Como treinar o seu dragão
Como treinar seu dragão é uma simpática aposta da Dreamworks no estilo de animação, pois diverte e nos envolve na história. Não temos aqui bichinhos fofinhos, mas uma história coesa de amizade com personagens cativantes e um arco dramático bem construído. A construção dos personagens principais é bem feita, complexa, e dá uma carga dramática ainda mais interessante no final com as surpreendentes consequências. É bonito e muito bem feito. As cenas de ação e os vôos do dragão são o ponto forte da animação, pena que não conferi no cinema.
Em um vilarejo viking constantemente ameaçado por dragões, Soluço é o frágil filho do líder. Atrapalhado e sem sorte, ninguém acredita que possa vir a se tornar um guerreiro, muito menos enfrentar um dragão. O garoto, no entanto, não desiste e sempre tenta encontrar uma forma de participar das lutas. Um dia, o inusitado acontece. Soluço encontra o pior de todos os dragões, o Fúria da Noite, mas em vez de enfrentá-lo, acaba se tornando seu amigo. A trajetória a partir daí encanta, principalmente por não ser totalmente previsível, apesar de se basear na jornada do herói. Além da boa construção do dragão apelidado de Banguela. Aliás, os nomes são uma brincadeira à parte. Imagine resumir o filme dizendo: narra a amizade de Soluço e Banguela... Eu iria imaginar tudo menos um dragão e um menino.
O importante é que o lagarto preto voador acaba se tornando até fofinho, como Shrek, aquele feio que a gente adora. A aproximação é em doses homeopáticas, não torna-se forçado. Soluço acaba descobrindo coisas que nenhum viking jamais sonhou sobre seus arqui-inimigos, principalmente que eles não precisam ser inimigos de ninguém. A partir do momento em que ele consegue resolver um probleminha do Banguela e passa a voar em sua garupa, a animação fica ainda mais rica em detalhes.
A trilha sonora também envolve um desenho de som empolgante que acompanha vôos, batalhas, treinamentos e momentos de drama. Fica impossível não se envolver com aqueles personagens tornando toda a experiência ainda mais divertida para todas as idades e públicos. Tudo é muito bem calculado, bem feito, sem apelações. Até mesmo realista em alguns momentos.
O ciclo se fecha de forma inteligente, tanto que dá vontade de voltar ao início para comparar a apresentação com o encerramento. A única coisa que destoou foi Soluço dizer que Berk, seu vilarejo, neva por nove meses e nos demais chove granizo. O problema é que o filme inteiro se passa com um céu azul e um sol escaldante. Por mais que o narrador quisesse fazer uma comparação* com o início, não deixa de soar estranho e irreal. Ainda assim, é uma ótima aventura para todos.
* CUIDADO COM O SPOILER - Na abertura do filme, Soluço apresenta seu vilarejo como um local agradável, mas que infelizmente sofre com a praga dos dragões. No encerramento, a narração quis fazer um contra-ponto explicitando a mudança, dizendo que Berk seria um lugar inóspito, mas que bom que eles, pelo menos, tinham os dragões.
Em um vilarejo viking constantemente ameaçado por dragões, Soluço é o frágil filho do líder. Atrapalhado e sem sorte, ninguém acredita que possa vir a se tornar um guerreiro, muito menos enfrentar um dragão. O garoto, no entanto, não desiste e sempre tenta encontrar uma forma de participar das lutas. Um dia, o inusitado acontece. Soluço encontra o pior de todos os dragões, o Fúria da Noite, mas em vez de enfrentá-lo, acaba se tornando seu amigo. A trajetória a partir daí encanta, principalmente por não ser totalmente previsível, apesar de se basear na jornada do herói. Além da boa construção do dragão apelidado de Banguela. Aliás, os nomes são uma brincadeira à parte. Imagine resumir o filme dizendo: narra a amizade de Soluço e Banguela... Eu iria imaginar tudo menos um dragão e um menino.
O importante é que o lagarto preto voador acaba se tornando até fofinho, como Shrek, aquele feio que a gente adora. A aproximação é em doses homeopáticas, não torna-se forçado. Soluço acaba descobrindo coisas que nenhum viking jamais sonhou sobre seus arqui-inimigos, principalmente que eles não precisam ser inimigos de ninguém. A partir do momento em que ele consegue resolver um probleminha do Banguela e passa a voar em sua garupa, a animação fica ainda mais rica em detalhes.
A trilha sonora também envolve um desenho de som empolgante que acompanha vôos, batalhas, treinamentos e momentos de drama. Fica impossível não se envolver com aqueles personagens tornando toda a experiência ainda mais divertida para todas as idades e públicos. Tudo é muito bem calculado, bem feito, sem apelações. Até mesmo realista em alguns momentos.
O ciclo se fecha de forma inteligente, tanto que dá vontade de voltar ao início para comparar a apresentação com o encerramento. A única coisa que destoou foi Soluço dizer que Berk, seu vilarejo, neva por nove meses e nos demais chove granizo. O problema é que o filme inteiro se passa com um céu azul e um sol escaldante. Por mais que o narrador quisesse fazer uma comparação* com o início, não deixa de soar estranho e irreal. Ainda assim, é uma ótima aventura para todos.
* CUIDADO COM O SPOILER - Na abertura do filme, Soluço apresenta seu vilarejo como um local agradável, mas que infelizmente sofre com a praga dos dragões. No encerramento, a narração quis fazer um contra-ponto explicitando a mudança, dizendo que Berk seria um lugar inóspito, mas que bom que eles, pelo menos, tinham os dragões.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Como treinar o seu dragão
2010-10-31T10:40:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|aventura|critica|infantil|oscar 2011|
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