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Divirta-se com Marmaduke
Divirta-se com Marmaduke
Quando eu era pequena e a extinta Rede Manchete passava Marmaduke, confesso que tinha um certo preconceito com o desenho e achava uma cópia mal feita do meu preferido Scooby-Doo. Vendo o filme, o imenso dogue alemão ganhou ares de Garfield ao contrário, com suas falas, pensamentos e um gato para ele fazer de capacho. Na verdade, acho que o felino Carlos é uma referência ao Heathcliff, chamado no Brasil de Lorde Gato e que tinha uma série conjunta com o cão na década de oitenta. A série animada, por sua vez, era adaptada de uma tira de quadrinhos criada nos anos 1950 por Brad Anderson.
De volta ao filme, é interessante o que uma expectativa causa. Fui ao cinema achando que veria algo aquém da crítica e me diverti. É um filme com uma linguagem bem infantil, com clichês imensos daquelas Sessões da Tarde mais rasteiras da década de oitenta, mas é engraçado ao transportar aquele drama adolescente de aceitação, discriminação e guetos para os cachorros. Desculpe os spoilers das próximas linhas, mas é tão óbvio que nem chega a tirar a graça. Ainda assim, se preferir, pule para o próximo parágrafo. Marmaduke é o cara que vem de fora e quer ser aceito. Se apaixona pela garota do manda-chuva local que, pra variar é um bad boy. Se junta aos excluídos da turma, usa de artimanhas para ser aceito, esquece os amigos, é descoberto e tem que provar que pode ser um herói de verdade.
Surpreendentemente, apesar dos clichês e alguns desfechos absurdos, Marmaduke toca em alguns pontos-chaves dos relacionamentos e sentimentos de amizade. Está bem, eu adoro cachorro e sempre acho divertido vê-los por aí armando das suas, ainda mais com dois beagles simpáticos, apesar de caracterizados como nerds bocós. Isso pode influenciar meu julgamento, mas em uma cena eu me envolvi com a história ao ponto de me emocionar. Pena que logo depois, o roteiro fez questão de me lembrar que estava em um filme sem grandes pretensões emocionais e não em um clássico como Benji.
Outra coisa que incomoda é a dublagem. Dizem que a dublagem brasileira é a melhor do mundo, mas nesse filme algo de sofrível aconteceu. Tudo soa muito estranho e forçado. Queria ter a opção de ver a versão legendada original, que no Brasil não chegou. Não posso dizer também que tenham grandes atuações. Mas o efeito dos bichos falando e reagindo em cena é bem trabalhado.
Marmaduke pode não ser um primor de roteiro, nem ter um foco duplo, preocupando-se em agradar as crianças e os pais, como a maioria das animações atuais. É um filme infantil, sem grandes pretensões. Mas, os pequenos que estavam na minha sessão deram risada e se divertiram. E eu também, confesso.
De volta ao filme, é interessante o que uma expectativa causa. Fui ao cinema achando que veria algo aquém da crítica e me diverti. É um filme com uma linguagem bem infantil, com clichês imensos daquelas Sessões da Tarde mais rasteiras da década de oitenta, mas é engraçado ao transportar aquele drama adolescente de aceitação, discriminação e guetos para os cachorros. Desculpe os spoilers das próximas linhas, mas é tão óbvio que nem chega a tirar a graça. Ainda assim, se preferir, pule para o próximo parágrafo. Marmaduke é o cara que vem de fora e quer ser aceito. Se apaixona pela garota do manda-chuva local que, pra variar é um bad boy. Se junta aos excluídos da turma, usa de artimanhas para ser aceito, esquece os amigos, é descoberto e tem que provar que pode ser um herói de verdade.
Surpreendentemente, apesar dos clichês e alguns desfechos absurdos, Marmaduke toca em alguns pontos-chaves dos relacionamentos e sentimentos de amizade. Está bem, eu adoro cachorro e sempre acho divertido vê-los por aí armando das suas, ainda mais com dois beagles simpáticos, apesar de caracterizados como nerds bocós. Isso pode influenciar meu julgamento, mas em uma cena eu me envolvi com a história ao ponto de me emocionar. Pena que logo depois, o roteiro fez questão de me lembrar que estava em um filme sem grandes pretensões emocionais e não em um clássico como Benji.
Outra coisa que incomoda é a dublagem. Dizem que a dublagem brasileira é a melhor do mundo, mas nesse filme algo de sofrível aconteceu. Tudo soa muito estranho e forçado. Queria ter a opção de ver a versão legendada original, que no Brasil não chegou. Não posso dizer também que tenham grandes atuações. Mas o efeito dos bichos falando e reagindo em cena é bem trabalhado.
Marmaduke pode não ser um primor de roteiro, nem ter um foco duplo, preocupando-se em agradar as crianças e os pais, como a maioria das animações atuais. É um filme infantil, sem grandes pretensões. Mas, os pequenos que estavam na minha sessão deram risada e se divertiram. E eu também, confesso.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Divirta-se com Marmaduke
2010-06-09T13:15:00-03:00
Amanda Aouad
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