Daniel Filho é um homem esperto. Ele sabia que não tinha como dar errado. Ainda mais lançando o filme no dia do centenário do protagonista. Ainda assim, o boca a boca parece estar ajudando muito. No sábado, ainda peguei fila tanto para comprar o ingresso quanto para entrar na sala, e a sessão seguinte estava ainda mais cheia, chegando a lotar a capacidade local. O mais interessante é perceber todo tipo de pessoas. Muitas senhoras, é verdade, mas também muito jovem curioso e interessado. Antes da sessão começar, o burburinho era grande, quase me arrependo de pegar uma sessão no meio da tarde. Conversa e cinema não combinam, seja educado.
Os trailers começaram e a conversa não parou. Precisou entrar na tela as primeiras imagens do trailer de Nosso Lar para que as últimas conversas terminassem. Era possível ouvir os burburinhos apenas de espanto ou felicidade por ver a produção de setembro que promete ser mais um sucesso. Quando o filme começou, o silêncio era total. As pessoas interagiam com o filme, surpresos com a cena do garfo, ou rindo da cena do rosário.
A imersão foi tamanha que quando chegaram os créditos com as cenas reais do Programa Pinga Fogo, ninguém se levantou, nem as luzes do cinema se acenderam, não sei se foi apenas onde assisti ou se é regra geral para este filme, mas chamou a atenção este fato. Afinal, mal começa a subir o primeiro letreiro e as luzes já acendem, nos convidando a sair da sala de projeção. Apenas quando acabou a última letra, o cinema foi aceso e todos saíram em silêncio total. Também, não é todo dia que a gente sai de um filme após rezar o "Pai Nosso" com Chico Xavier.