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Coração Louco
Coração Louco
Não por acaso, Jeff Bridges levou Oscar e Globo de Ouro por sua atuação como o cantor de country decadente Bad Blake. O filme Coração Louco se sustenta por essa atuação e pela riqueza de detalhes, principalmente da direção de arte que torna a experiência ainda mais realista.
A estreia de Scott Cooper na direção é bastante convincente, apesar de seu roteiro, adaptado do livro de Thomas Cobb, escorregar em alguns momentos, abusando do sentimentalismo. Ainda assim, é envolvente a história do grande astro country, hoje álcoolatra e decadente, que viaja pelo país fazendo shows em bares pouco frequentados ou locais menos propícios como um boliche de uma cidadezinha do interior. O sentimento de frustração e de como a vida pode dar voltas é grande, nos deixando uma melancolia ao final da projeção.
Em uma de suas muitas viagens, Blake conhece a repórter Jean Craddock, interpretada pela simpática Maggie Gyllenhaal que vem crescendo bastante na carreira. A moça dá um ar de esperança ao ex-astro que resolve apostar nessa relação familiar, já que Craddock é mãe solteira, como uma nova chance de vida.
A construção do anti-herói é bem feita. Suas frustrações, sua impaciência, sua dependência ao álcool, sua raiva do antigo pupilo Tommy Sweet, vivido por Colin Farrell, tudo é bem amarrado e justificável. Até mesmo a paixão repentina por uma mulher e seu filho tem um sentido naquele homem sofrido e em sua trajetória de tentativa de sobreviver.
Interessante também ver a forma como o falso antagonista é construído, já que o personagem de Colin Farrell, na verdade, é apenas um astro em ascenção e fã incondicional de Blake. Os verdadeiros antagonistas do personagem são: ele mesmo, que se boicota bebendo, e o tempo, ingrato com quase todos os artistas que acabam caindo no ostracismo.
Duas coisas que valem o final, não se preocupe que não tem spoilers, é que ele foge completamente do clichê e que podemos ouvir a música Coração Louco, com legendas, nos créditos. O personagem passou o filme inteiro compondo-a, então, nada mais justo do que esperar um pouco e ouví-la. Além de muito bonita, ela resume a história de Bad Blake.
A estreia de Scott Cooper na direção é bastante convincente, apesar de seu roteiro, adaptado do livro de Thomas Cobb, escorregar em alguns momentos, abusando do sentimentalismo. Ainda assim, é envolvente a história do grande astro country, hoje álcoolatra e decadente, que viaja pelo país fazendo shows em bares pouco frequentados ou locais menos propícios como um boliche de uma cidadezinha do interior. O sentimento de frustração e de como a vida pode dar voltas é grande, nos deixando uma melancolia ao final da projeção.
Em uma de suas muitas viagens, Blake conhece a repórter Jean Craddock, interpretada pela simpática Maggie Gyllenhaal que vem crescendo bastante na carreira. A moça dá um ar de esperança ao ex-astro que resolve apostar nessa relação familiar, já que Craddock é mãe solteira, como uma nova chance de vida.
A construção do anti-herói é bem feita. Suas frustrações, sua impaciência, sua dependência ao álcool, sua raiva do antigo pupilo Tommy Sweet, vivido por Colin Farrell, tudo é bem amarrado e justificável. Até mesmo a paixão repentina por uma mulher e seu filho tem um sentido naquele homem sofrido e em sua trajetória de tentativa de sobreviver.
Interessante também ver a forma como o falso antagonista é construído, já que o personagem de Colin Farrell, na verdade, é apenas um astro em ascenção e fã incondicional de Blake. Os verdadeiros antagonistas do personagem são: ele mesmo, que se boicota bebendo, e o tempo, ingrato com quase todos os artistas que acabam caindo no ostracismo.
Duas coisas que valem o final, não se preocupe que não tem spoilers, é que ele foge completamente do clichê e que podemos ouvir a música Coração Louco, com legendas, nos créditos. O personagem passou o filme inteiro compondo-a, então, nada mais justo do que esperar um pouco e ouví-la. Além de muito bonita, ela resume a história de Bad Blake.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Coração Louco
2010-04-14T10:14:00-03:00
Amanda Aouad
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