Batalha por T.E.R.A
Batalha por T.E.R.A. é uma animação muito bem feita, mas que esbarra na mesma história de Pocahontas que foi tão bem explorada pelo Avatar de James Cameron. A diferença aqui é que Maia, a nativa, e o humano Jim não se tornam exatamente um casal, mas dois amigos que devem a vida um ao outro. A premissa, no entanto, é a mesma e, infelizmente, esbarra em vários problemas que o levaram ao fracasso mundial. O principal é que não é um filme típico para crianças. Aqui em Salvador ainda chegou em uma única sessão, sem o 3D que levou alguns anos para ser feito, motivo que o fez chegar ao Brasil com tanto tempo de atraso. Uma pena.
Humanos já esgotaram a Terra e mais dois planetas vizinhos e vagam pelo universo a procura de um novo lar. É aí que encontram T.E.R.A. um planeta habitado por uma simpática raça pacífica que possui uma ligação muito forte com a natureza e é liderada por um grupo de anciões que não permite que sua população saia do primitivismo. O que parece uma ditadura ruim vai ser justificada no decorrer do filme, apelando para várias histórias já conhecidas. Ainda assim, com uma mensagem evolutiva interessante. O problema da convivência entre as duas raças é bem simples: o ar que respiramos. Para que o planeta seja habitável à raça humana é necessário transformar sua atmosfera enchendo-a com oxigênio, mas este gás essencial para nós, é fatal para os terreanos. Cria-se o impasse.
Em meio a essa guerra está a jovem Maia, uma terreana esperta que tem seu pai sequestrado pelos invasores e acaba salvando a vida de um terráqueo que promete ajudá-la a encontrar seu pai em troca. Jim e Maia começam uma amizade impossível, onde terão que se enfrentar na guerra iminente, onde tudo pode acontecer. Junto a eles, encontra-se ainda Guido, um robô simpático que é uma mistura de R2D2, C3PO e Wall-E. Ele não possui sentimentos, apenas é guiado pela lógica, mas segue cegamente as ordens de seu chefe, protegendo-o, conhece várias línguas, podendo ser o diplomata entre os dois seres e seu design que privilegia os dois olhos.
A animação é bem feita, apesar de não ter o primor técnico da Pixar, por exemplo. As cenas de batalha, a construção do mundo, tudo é condizente. Aristomenis Tsirbas conseguiu dirigir uma aventura que nos envolve, mesmo com um roteiro tão clichê. A trajetória dos dois protagonistas é coerente e o final típico. Não há mistérios, não há surpresas, mas é uma história agradável. O problema é que não é tão divertida, nem apela para os recursos fáceis para entreter crianças. Por isso, acaba se tornando um filme sem público. As crianças não se empolgam e os adultos acham mais do mesmo. Com pouca divulgação e poucas salas, então, fica quase impossível boas bilheterias.
Vi o trailer de Batalha por T.E.R.A pela primeira vez no filme Os fantasmas de Scrooge, e me impressionou as batalhas aéreas em 3D. Mesmo sabendo que a tecnologia foi colocada depois para relançar o filme no mercado internacional, fiquei curiosa para ver a versão. Uma pena que aqui só chegou no "velho" 2D. É a incongruência da lógica de mercado brasileiro. Pelo menos, poderiam nos dar a opção.
Mesmo com problemas de roteiro e não possuindo uma técnica tão perfeita, Batalha por T.E.R.A é um filme que merece ser redescoberto. É um filme honesto, como definiria um amigo meu, sem grandes pretensões. Mais um alerta para a nossa postura diante dos bens naturais e para nossa solução bélica para todos os problemas. Podemos estar cavando a nossa cova num futuro bem próximo se não mudarmos nossas atitudes. Vejam, se tiverem oportunidade, e em 3D. Pelo trailer que vi, acredito que valha mais a pena.
Humanos já esgotaram a Terra e mais dois planetas vizinhos e vagam pelo universo a procura de um novo lar. É aí que encontram T.E.R.A. um planeta habitado por uma simpática raça pacífica que possui uma ligação muito forte com a natureza e é liderada por um grupo de anciões que não permite que sua população saia do primitivismo. O que parece uma ditadura ruim vai ser justificada no decorrer do filme, apelando para várias histórias já conhecidas. Ainda assim, com uma mensagem evolutiva interessante. O problema da convivência entre as duas raças é bem simples: o ar que respiramos. Para que o planeta seja habitável à raça humana é necessário transformar sua atmosfera enchendo-a com oxigênio, mas este gás essencial para nós, é fatal para os terreanos. Cria-se o impasse.
Em meio a essa guerra está a jovem Maia, uma terreana esperta que tem seu pai sequestrado pelos invasores e acaba salvando a vida de um terráqueo que promete ajudá-la a encontrar seu pai em troca. Jim e Maia começam uma amizade impossível, onde terão que se enfrentar na guerra iminente, onde tudo pode acontecer. Junto a eles, encontra-se ainda Guido, um robô simpático que é uma mistura de R2D2, C3PO e Wall-E. Ele não possui sentimentos, apenas é guiado pela lógica, mas segue cegamente as ordens de seu chefe, protegendo-o, conhece várias línguas, podendo ser o diplomata entre os dois seres e seu design que privilegia os dois olhos.
A animação é bem feita, apesar de não ter o primor técnico da Pixar, por exemplo. As cenas de batalha, a construção do mundo, tudo é condizente. Aristomenis Tsirbas conseguiu dirigir uma aventura que nos envolve, mesmo com um roteiro tão clichê. A trajetória dos dois protagonistas é coerente e o final típico. Não há mistérios, não há surpresas, mas é uma história agradável. O problema é que não é tão divertida, nem apela para os recursos fáceis para entreter crianças. Por isso, acaba se tornando um filme sem público. As crianças não se empolgam e os adultos acham mais do mesmo. Com pouca divulgação e poucas salas, então, fica quase impossível boas bilheterias.
Vi o trailer de Batalha por T.E.R.A pela primeira vez no filme Os fantasmas de Scrooge, e me impressionou as batalhas aéreas em 3D. Mesmo sabendo que a tecnologia foi colocada depois para relançar o filme no mercado internacional, fiquei curiosa para ver a versão. Uma pena que aqui só chegou no "velho" 2D. É a incongruência da lógica de mercado brasileiro. Pelo menos, poderiam nos dar a opção.
Mesmo com problemas de roteiro e não possuindo uma técnica tão perfeita, Batalha por T.E.R.A é um filme que merece ser redescoberto. É um filme honesto, como definiria um amigo meu, sem grandes pretensões. Mais um alerta para a nossa postura diante dos bens naturais e para nossa solução bélica para todos os problemas. Podemos estar cavando a nossa cova num futuro bem próximo se não mudarmos nossas atitudes. Vejam, se tiverem oportunidade, e em 3D. Pelo trailer que vi, acredito que valha mais a pena.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Batalha por T.E.R.A
2010-09-28T11:07:00-03:00
Amanda Aouad
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