Como Cães e Gatos 2
Continuações quase sempre não me soam bem. Na tentativa de repetir o sucesso dos filmes anteriores começam a criar reprises do arco dramático com os mesmos personagens. Às vezes temos boas continuações, onde algo novo é realmente acrescentado. Mas, há também aqueles em que apesar da reprise da fórmula, nos surpreendem com uma boa diversão. É o caso de Como Cães e Gatos 2. A fórmula é a mesma, cães recrutam um cão desajeitado para ser personagem chave em uma missão contra um gato maluco que quer destruir os caninos. Dessa vez, no entanto, o gato maluco, ou melhor a gata, não quer destruir apenas os cães, mas os humanos. Aí entra a diferença do primeiro. Os gatos não são simples vilões. Apesar das diferenças históricas, eles se juntam aos cães para derrotar Kitty Galore.
Kitty Galore é uma ex-agente traumatizada por um acidente que lhe tirou os pêlos e a fez ser rejeitada por seus donos. Agora ela quer se vingar e cabe à equipe da união dos cães com os gatos impedir isso. O recruta agora é Diggs, um pastor alemão da polícia civil que consegue atrapalhar todas as suas missões. Mas, Lou vê nele um cão de coragem que pode ser essencial para missão. Sim, Lou, o beagle atrapalhado do primeiro filme é agora o chefe dos cães, usando gravata e óculos. Já o agente alfa Butch continua nas ruas e será o parceiro de Diggs. A gata Catherine forma o trio bem ao estilo A incrível jornada, tendo no pombo Seamus o alívio cômico.
Como Cães e Gatos 2 é aquela história cheia de clichês e referências, mas que cria situações hilárias, principalmente para aqueles que amam cachorros. A fidelidade canina e o amor dos homens por seus animais, aqui representado pelo ator Chris O´Donnell que faz o policial parceiro de Diggs, são os ingredientes chaves do roteiro que nos fazem torcer por aquela jornada. Até porque a vida da raça humana está em risco. A forma como o plano vai sendo apresentado e os espiões são se revelando de um lado ou de outro é interessante e divertido.
As referências são um show à parte. Temos desde uma frase solta dita pelo pombo: "salvem os cães, salvem o mundo", que nos remete diretamente a série Heroes ("salve a líder de torcida, salve o mundo") até uma sequência inteira a la O Silêncio dos Inocentes. O gato Mr. Tinkles, o vilão do primeiro filme, encontra-se agora em uma prisão apenas para gatos doentes mentais. Em sua cela de vidro, amarrado e com uma focinheira igual a de Dr. Hannibal, ele é visitado pelo grupo que quer utilizar sua experiência de vilania para desvendar qual seria o plano de Kitty Galore. A premissa é exatamente a mesma de Clarice Starling, a personagem de Jodie Foster, consultando o canibal para pegar o serial killer que está investigando. Só que aqui, em vez do clima tenso do filme, temos uma sátira engraçadíssima com o gato.
O 3D também me surpreendeu, desde a introdução, onde somos brindados com um desenho do Coiote e Papaléguas, que estão ótimos naquelas perseguições inúteis, passando pelo filme até os créditos, onde vídeos diversos de cães e gatos que circulam pelo Youtube aparecem em uma tela que avança aos nossos olhos. O filme explora tanto objetos suspensos em nossa frente quanto a profundidade da tela, e pode ser um plus na aventura se você ainda não enjoou daqueles óculos incômodos. Não acrescenta diretamente nada à fruição da história, mas ainda soa como novidade e tem efeitos interessantes.
Se você não gosta de animais e acha forçado colocarem os bichos para falar e agir como se fossem gente, esse filme não é para você. Agora, se consegue viajar na fantasia, sem se preocupar com algumas licenças poéticas e adora cães e gatos, vai se divertir tanto quanto eu a ponto de considerar de fato este um dos bons filmes do ano. Só achei desnecessário aquele final. A sequência é quase a introdução para um terceiro filme, o que minha paciência com continuações já acende a luz vermelha de novo.
Kitty Galore é uma ex-agente traumatizada por um acidente que lhe tirou os pêlos e a fez ser rejeitada por seus donos. Agora ela quer se vingar e cabe à equipe da união dos cães com os gatos impedir isso. O recruta agora é Diggs, um pastor alemão da polícia civil que consegue atrapalhar todas as suas missões. Mas, Lou vê nele um cão de coragem que pode ser essencial para missão. Sim, Lou, o beagle atrapalhado do primeiro filme é agora o chefe dos cães, usando gravata e óculos. Já o agente alfa Butch continua nas ruas e será o parceiro de Diggs. A gata Catherine forma o trio bem ao estilo A incrível jornada, tendo no pombo Seamus o alívio cômico.
Como Cães e Gatos 2 é aquela história cheia de clichês e referências, mas que cria situações hilárias, principalmente para aqueles que amam cachorros. A fidelidade canina e o amor dos homens por seus animais, aqui representado pelo ator Chris O´Donnell que faz o policial parceiro de Diggs, são os ingredientes chaves do roteiro que nos fazem torcer por aquela jornada. Até porque a vida da raça humana está em risco. A forma como o plano vai sendo apresentado e os espiões são se revelando de um lado ou de outro é interessante e divertido.
As referências são um show à parte. Temos desde uma frase solta dita pelo pombo: "salvem os cães, salvem o mundo", que nos remete diretamente a série Heroes ("salve a líder de torcida, salve o mundo") até uma sequência inteira a la O Silêncio dos Inocentes. O gato Mr. Tinkles, o vilão do primeiro filme, encontra-se agora em uma prisão apenas para gatos doentes mentais. Em sua cela de vidro, amarrado e com uma focinheira igual a de Dr. Hannibal, ele é visitado pelo grupo que quer utilizar sua experiência de vilania para desvendar qual seria o plano de Kitty Galore. A premissa é exatamente a mesma de Clarice Starling, a personagem de Jodie Foster, consultando o canibal para pegar o serial killer que está investigando. Só que aqui, em vez do clima tenso do filme, temos uma sátira engraçadíssima com o gato.
O 3D também me surpreendeu, desde a introdução, onde somos brindados com um desenho do Coiote e Papaléguas, que estão ótimos naquelas perseguições inúteis, passando pelo filme até os créditos, onde vídeos diversos de cães e gatos que circulam pelo Youtube aparecem em uma tela que avança aos nossos olhos. O filme explora tanto objetos suspensos em nossa frente quanto a profundidade da tela, e pode ser um plus na aventura se você ainda não enjoou daqueles óculos incômodos. Não acrescenta diretamente nada à fruição da história, mas ainda soa como novidade e tem efeitos interessantes.
Se você não gosta de animais e acha forçado colocarem os bichos para falar e agir como se fossem gente, esse filme não é para você. Agora, se consegue viajar na fantasia, sem se preocupar com algumas licenças poéticas e adora cães e gatos, vai se divertir tanto quanto eu a ponto de considerar de fato este um dos bons filmes do ano. Só achei desnecessário aquele final. A sequência é quase a introdução para um terceiro filme, o que minha paciência com continuações já acende a luz vermelha de novo.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Como Cães e Gatos 2
2010-09-02T08:44:00-03:00
Amanda Aouad
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