Nanny McPhee e as Lições Mágicas
Em 2005, Emma Thompson lançou nos cinemas um projeto bem pessoal: Nanny McPhee - A Babá Encantada. Baseado nos livros de Christianna Brand, o roteiro da própria Emma contava a história de uma babá diferente que colocava ordem em sete crianças com sua bengala mágica. Cinco anos depois, Emma Thompson retoma a personagem título, com um novo roteiro seu, só que agora dirigido pela diretora televisiva Susanna White. O resultado é encantador para crianças de todas as idades, apesar de os adultos poderem achar um pouco tolo ou exagerado em alguns momentos. Talvez por isso, as cópias que chegam ao nosso cinema são todas dubladas. O público está mais do que definido.
E não falo isso como um erro. É uma escolha e vamos analisar a partir dela. Nanny McPhee é uma mulher misteriosa que surge e desaparece como um passe de mágica. Não é encantadora como a lendária Mary Poppins, nem faz questão de o ser. Pelo contrário, sua aparência é de dar inveja a qualquer bruxa de contos de fadas. Com duas verrugas, um rosto deformado e um dentinho característico para fora dos lábios, Nanny se aproxima com sua frase emblemática: "Quando precisam de mim e não me querem eu fico. Quando não mais precisam de mim, mas me querem, eu vou embora". Quem vai querer que você fique? Pergunta uma das crianças. É mesmo difícil de acreditar vendo a primeira imagem da babá.
Desta vez ela vai para o interior da Inglaterra, uma fazenda cheia de lama e fezes de animais, com uma casa simples onde moram Isabel Green e seus três filhos. A situação da família é assustadora. Com pouco dinheiro, o marido na guerra e um cunhado que tenta vender a fazenda a todo custo, eles ainda recebem dois hóspedes ilustres, os mimados primos da capital, que foram enviados pelos pais pelo medo das bombas de guerra. Sem saber o que fazer para conter as crianças, Isabel Green ainda tem que lidar com a patroa esclerosada Sra. Docherty. Aí é que surge a babá Nanny McPhee para salvá-la.
Além da própria Emma Thompson, o filme está repleto de grandes nomes do cinema inglês como Ralph Fiennes e Ewan McGregor, ou mesmo a professora Minerva dos filmes de Harry Potter, Maggie Smith. Para viver Isabel, foi chamada Maggie Gyllenhaal, que acaba sendo o nome mais fraco do elenco. O destaque mesmo é a estrela Emma Thompson. Com sua atuação sempre entregue, despe-se da vaidade e constrói uma matrona grosseira que vai se despindo da feiúra a cada lição aprendida pelas crianças. Chega a ser um alívio poder ver seu belo rosto ao final do filme. O que não deixa de ser uma metáfora a medida que as pessoas vão gostando cada vez mais daquela figura esquisita.
Há cenas que são entretenimento puro para os pequenos, como um número de balé aquático feita por porcos enfeitiçados ou um desarmamento de bomba. E no geral, a aventura é coerente com a proposta fílmica. Bem produzida, com alguns clichês básicos e uma visão de mundo bem educativa. Criança tem que ser obediente, não brigar, saber dividir, ajudar ao próximo, ter coragem e ter fé. Quem não concorda com isso? Essa é uma boa forma dos pequenos aprenderem brincando. Se tiver filho ou sobrinho pequeno, leve-o ao cinema e embarque na aventura.
E não falo isso como um erro. É uma escolha e vamos analisar a partir dela. Nanny McPhee é uma mulher misteriosa que surge e desaparece como um passe de mágica. Não é encantadora como a lendária Mary Poppins, nem faz questão de o ser. Pelo contrário, sua aparência é de dar inveja a qualquer bruxa de contos de fadas. Com duas verrugas, um rosto deformado e um dentinho característico para fora dos lábios, Nanny se aproxima com sua frase emblemática: "Quando precisam de mim e não me querem eu fico. Quando não mais precisam de mim, mas me querem, eu vou embora". Quem vai querer que você fique? Pergunta uma das crianças. É mesmo difícil de acreditar vendo a primeira imagem da babá.
Desta vez ela vai para o interior da Inglaterra, uma fazenda cheia de lama e fezes de animais, com uma casa simples onde moram Isabel Green e seus três filhos. A situação da família é assustadora. Com pouco dinheiro, o marido na guerra e um cunhado que tenta vender a fazenda a todo custo, eles ainda recebem dois hóspedes ilustres, os mimados primos da capital, que foram enviados pelos pais pelo medo das bombas de guerra. Sem saber o que fazer para conter as crianças, Isabel Green ainda tem que lidar com a patroa esclerosada Sra. Docherty. Aí é que surge a babá Nanny McPhee para salvá-la.
Além da própria Emma Thompson, o filme está repleto de grandes nomes do cinema inglês como Ralph Fiennes e Ewan McGregor, ou mesmo a professora Minerva dos filmes de Harry Potter, Maggie Smith. Para viver Isabel, foi chamada Maggie Gyllenhaal, que acaba sendo o nome mais fraco do elenco. O destaque mesmo é a estrela Emma Thompson. Com sua atuação sempre entregue, despe-se da vaidade e constrói uma matrona grosseira que vai se despindo da feiúra a cada lição aprendida pelas crianças. Chega a ser um alívio poder ver seu belo rosto ao final do filme. O que não deixa de ser uma metáfora a medida que as pessoas vão gostando cada vez mais daquela figura esquisita.
Há cenas que são entretenimento puro para os pequenos, como um número de balé aquático feita por porcos enfeitiçados ou um desarmamento de bomba. E no geral, a aventura é coerente com a proposta fílmica. Bem produzida, com alguns clichês básicos e uma visão de mundo bem educativa. Criança tem que ser obediente, não brigar, saber dividir, ajudar ao próximo, ter coragem e ter fé. Quem não concorda com isso? Essa é uma boa forma dos pequenos aprenderem brincando. Se tiver filho ou sobrinho pequeno, leve-o ao cinema e embarque na aventura.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Nanny McPhee e as Lições Mágicas
2010-09-17T08:34:00-03:00
Amanda Aouad
aventura|critica|drama|Emma Thompson|infantil|
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