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Os 10 melhores filmes nacionais da década
Os 10 melhores filmes nacionais da década
A Revista de Cinema entrevistou diversos jornalistas e realizadores sobre seus filmes brasileiros preferidos da última década. O resultado, apesar de não concordar completamente com o TOP 10, mostra que o cinema nacional não anda tão mal das pernas quanto muitos alardeiam. Tem muitos bons filmes, com diversas temáticas e com um crescente no gênero documentário. Abaixo listo os dez mais divulgados pela revista, com meus próprios comentários sobre eles.
Dentre os que ficaram de fora do TOP 10, destaco Estômago, O Cheiro do Ralo e O ano em que meus pais saíram de férias. Além de Abril Despedaçado que não está nem entre os citados. Fiquei feliz de ver o baiano Eu me lembro na lista dos lembrados (com cinco votos). Foram um total de 32 filmes citados como os melhores da década.
TOP 10
Cidade de Deus - Se até o cinema mundial concorda que o filme de Fernando Meirelles está entre os melhores da década, não é nenhuma surpresa que ele apareça no topo da lista nacional. Cidade de Deus é um divisor de águas do cinema brasileiro. Trouxe uma linguagem nova, uma montagem extremamente bem feita e criativa, um roteiro bem construído e um novo ponto de vista para o mesmo assunto: a violência e a favela. É, sem dúvidas, o grande momento cinematográfico recente do país, tendo inclusive quatro indicações ao Oscar.
O Invasor - Esse filme de Beto Brant é uma incômoda brincadeira para a classe alta, tendo em Paulo Miklos um personagem símbolo ao lado de Mariana Ximenes. Um thriller muito bem feito, mas que me surpreendeu de aparecer logo em segundo lugar na lista. Bem dirigido e com um roteiro amarrado, mostra que cinema não é uma tese a ser defendida.
Cinema, Aspirinas e Urubus - Marcelo Gomes trouxe a história de um alemão vendedor de Aspirinas e um nordestino que consegue ser matuto e esperto ao mesmo tempo e envolveu o público, principalmente por se utilizar do magnetismo do cinema em seu argumento. Mas, é na fotografia que o filme se destaca mais, mostrando toda a aridez do sertão nordestino e as longas viagens da dupla em busca de um sentido maior para aquele ato mecânico. Gosto muito.
Jogo de Cena - Após explorar todas as linguagens do documentário verdade, Eduardo Coutinho surpreendeu com esse filme que é quase uma tese de cinema real ou forjado. Tendo apenas um teatro e uma atriz por vez sentada em uma cadeira contando sua história, o filme consegue prender a nossa atenção de forma instigante.
Serras da Desordem - Confesso que este é o único da lista que ainda não conferi. De Andrea Tonacci, conta a história real do índio Carapirú com cenas recriadas.
Santiago - João Moreia Salles queria fazer um filme sobre seu mordomo e acabou criando um documentário sobre sua família por trás daquele homem que dedicou sua vida a ela. O resultado foi tão forte que ele chegou a proibir o filme por um tempo, que saiu recentemente em DVD. Vale conferir.
Lavoura Arcaica - Luis Fernando Carvalho conseguiu transpor para tela, com uma forma imensa, a história do livro de Raduan Nassar. Destaque para Selton Mello e Simone Spoladore que conseguem passar uma emoção desconcertante em alguns momentos.
Madame Satã - Karim Aïnouz trouxe uma nova roupagem para a história do lendário João Francisco dos Santos, tornando-se um ícone da nossa cinematografia recente. Ainda teve o plus de revelar Lázaro Ramos no cenário nacional, apesar de não ser seu primeiro filme, foi o primeiro de grande destaque.
Edifício Master - Outro documentário de Coutinho, este mais tradicional, impressiona pela capacidade de se contar uma história de um prédio, desnudando seus moradores de uma forma muito envolvente.
Amarelo Manga - Dirigido por Cláudio Assis, o filme é outro ícone do cinema nacional. Sem um protagonista definido, fala da realidade sócio-política brasileira de uma forma bem honesta e instigante. Nada na câmera de Assis é por acaso e ele consegue nos marcar com a força deste filme.
Dentre os que ficaram de fora do TOP 10, destaco Estômago, O Cheiro do Ralo e O ano em que meus pais saíram de férias. Além de Abril Despedaçado que não está nem entre os citados. Fiquei feliz de ver o baiano Eu me lembro na lista dos lembrados (com cinco votos). Foram um total de 32 filmes citados como os melhores da década.
TOP 10
Cidade de Deus - Se até o cinema mundial concorda que o filme de Fernando Meirelles está entre os melhores da década, não é nenhuma surpresa que ele apareça no topo da lista nacional. Cidade de Deus é um divisor de águas do cinema brasileiro. Trouxe uma linguagem nova, uma montagem extremamente bem feita e criativa, um roteiro bem construído e um novo ponto de vista para o mesmo assunto: a violência e a favela. É, sem dúvidas, o grande momento cinematográfico recente do país, tendo inclusive quatro indicações ao Oscar.
O Invasor - Esse filme de Beto Brant é uma incômoda brincadeira para a classe alta, tendo em Paulo Miklos um personagem símbolo ao lado de Mariana Ximenes. Um thriller muito bem feito, mas que me surpreendeu de aparecer logo em segundo lugar na lista. Bem dirigido e com um roteiro amarrado, mostra que cinema não é uma tese a ser defendida.
Cinema, Aspirinas e Urubus - Marcelo Gomes trouxe a história de um alemão vendedor de Aspirinas e um nordestino que consegue ser matuto e esperto ao mesmo tempo e envolveu o público, principalmente por se utilizar do magnetismo do cinema em seu argumento. Mas, é na fotografia que o filme se destaca mais, mostrando toda a aridez do sertão nordestino e as longas viagens da dupla em busca de um sentido maior para aquele ato mecânico. Gosto muito.
Jogo de Cena - Após explorar todas as linguagens do documentário verdade, Eduardo Coutinho surpreendeu com esse filme que é quase uma tese de cinema real ou forjado. Tendo apenas um teatro e uma atriz por vez sentada em uma cadeira contando sua história, o filme consegue prender a nossa atenção de forma instigante.
Serras da Desordem - Confesso que este é o único da lista que ainda não conferi. De Andrea Tonacci, conta a história real do índio Carapirú com cenas recriadas.
Santiago - João Moreia Salles queria fazer um filme sobre seu mordomo e acabou criando um documentário sobre sua família por trás daquele homem que dedicou sua vida a ela. O resultado foi tão forte que ele chegou a proibir o filme por um tempo, que saiu recentemente em DVD. Vale conferir.
Lavoura Arcaica - Luis Fernando Carvalho conseguiu transpor para tela, com uma forma imensa, a história do livro de Raduan Nassar. Destaque para Selton Mello e Simone Spoladore que conseguem passar uma emoção desconcertante em alguns momentos.
Madame Satã - Karim Aïnouz trouxe uma nova roupagem para a história do lendário João Francisco dos Santos, tornando-se um ícone da nossa cinematografia recente. Ainda teve o plus de revelar Lázaro Ramos no cenário nacional, apesar de não ser seu primeiro filme, foi o primeiro de grande destaque.
Edifício Master - Outro documentário de Coutinho, este mais tradicional, impressiona pela capacidade de se contar uma história de um prédio, desnudando seus moradores de uma forma muito envolvente.
Amarelo Manga - Dirigido por Cláudio Assis, o filme é outro ícone do cinema nacional. Sem um protagonista definido, fala da realidade sócio-política brasileira de uma forma bem honesta e instigante. Nada na câmera de Assis é por acaso e ele consegue nos marcar com a força deste filme.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os 10 melhores filmes nacionais da década
2010-04-12T08:14:00-03:00
Amanda Aouad
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