Alguns motivos para não se apaixonar
O título do filme do diretor argentino Mariano Mucci é quase uma pegadinha. Afinal, ao contrário da realista 500 dias com ela, ou a inovadora Amelie Poulain, Alguns motivos para não se apaixonar é uma típica comédia romântica nos melhor e piores moldes americanos. Ainda assim, traz o frescor de uma história que poderia acontecer em qualquer lugar, nos envolvendo e, principalmente, brincando com sutilezas e metáforas que tornam a narrativa interessante.
Clara é uma operadora de telemarketing infeliz no amor. Já tendo passado por diversas tentativas de relacionamentos, investe em um romance com Axel e logo é traída. Sem ter onde morar, acaba tendo sua vida cruzada com Téo, um senhor solitário e misterioso que parece estar de mal com vida. Rabugento, parece ter TOC, pois não pode ver um papel sendo jogado no chão e fica incontrolável. As artimanhas do roteiro para unir esses dois são frágeis e clichês, mas os detalhes é que o tornam interessante, como uma calcinha voando pela janela.
Da relação e tentativas de regras dos dois mundos começa a se desenvolver uma apaixonante relação impossível, mas já previsível, que, como já falei, nos envolve pelos detalhes. A trama é óbvia, sim, como todas as comédias românticas, eles brigam, se apaixonam e tal, ainda mais com vizinhos, amigos e síndica insinuando o tempo todo que vão acabar juntos. Mas, esse não é ponto principal. O gostoso é ver como isso vai se desenrolando. Sem compromissos com inovações surpreendentes ou marcos cinematográficos, nos é permitido também contar boas histórias.
O roteiro adaptado pelo diretor do original de Maria Laura Gargarella traz informações sutis, como a depressão inicial de Téo e seus pensamentos suicidas, ou metáforas interessantes como "você está no céu" na cena da amarelinha, a tartaruga ou a comparação da posição de Clara na galeria. São detalhes percebidos que tornam a narrativa mais interessante. As indicações estão todas lá, inclusive da pintura e da cozinha. A direção é precisa, com cuidados interessantes nos enquadramentos em momentos chaves. E com a ampliação da expectativa a cada girada de câmera.
Não é um grande filme, não pode ser comparado a um O Segredo dos seus Olhos, por exemplo. Mas, é um bom representante do cinema argentino, com direito a uma bela cena de tango e tudo mais. Uma crônica cotidiana, uma comédia romântica gostosa de se ver. Coisas que apreciamos no cinema de Hollywood, por vezes, com muito menos cuidado, por que não prestigiar em um cinema latino? Agora, se você é daqueles que não gosta do gênero, é melhor ficar longe desse para não achá-lo uma idéia requentada de muitas outras que já foram vistas.
Clara é uma operadora de telemarketing infeliz no amor. Já tendo passado por diversas tentativas de relacionamentos, investe em um romance com Axel e logo é traída. Sem ter onde morar, acaba tendo sua vida cruzada com Téo, um senhor solitário e misterioso que parece estar de mal com vida. Rabugento, parece ter TOC, pois não pode ver um papel sendo jogado no chão e fica incontrolável. As artimanhas do roteiro para unir esses dois são frágeis e clichês, mas os detalhes é que o tornam interessante, como uma calcinha voando pela janela.
Da relação e tentativas de regras dos dois mundos começa a se desenvolver uma apaixonante relação impossível, mas já previsível, que, como já falei, nos envolve pelos detalhes. A trama é óbvia, sim, como todas as comédias românticas, eles brigam, se apaixonam e tal, ainda mais com vizinhos, amigos e síndica insinuando o tempo todo que vão acabar juntos. Mas, esse não é ponto principal. O gostoso é ver como isso vai se desenrolando. Sem compromissos com inovações surpreendentes ou marcos cinematográficos, nos é permitido também contar boas histórias.
O roteiro adaptado pelo diretor do original de Maria Laura Gargarella traz informações sutis, como a depressão inicial de Téo e seus pensamentos suicidas, ou metáforas interessantes como "você está no céu" na cena da amarelinha, a tartaruga ou a comparação da posição de Clara na galeria. São detalhes percebidos que tornam a narrativa mais interessante. As indicações estão todas lá, inclusive da pintura e da cozinha. A direção é precisa, com cuidados interessantes nos enquadramentos em momentos chaves. E com a ampliação da expectativa a cada girada de câmera.
Não é um grande filme, não pode ser comparado a um O Segredo dos seus Olhos, por exemplo. Mas, é um bom representante do cinema argentino, com direito a uma bela cena de tango e tudo mais. Uma crônica cotidiana, uma comédia romântica gostosa de se ver. Coisas que apreciamos no cinema de Hollywood, por vezes, com muito menos cuidado, por que não prestigiar em um cinema latino? Agora, se você é daqueles que não gosta do gênero, é melhor ficar longe desse para não achá-lo uma idéia requentada de muitas outras que já foram vistas.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Alguns motivos para não se apaixonar
2010-08-16T13:06:00-03:00
Amanda Aouad
cinema latino|critica|drama|romance|
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