Clube da Lua
Quem conhece o cinema Argentino tem que tirar o chapéu para dois nomes específicos: o diretor e roteirista Juan José Campanella e o ator Ricardo Darín. Juntos, eles protagonizaram as melhores pérolas do cinema hermano dos últimos tempos, cuja obra-prima parece ser O Segredo dos Seus Olhos. Mas, O Filho da Noiva, O mesmo Amor, a mesma Chuva e Clube da Lua também são imperdíveis para qualquer amante da sétima arte. Todos tratam de temas cotidianos, centrando-se em pessoas. Mas de uma forma tão envolvente que nos deixa fãs da forma fácil como nos conduzem na trama.
Clube da Lua, filme de 2004 fala de um personagem peculiar, o Luna de Avellaneda, um clube fundado nos anos 40 que sofre com a atual crise financeira que assola o país. Tudo na história lembra decadência. E piora quando uma ameaça real surge, querendo transformar o local em um cassino. Mas, o filme não é exatamente sobre isso. Como todos os outros, é sobre pessoas e sentimentos. É aí que centramos nossas atenções em Román Maldonado, sócio vitalício do Luna de Avellaneda, que está passando por diversas crises pessoais e financeiras, com a esposa, com o filho, com os amigos.
Cada personagem tem sua peculiaridade que nos encanta e o roteiro é feliz ao fluir por todos os dramas de forma harmônica. Não há um objetivo específico, mas torcemos para que cada um encontre a felicidade, como o simpático Amadeo, vivido por Eduardo Blanco. Bom camarada, amigo de todos, mas com um problema sério de alcoolismo. Ou da doce Graciela, com seu medo de amar. E todos os demais personagens que aparecem e desenvolvem seus problemas, sem que esqueçamos de nenhum. Principalmente de Don Aquiles, o fundador do clube. Impossível não se sensibilizar com a atuação de José Luis López Vázquez.
Claro que o clube é o pivô de toda a história, ponto de convergência dos personagens. Falo que a questão da venda e da transformação em cassino não é central porque o que está em jogo ali não é o fim do espaço, mas o que isso representa na vida de cada um de seus frequentadores. Principalmente, claro, do protagonista Román, que é sócio vitalício porque nasceu naquele local em plena festa. Todas as suas horas vagas são dedicadas ao clube. Ele é um símbolo de uma época perdida para o país. A crise financeira é a constatação da crise pessoal de cada um.
Clube da Lua é daqueles filmes que nos encantamos pelos detalhes, mas que torna-se inesquecível pelo conjunto da obra. A interpretação, os movimentos de câmera, a trilha sonora, a fotografia são instrumentos para nos conduzir por uma poesia da vida cotidiana. Pode não ser o melhor filme da dupla, mas ainda assim, é um belo exemplar de sua filmografia.
Clube da Lua, filme de 2004 fala de um personagem peculiar, o Luna de Avellaneda, um clube fundado nos anos 40 que sofre com a atual crise financeira que assola o país. Tudo na história lembra decadência. E piora quando uma ameaça real surge, querendo transformar o local em um cassino. Mas, o filme não é exatamente sobre isso. Como todos os outros, é sobre pessoas e sentimentos. É aí que centramos nossas atenções em Román Maldonado, sócio vitalício do Luna de Avellaneda, que está passando por diversas crises pessoais e financeiras, com a esposa, com o filho, com os amigos.
Cada personagem tem sua peculiaridade que nos encanta e o roteiro é feliz ao fluir por todos os dramas de forma harmônica. Não há um objetivo específico, mas torcemos para que cada um encontre a felicidade, como o simpático Amadeo, vivido por Eduardo Blanco. Bom camarada, amigo de todos, mas com um problema sério de alcoolismo. Ou da doce Graciela, com seu medo de amar. E todos os demais personagens que aparecem e desenvolvem seus problemas, sem que esqueçamos de nenhum. Principalmente de Don Aquiles, o fundador do clube. Impossível não se sensibilizar com a atuação de José Luis López Vázquez.
Claro que o clube é o pivô de toda a história, ponto de convergência dos personagens. Falo que a questão da venda e da transformação em cassino não é central porque o que está em jogo ali não é o fim do espaço, mas o que isso representa na vida de cada um de seus frequentadores. Principalmente, claro, do protagonista Román, que é sócio vitalício porque nasceu naquele local em plena festa. Todas as suas horas vagas são dedicadas ao clube. Ele é um símbolo de uma época perdida para o país. A crise financeira é a constatação da crise pessoal de cada um.
Clube da Lua é daqueles filmes que nos encantamos pelos detalhes, mas que torna-se inesquecível pelo conjunto da obra. A interpretação, os movimentos de câmera, a trilha sonora, a fotografia são instrumentos para nos conduzir por uma poesia da vida cotidiana. Pode não ser o melhor filme da dupla, mas ainda assim, é um belo exemplar de sua filmografia.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Clube da Lua
2010-11-03T08:15:00-03:00
Amanda Aouad
cinema latino|critica|drama|
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