A Jovem Rainha Vitória
A Era Vitoriana já foi contada em versos e prosas, sendo referência de uma época de prosperidade para a Inglaterra, em sua política expansionista e Revolução Industrial. Temos também a curiosidade científica de Vitória ter sido a primeira portadora da hemofilia, passando os genes aos seus descendentes. Mas, nada disso está no filme de Jean Marc Valée, como o título já antecipa, aqui falamos da jovem Rainha Vitória. O roteiro de Julian Fellowes foca, então, no momento em que a monarca assumiu com apenas dezoito anos o Reino da Inglaterra. Vitória era uma menina inexperiente, mas já cheia de vontades e determinações.
Passando rapidamente pela infância, o filme foca, principalmente em um ano antes da coroação e um pouco depois dela. O que está em jogo é a luta da moça e seu tio, o rei William, em não deixar que a Inglaterra passe por um período de regência. O tutor natural seria John Conroy, homem interesseiro e companheiro da mãe de Vitória. Paralelo a isso, a herdeira do trono encontra em seu primo Príncipe Albert uma força extra e o amor que se desenvolve aos poucos. Mas, até que essa duas almas se encontrem e reinem a Inglaterra como mostra os livros de história, Vitória irá ser aconselhada pelo primeiro ministro Lorde Melbourne que lhe trará erros e acertos no início do reinado.
O filme é feliz ao privilegiar esses momentos decisivos que ajudam a construir a personalidade da mais famosa rainha do mundo, em seu reinado mais duradouro. A história torna-se interessante, mesmo para quem não gosta de história, nem de bastidores da família real britânica. É uma história de amor, superação e intrigas familiares, como muitas que vemos por aí. Tanto a direção de Jean Marc Valée quanto o roteiro de Julian Fellowes dão privilégios a pequenas coisas, gestos, situações que nos deixem íntimos e nos façam torcer por aqueles personagens.
Emily Blunt surpreende com uma Vitória decidida e de natureza encantadora, assim como Rupert Friend está bem com seu seguro Príncipe Albert. Destaque para Jim Broadbent como o Rei William e Miranda Richardson como a duquesa Kent, mãe de Vitória. A falta de cobrança de recriação de momentos históricos dá mais leveza aos personagens que estão à vontade em cena. Outro elemento que ajuda é o cenário. Como o filme é produzido por Sarah Ferguson, que foi casada com o filho da Rainha Elizabeth, o filme foi rodado em lugares autênticos como o castelo Belvoir, onde ela realmente esteve. Isso, junto ao belo figurino vencedor do Oscar, dá uma construção real interessante.
O jovem rainha Vitória pode não ser uma obra-prima, nem daqueles filmes essenciais. Mas, nos envolve em uma história cativante com personagens carismáticos e um roteiro bastante feliz. Foi uma grata surpresa para mim, já que cumpre perfeitamente o objetivo a que se propõe. Talvez os historiadores e presos nos feitos históricos, para o bem e para o mal, fiquem um pouco indignados com a visão romântica do filme. Mas, a escolha dos cineastas foi muito clara, desde o título da película.
Passando rapidamente pela infância, o filme foca, principalmente em um ano antes da coroação e um pouco depois dela. O que está em jogo é a luta da moça e seu tio, o rei William, em não deixar que a Inglaterra passe por um período de regência. O tutor natural seria John Conroy, homem interesseiro e companheiro da mãe de Vitória. Paralelo a isso, a herdeira do trono encontra em seu primo Príncipe Albert uma força extra e o amor que se desenvolve aos poucos. Mas, até que essa duas almas se encontrem e reinem a Inglaterra como mostra os livros de história, Vitória irá ser aconselhada pelo primeiro ministro Lorde Melbourne que lhe trará erros e acertos no início do reinado.
O filme é feliz ao privilegiar esses momentos decisivos que ajudam a construir a personalidade da mais famosa rainha do mundo, em seu reinado mais duradouro. A história torna-se interessante, mesmo para quem não gosta de história, nem de bastidores da família real britânica. É uma história de amor, superação e intrigas familiares, como muitas que vemos por aí. Tanto a direção de Jean Marc Valée quanto o roteiro de Julian Fellowes dão privilégios a pequenas coisas, gestos, situações que nos deixem íntimos e nos façam torcer por aqueles personagens.
Emily Blunt surpreende com uma Vitória decidida e de natureza encantadora, assim como Rupert Friend está bem com seu seguro Príncipe Albert. Destaque para Jim Broadbent como o Rei William e Miranda Richardson como a duquesa Kent, mãe de Vitória. A falta de cobrança de recriação de momentos históricos dá mais leveza aos personagens que estão à vontade em cena. Outro elemento que ajuda é o cenário. Como o filme é produzido por Sarah Ferguson, que foi casada com o filho da Rainha Elizabeth, o filme foi rodado em lugares autênticos como o castelo Belvoir, onde ela realmente esteve. Isso, junto ao belo figurino vencedor do Oscar, dá uma construção real interessante.
O jovem rainha Vitória pode não ser uma obra-prima, nem daqueles filmes essenciais. Mas, nos envolve em uma história cativante com personagens carismáticos e um roteiro bastante feliz. Foi uma grata surpresa para mim, já que cumpre perfeitamente o objetivo a que se propõe. Talvez os historiadores e presos nos feitos históricos, para o bem e para o mal, fiquem um pouco indignados com a visão romântica do filme. Mas, a escolha dos cineastas foi muito clara, desde o título da película.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Jovem Rainha Vitória
2010-09-19T08:45:00-03:00
Amanda Aouad
cinema europeu|critica|drama|
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