pelo olhar do protagonista. Estamos com ele, vendo o que ele vê e acreditando em suas descobertas. Fantástico.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
30 anos de morte de Alfred Hitchcock
2010-04-29T08:01:00-03:00
Amanda Aouad
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