Grandes Cenas: E.T. O Extraterrestre
A nossa porção criança nunca vai esquecer alguns clássicos como o que Steven Spielberg nos brindou em 1982. Centrado na força da amizade, vemos o pequeno Elliott criar um vínculo único com um ser que aparece em seu quintal. Perdido, o pequeno E.T. está assustado e vê no menino, seu protetor. A amizade e a simbiose cresce a medida que o filme nos envolve a ponto de um sentir o que o outro sente. É engraçado, por exemplo, ver Elliott beijando uma coleguinha porque ET está em casa assistindo um filme de amor.
Todo o filme é repleto de belas cenas e momentos clássicos, mas quem lembra da primeira vez em que viu o filme, vai concordar que não há nada mais inesquecível do que ver Elliott e ET voando em uma bicicleta tendo a lua como pano de fundo. Quem nunca sonhou em voar em uma bicicleta daquele jeito? Até o parque temático na Disney tem uma simulação disso. Essa é a típica cena que não tem muito o que explicar, é altamente sensorial.
ET e Elliott estão perdidos, tentando voltar para casa. Ele na cestinha da frente, escondido por um lençol. Quando sente que o menino não vai conseguir levá-los, assume o controle da bicicleta. Interessante perceber a forma como a câmera de Spielberg nos mostra que o ser é quem está no comando do veículo. Com planos fechados da bicicleta sendo levada, os pés de Elliott fora do pedal, o olhar do E.T. completamente concentrado. O grito desesperado do menino dizendo que aquele caminho não é possível, quando estão se aproximando do barranco, dá um frio na espinha. Afinal, achamos que o ET não sabe o que faz.
Vem então a surpresa. A bicicleta plana no ar, a música entra com força total, aumentando o clima de magia. A floresta vai sendo deixada para trás. A expressão do ET já não é mais concentrada e tensa, é triunfante. Ele sabia exatamente o que fazer. Nós que não confiamos nele. Engraçado que agora, voando, os pés de Elliott voltam para os pedais e pedalam como se estivessem no chão. A sintonia dos dois parece construir aquela viagem inesquecível. Quando achamos que tudo já acontece, vendo as cenas aéreas da floresta, Spielberg nos brinda com um plano único. Uma imensa lua azulada com a bicicleta atravessando a tela. É lindo. Não por acaso, essa imagem virou símbolo do filme, em posters camisas, canetas, etc.
O close no rosto de Elliott maravilhado é o reflexo do sentimento da platéia que vibra com ele. E a má aterrissagem no final não é apenas um momento tragicômico do diretor. Pensando no conjunto da obra era preciso criar uma expectativa para a futura cena onde ET e meninos voam, fugindo da polícia. Primeiro a gente se surpreende novamente ao ver que não apenas Elliott, mas todo o grupo voa com o ET. Depois, a gente lembra do problema de pouso anterior e fica com medo de que, ao aterrissarem novamente de forma ruim, eles acabem sendo pegos. É perfeito. Quando quer, Spielberg sabe mesmo mostrar toda sua genialidade.
Todo o filme é repleto de belas cenas e momentos clássicos, mas quem lembra da primeira vez em que viu o filme, vai concordar que não há nada mais inesquecível do que ver Elliott e ET voando em uma bicicleta tendo a lua como pano de fundo. Quem nunca sonhou em voar em uma bicicleta daquele jeito? Até o parque temático na Disney tem uma simulação disso. Essa é a típica cena que não tem muito o que explicar, é altamente sensorial.
ET e Elliott estão perdidos, tentando voltar para casa. Ele na cestinha da frente, escondido por um lençol. Quando sente que o menino não vai conseguir levá-los, assume o controle da bicicleta. Interessante perceber a forma como a câmera de Spielberg nos mostra que o ser é quem está no comando do veículo. Com planos fechados da bicicleta sendo levada, os pés de Elliott fora do pedal, o olhar do E.T. completamente concentrado. O grito desesperado do menino dizendo que aquele caminho não é possível, quando estão se aproximando do barranco, dá um frio na espinha. Afinal, achamos que o ET não sabe o que faz.
Vem então a surpresa. A bicicleta plana no ar, a música entra com força total, aumentando o clima de magia. A floresta vai sendo deixada para trás. A expressão do ET já não é mais concentrada e tensa, é triunfante. Ele sabia exatamente o que fazer. Nós que não confiamos nele. Engraçado que agora, voando, os pés de Elliott voltam para os pedais e pedalam como se estivessem no chão. A sintonia dos dois parece construir aquela viagem inesquecível. Quando achamos que tudo já acontece, vendo as cenas aéreas da floresta, Spielberg nos brinda com um plano único. Uma imensa lua azulada com a bicicleta atravessando a tela. É lindo. Não por acaso, essa imagem virou símbolo do filme, em posters camisas, canetas, etc.
O close no rosto de Elliott maravilhado é o reflexo do sentimento da platéia que vibra com ele. E a má aterrissagem no final não é apenas um momento tragicômico do diretor. Pensando no conjunto da obra era preciso criar uma expectativa para a futura cena onde ET e meninos voam, fugindo da polícia. Primeiro a gente se surpreende novamente ao ver que não apenas Elliott, mas todo o grupo voa com o ET. Depois, a gente lembra do problema de pouso anterior e fica com medo de que, ao aterrissarem novamente de forma ruim, eles acabem sendo pegos. É perfeito. Quando quer, Spielberg sabe mesmo mostrar toda sua genialidade.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Grandes Cenas: E.T. O Extraterrestre
2010-10-03T09:12:00-03:00
Amanda Aouad
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