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James Cameron e Avatar

AvatarJames Cameron não se contentou em ser a maior bilheteria do cinema com seu Avatar, filme que levou mais de dez anos se dedicando. Um ano após seu lançamento oficial, a vitória no Globo de Ouro e a derrota no Oscar, Avatar volta aos cinemas com o anúncio de 8 minutos extras. Eu tinha dito na crítica que era um filme para ver e rever. Faz sentido, então, voltar aos cinemas, já que o ponto alto da obra é ver em tela grande, com a tecnologia 3D e o som 5.1. A imersão é incrível e no DVD, com certeza, vai perder muito. Mas, ao mesmo tempo, não esperem muitas novidades. Os tais oito minutos extras quase não são sentidos. Há poucas cenas novas. Há uma explicação bonita até, que dá um final mais honrado a determinado personagem. E três com o protagonista Sully, quando ele vê uma manada de sturmbeests, sua primeira refeição na aldeia e uma cena de amor com Neytiri que não chega a ser tão espetacular assim. Há ainda a caçada aos sturmbeests, onde o 3D caprichado quase nos faz sentir uma lança voando em nossas cabeças. O restante é a ampliação de uma cena ou outra. Talvez você não ache que valha a pena pagar novamente para vê-lo. Mas, não deixa de ser uma opção interessante e não é pioneira.

Na verdade, ampliação de filmes se tornou algo bastante comum nas últimas décadas. James Cameron já fez isso com Alien - O Resgate que chegou ao DVD em 1992 com edição especial. E O Segredo do Abismo que teve duas edições novas, uma em 92 outra em 99. Ridley Scott também lançou em DVD sua versão para o primeiro Alien e fez uma versão definitiva para Blade Runner em 2007. Outros clássicos começaram a ganhar nova roupagem, até que George Lucas achou pouco lançar um DVD com a versão remasterizada de Star Wars e resolveu relançá-lo nos cinemas.

Star Wars Episódio 1Outros filmes começaram, então, a voltar aos cinemas em diversas ocasiões comemorativas. Como o aniversário de 20 anos de E.T. que trouxe o querido extraterrestre remasterizado e com dispensáveis cenas extras, onde o boneco é substituído por um ser digital. A trilogia original de Guerra nas Estrelas, como foi dito, voltou antes do lançamento do Episódio 1, remasterizado, corrigindo alguns erros originais (como nave explodindo no espaço onde não há oxigênio) e errando em outras onde deixou Han Solo politicamente correto, ao acrescentar o adversário apontando a arma para ele antes no bar.

A Bela e a FeraCom a propagação da tecnologia 3D clássicos infantis começaram a ser relançados assim no cinema, como Toy Story. E uma enxurrada de anúncios surgiram como A Bela e a Fera, Titanic e agora, toda Saga de Star Wars, começando lamentavelmente pelo Episódio 1. O problema é que são tantos filmes lançados atualmente em 3D que a tecnologia cansou antes mesmo de ser melhor explorada. Tanto que foi um alívio ver o anúncio de que Harry Potter e as Relíquias da Morte não será mais exibido em 3D. Tudo que é demais cansa. O próprio Cameron alertou para isso ano passado.

O que não vai mudar nunca é a vontade de assistir boas histórias. A indústria do entretenimento não acaba, porque o ser humano precisa disso para viver. Não posso dizer que sou contra ou a favor da atitude de James Cameron de relançar seu filme apenas um ano após seu lançamento. É claro que soa apenas como uma jogada para ganhar mais dinheiro. Mas, afinal, em uma indústria, o que não é? Vamos ver como a bilheteria se comporta a partir desse dia 15 de outubro.

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