Identidade
"Ten Little Niggers" é o livro mais vendido de Agatha Christie. Lançado em 1939, é também um dos maiores best-sellers de todos os tempos, com cerca de 100 milhões de cópias vendidas. Procurem por "And Then There Were None", nome que o livro ganhou nos Estados Unidos. É impossível então, ao ler a sinopse de Identidade não se lembrar desse estranho caso onde dez africanos começavam a morrer misteriosamente, um a um. Que bom que a semelhança acaba aqui e o filme de James Mangold com roteiro de Michael Cooney consegue ser original, intrigante e surpreendente.
O filme de 2003 traz dez pessoas presas em um motel por causa de uma tempestade. Aos poucos, eles também vão morrendo, mas já no início do filme vemos a diferença. A apresentação é com Dr. Malick, vivido por Alfred Molina, estudando um caso de um serial killer que ele tem certeza tratar-se de um problema psiquiátrico. Em paralelo à sua luta para provar a uma junta de especialistas, encabeçada pelo juiz, a sua teoria, vemos o desenrolar no motel desde o princípio, quando aos poucos os personagens vão se juntando àquele lugar até o desfecho surpreendente.
Claro que a forma como os personagens se juntam no motel é meio absurda. Primeiro vemos uma família na estrada, o pneu delas fura e a mulher é atropelada por uma limousine, não há telefone, rádio, nem estrada para passar. A chuva bloqueou tudo. Logo os outros personagens se aproximam. Um casal recém-casado, um policial com um prisioneiro, a família composta por padrasto, mãe e filho, o motorista e uma atriz decadente e uma prostituta. Tudo sui generis, mas com uma certa profundidade na construção.
O protagonista vivido por John Cusack é Ed, o motorista da limousine que afirma já ter sido da polícia. É ele quem toma conta da situação, tenta a todo custo ajudar os outros e descobrir quem é o responsável pelas mortes. Os demais tem função definida no jogo do suspense, destacando também apenas o policial Rhodes, vivido por Ray Liotta.
O filme é bem construído em seu suspense nos prendendo à tela e, claro, nos deixa surpresos no fim. Não gosto muito da idéia da grande revelação acontecer a dois terços do filme, mas admiro que mesmo assim continuemos interessados e tensos quanto ao final. É um mérito, a forma como Michael Cooney consegue construir esse encadeamento e como James Mangold os traduz em imagens. Mas, devo dizer que há também muita mentira e algumas soluções absurdas, que acabam se justificando, e vários clichês de filmes policiais. Não que nada disso destrua a apreciação, fui envolvida e acredito que muitos também o sejam.
O filme de 2003 traz dez pessoas presas em um motel por causa de uma tempestade. Aos poucos, eles também vão morrendo, mas já no início do filme vemos a diferença. A apresentação é com Dr. Malick, vivido por Alfred Molina, estudando um caso de um serial killer que ele tem certeza tratar-se de um problema psiquiátrico. Em paralelo à sua luta para provar a uma junta de especialistas, encabeçada pelo juiz, a sua teoria, vemos o desenrolar no motel desde o princípio, quando aos poucos os personagens vão se juntando àquele lugar até o desfecho surpreendente.
Claro que a forma como os personagens se juntam no motel é meio absurda. Primeiro vemos uma família na estrada, o pneu delas fura e a mulher é atropelada por uma limousine, não há telefone, rádio, nem estrada para passar. A chuva bloqueou tudo. Logo os outros personagens se aproximam. Um casal recém-casado, um policial com um prisioneiro, a família composta por padrasto, mãe e filho, o motorista e uma atriz decadente e uma prostituta. Tudo sui generis, mas com uma certa profundidade na construção.
O protagonista vivido por John Cusack é Ed, o motorista da limousine que afirma já ter sido da polícia. É ele quem toma conta da situação, tenta a todo custo ajudar os outros e descobrir quem é o responsável pelas mortes. Os demais tem função definida no jogo do suspense, destacando também apenas o policial Rhodes, vivido por Ray Liotta.
O filme é bem construído em seu suspense nos prendendo à tela e, claro, nos deixa surpresos no fim. Não gosto muito da idéia da grande revelação acontecer a dois terços do filme, mas admiro que mesmo assim continuemos interessados e tensos quanto ao final. É um mérito, a forma como Michael Cooney consegue construir esse encadeamento e como James Mangold os traduz em imagens. Mas, devo dizer que há também muita mentira e algumas soluções absurdas, que acabam se justificando, e vários clichês de filmes policiais. Não que nada disso destrua a apreciação, fui envolvida e acredito que muitos também o sejam.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Identidade
2010-11-27T10:26:00-03:00
Amanda Aouad
critica|John Cusack|Ray Liotta|suspense|
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