
Anna é uma mãe pouco convencional. Bela e sem muita noção de limites, vence um concurso de Mamãe Mais Bela, despertando o ciúme de seu marido e as fofocas alheias da vizinhança. A história se concentra na relação dessa mãe, seus filhos e a forma como as maledicências vão destruindo a vida de todos. Bruno, o filho mais velho, é o que parece mais se incomodar com a situação. Vive separado da família, sem nenhum contato, chegando a fugir da irmã quando ela aparece de surpresa em seu trabalho. Valéria, a irmã menor, ficou na cidade natal, casou com um bom homem e cuida da mãe que agora está doente, em fase terminal. Da notícia, o filme se constrói com presente e passado montados em paralelo para nos conduzir aos poucos nos segredos daquela família.

A construção de Bruno também é bastante interessante. Ele é o protagonista do filme, que sente viver uma vida vazia, sem objetivos nem prazeres, mesmo tendo um bom emprego, uma mulher bonita e amável e uma casa aconchegante. Falta algo. A convivência com a família e as lembranças do passado, ajudam a explicar o porquê dele ter ficado assim. Mas, a solução para a depressão parece mais simples do que tudo isso, gerando uma bela cena final.

O título original do filme, La Prima Cosa Bella, vem da música de Nicola Di Bari, uma velha canção italiana que o trio sempre cantava em momentos difíceis. No longametragem, ela ganha uma versão nova na voz de Malika Ayane que ajuda na construção do tom da narrativa. Vejam o clipe aqui.
OBS. Crítica feita durante a Mostra Italiana da Sala de Arte em Salvador.
A Primeira Coisa Bela (La Prima Cosa Bella, 2010 / Itália)
Direção: Paolo Virzì
Roteiro: Paolo Virzì
Com: Valerio Mastandrea, Micaela Ramazzotti e Stefania Sandrelli
Duração: 122 min.