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O mundo imaginário do Dr. Parnassus
O mundo imaginário do Dr. Parnassus
Para suprir a ausência de um grande ator em um filme foi preciso três substitutos. Com a morte trágica de Heath Ledger, antes de terminar as filmagens de Dr. Parnassus, Johnny Depp, Colin Farrell e Jude Law não apenas aceitaram continuar o personagem, como doaram o cachê para filha do ator falecido. Um belo gesto, uma bela homenagem. A proposta onírica do filme de Terry Gilliam permitia essa junção e tudo pareceu se encaixar. Uma pena que falta um pouco de ritmo para o longametragem, de fato, decolar.
A história gira em torno de uma trupe itinerante, em uma espécie de teatro mambembe, onde a grande atração para o público é uma experiência onírica. A mente em transe do Dr. Parnassus tem o poder de tornar os sonhos realidade, basta que o espectador atravesse um espelho. O problema é que o tal fazedor de sonhos só vive bêbado e deprimido porque, no passado, fez um pacto com o diabo para conseguir vida eterna e agora o gatuno veio cobrar a sua parte no trato.
A idéia do poder de contar histórias e fazer as pessoas sonhar, a crítica que o roteiro esboça em relação à época em que vivemos, onde os sonhos não tem mais o mesmo valor, o jogo de imaginação e realidade são muito interessantes. Assim como a magnífica direção de arte, fotografia e efeitos especiais do longametragem. Os cenários oníricos são belíssimos. A viagem é constante e impressionante. O problema está no roteiro. Provavelmente devido a perda do seu protagonista, Terry Gilliam, que também assina o roteiro do filme, fez vários malabarismos para fechar a história.
A solução de trocar de ator a cada vez que Tony Shepherd entra no espelho é genial, mas o conjunto da obra ficou cheio de peças soltas. Tudo tem que se resolver no mundo imaginário, enquanto que o real vira uma colcha de retalhos, com várias partes sem explicação. Além disso, o clímax do filme perde o foco. A disputa entre Parnassus e o diabo não tem a mesma força da vida misteriosa de Tony, que aparece para o grupo enforcado debaixo de uma ponte e totalmente desmemoriado. Também nada garante que, se Heath Ledger continasse vivo, a conclusão do roteiro focaria no personagem. Pelo que vemos na tela, creio que sim.
Aliás, Heath Ledger está fantástico e só me faz lamentar ainda mais sua morte prematura. Depp, Farrell e Law não deixam o nível cair, mas não tem a mesma força da construção que o ator fez. Tom Waits também está ótimo como o diabo e Andrew Garfield funciona bem como garoto Anton. Já Lily Cole não mostra muito a que veio como a chata Valentina, filha do Dr. Parnassus. Christopher Plummer é um caso a parte, já que seu personagem está sempre bêbado ou em transe. A composição do Dr. Parnassus é uma das mais complexas que já vi.
O resumo da história é o mundo imaginário de Terry Gilliam. Complexo, grandioso, para poucos. Não é um filme popular, não tem um estilo de gosto abrangente. Bem feito, produzido e construído é uma experiência interessante, mas poderia ser muito melhor. E ainda não chega perto do que, para mim, é de longe a melhor obra do diretor: Os 12 Macacos.
A história gira em torno de uma trupe itinerante, em uma espécie de teatro mambembe, onde a grande atração para o público é uma experiência onírica. A mente em transe do Dr. Parnassus tem o poder de tornar os sonhos realidade, basta que o espectador atravesse um espelho. O problema é que o tal fazedor de sonhos só vive bêbado e deprimido porque, no passado, fez um pacto com o diabo para conseguir vida eterna e agora o gatuno veio cobrar a sua parte no trato.
A idéia do poder de contar histórias e fazer as pessoas sonhar, a crítica que o roteiro esboça em relação à época em que vivemos, onde os sonhos não tem mais o mesmo valor, o jogo de imaginação e realidade são muito interessantes. Assim como a magnífica direção de arte, fotografia e efeitos especiais do longametragem. Os cenários oníricos são belíssimos. A viagem é constante e impressionante. O problema está no roteiro. Provavelmente devido a perda do seu protagonista, Terry Gilliam, que também assina o roteiro do filme, fez vários malabarismos para fechar a história.
A solução de trocar de ator a cada vez que Tony Shepherd entra no espelho é genial, mas o conjunto da obra ficou cheio de peças soltas. Tudo tem que se resolver no mundo imaginário, enquanto que o real vira uma colcha de retalhos, com várias partes sem explicação. Além disso, o clímax do filme perde o foco. A disputa entre Parnassus e o diabo não tem a mesma força da vida misteriosa de Tony, que aparece para o grupo enforcado debaixo de uma ponte e totalmente desmemoriado. Também nada garante que, se Heath Ledger continasse vivo, a conclusão do roteiro focaria no personagem. Pelo que vemos na tela, creio que sim.
Aliás, Heath Ledger está fantástico e só me faz lamentar ainda mais sua morte prematura. Depp, Farrell e Law não deixam o nível cair, mas não tem a mesma força da construção que o ator fez. Tom Waits também está ótimo como o diabo e Andrew Garfield funciona bem como garoto Anton. Já Lily Cole não mostra muito a que veio como a chata Valentina, filha do Dr. Parnassus. Christopher Plummer é um caso a parte, já que seu personagem está sempre bêbado ou em transe. A composição do Dr. Parnassus é uma das mais complexas que já vi.
O resumo da história é o mundo imaginário de Terry Gilliam. Complexo, grandioso, para poucos. Não é um filme popular, não tem um estilo de gosto abrangente. Bem feito, produzido e construído é uma experiência interessante, mas poderia ser muito melhor. E ainda não chega perto do que, para mim, é de longe a melhor obra do diretor: Os 12 Macacos.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
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2010-07-28T08:47:00-03:00
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