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A Origem - primeiras impressões
A Origem - primeiras impressões
Não sei se é exagero chamar A Origem de o filme do ano, mas com certeza você não vai deixar de se impressionar com o que vai assistir na tela. Cristopher Nolan já havia provado que tinha imaginação suficiente para trazer algo novo em Amnésia e dirigir um filme beirando a perfeição como Cavaleiro das Trevas. Mas, com A Origem ele traz não apenas uma história original, como conceitos e possibilidades novas. A liberdade que o argumento do filme lhe dá, proporciona cenas belíssimas. Acredite. Você não vai ver as duas horas e meia passar. Para completar, ele se fez valer de um elenco de peso: Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ellen Page, Tom Hardy, Tom Berenger, Dileep Rao, Ken Watanabe, Cillian Murphy e Michael Caine estão em uma performance incrível à disposição de um mundo dos sonhos.
Gostaria de ter visto esse filme da mesma forma que vi Matrix em 1999, totalmente desavisada de qualquer pequeno spoiler, inclusive o trailer. Não foi o caso, principalmente após ler algumas matérias que entregaram a trama inteira. Ainda assim, me surpreendi. Por isso, não vou contar aqui para vocês do que se trata. A essa altura é quase impossível vocês não saberem que estamos lidando com o campo dos sonhos, mas ficaremos nisso. Pretendo fazer um texto mais a frente comentando a trama com maiores detalhes, depois que todo mundo tiver assistido e eu revisto. Porque, sim, eu preciso ver esse filme novamente. Você provavelmente terá a mesma vontade.
A possibilidade de falar de sonhos, algo que, por mais teorias psicológicas que existam, ninguém ainda explicou exatamente como funciona, deu a Cristopher Nolan a liberdade de criar qualquer coisa. Mesmo a passagem de tempo que achei absurda, afinal Isaac Newton já dizia que "o tempo é uma ilusão". A nossa mente é atemporal. Mesmo assim, é um universo criado, tudo fica crível, verossímil. É totalmente possível comprar aquela idéia ainda que eles não nos expliquem muito como aquilo tudo acontece. Ao contrário de Matrix que deu explicações até demais.
Nolan vai ainda na contramão da moda. Sugeriram que ele filmasse em 3D, o que ele abominou, fazendo o filme em IMAX. E usou o mínimo de efeitos especiais. Fez questão de filmar em cenários reais, explodir galpões e viajar por quatro cidades: Tóquio, Inglaterra, Los Angeles e Calgary. O resultado é de encher os olhos. Há cenas incríveis como uma em que o personagem Arthur prepara a explosão de um elevador. Ou a cena já exposta no trailer em que a cidade se dobra. Ou ainda a cena em que os prédios são destruídos na praia. É tudo muito bem construído, estruturado, faz sentido. A construção narrativa é maravilhosa, complexa, inteligente que nos faz pensar e discutir o que acabamos de assistir.
Leonardo DiCaprio interpreta o protagonista Dom Cobb. Segundo papel de destaque no ano, após Ilha do Medo. E a construção de seu personagem é complexa ao extremo, possui a maior carga dramática, a maior transformação e catarse a vivenciar, além de ser a força motora daquela história. Marion Cotillard como sua esposa, Joseph Gordon-Levitt como o braço direito Arthur e Ellen Page como a arquiteta Ariadne completam o pilar do personagem, dando uma dinâmica verossímil à sua trajetória.
Para completar, achei genial o código utilizado a partir da música de Edith Piaf, "Non, Je Ne Regrette Rien", que significaria "Não, eu não lamento nada". O simbólico da letra se encaixa perfeitamente com o drama do personagem e com o universo do sonho. Além de acabar virando uma referência ou brincadeira a Marion Cotillard, que interpretou Piaf no cinema.
Em todos os aspectos, A Origem é um filme impressionante e envolvente. Nos deixando um enorme pulga atrás da orelha no final. A única coisa que realmente eu poderia criticar seria a tradução do título do filme Inception. A inserção, que é o argumento do filme faz todo o sentido. A Origem fica mais forçado, por mais que tentem explicar que ali está a origem de tudo.
Gostaria de ter visto esse filme da mesma forma que vi Matrix em 1999, totalmente desavisada de qualquer pequeno spoiler, inclusive o trailer. Não foi o caso, principalmente após ler algumas matérias que entregaram a trama inteira. Ainda assim, me surpreendi. Por isso, não vou contar aqui para vocês do que se trata. A essa altura é quase impossível vocês não saberem que estamos lidando com o campo dos sonhos, mas ficaremos nisso. Pretendo fazer um texto mais a frente comentando a trama com maiores detalhes, depois que todo mundo tiver assistido e eu revisto. Porque, sim, eu preciso ver esse filme novamente. Você provavelmente terá a mesma vontade.
A possibilidade de falar de sonhos, algo que, por mais teorias psicológicas que existam, ninguém ainda explicou exatamente como funciona, deu a Cristopher Nolan a liberdade de criar qualquer coisa. Mesmo a passagem de tempo que achei absurda, afinal Isaac Newton já dizia que "o tempo é uma ilusão". A nossa mente é atemporal. Mesmo assim, é um universo criado, tudo fica crível, verossímil. É totalmente possível comprar aquela idéia ainda que eles não nos expliquem muito como aquilo tudo acontece. Ao contrário de Matrix que deu explicações até demais.
Nolan vai ainda na contramão da moda. Sugeriram que ele filmasse em 3D, o que ele abominou, fazendo o filme em IMAX. E usou o mínimo de efeitos especiais. Fez questão de filmar em cenários reais, explodir galpões e viajar por quatro cidades: Tóquio, Inglaterra, Los Angeles e Calgary. O resultado é de encher os olhos. Há cenas incríveis como uma em que o personagem Arthur prepara a explosão de um elevador. Ou a cena já exposta no trailer em que a cidade se dobra. Ou ainda a cena em que os prédios são destruídos na praia. É tudo muito bem construído, estruturado, faz sentido. A construção narrativa é maravilhosa, complexa, inteligente que nos faz pensar e discutir o que acabamos de assistir.
Leonardo DiCaprio interpreta o protagonista Dom Cobb. Segundo papel de destaque no ano, após Ilha do Medo. E a construção de seu personagem é complexa ao extremo, possui a maior carga dramática, a maior transformação e catarse a vivenciar, além de ser a força motora daquela história. Marion Cotillard como sua esposa, Joseph Gordon-Levitt como o braço direito Arthur e Ellen Page como a arquiteta Ariadne completam o pilar do personagem, dando uma dinâmica verossímil à sua trajetória.
Para completar, achei genial o código utilizado a partir da música de Edith Piaf, "Non, Je Ne Regrette Rien", que significaria "Não, eu não lamento nada". O simbólico da letra se encaixa perfeitamente com o drama do personagem e com o universo do sonho. Além de acabar virando uma referência ou brincadeira a Marion Cotillard, que interpretou Piaf no cinema.
Em todos os aspectos, A Origem é um filme impressionante e envolvente. Nos deixando um enorme pulga atrás da orelha no final. A única coisa que realmente eu poderia criticar seria a tradução do título do filme Inception. A inserção, que é o argumento do filme faz todo o sentido. A Origem fica mais forçado, por mais que tentem explicar que ali está a origem de tudo.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Origem - primeiras impressões
2010-08-05T08:50:00-03:00
Amanda Aouad
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