R.E.D. - Retired Extremely Dangerous - é a sigla com a qual a CIA marcou seus agentes aposentados que ainda podem trazer algum perigo. Dentre eles está Frank Moses que, em uma noite, tem sua casa invadida e a certeza de que ele e sua namorada virtual estão em perigo. Assim, ele a sequestra e parte para descobrir o que está acontecendo. No caminho, ele reencontra outros companheiros do passado e todos resolvem lutar contra o inimigo que é ninguém menos que a própria CIA em uma queima de arquivo. O roteiro não é digno de Shakespeare, mas qual filme de ação tem uma história coerente? Pelo menos não temos aqui mercenários cujo único objetivo é reunir relíquias para ganhar dinheiro. Uma vez em estúdio, Bruce Willis, Morgan Freeman, John Malkovich e Helen Mirren, sim, Helen Mirren, não apenas pegam em armas, mas encarnam seus personagens com prazer.
Divertido, não há como negar, se você vai ao cinema com o espírito de ver um belo
blockbuster. Não é para ser levado a sério, é para curtir as cenas de tiros, explosões, mentiras e piadas. Não por acaso está com a nota 7.3 no IMDB. E o filme conta ainda com Mary-Louise Parker, que obviamente não faz parte do time de aposentados, afinal tem apenas 46 anos. Sendo apenas a namorada de Bruce Willis, uma atendente do setor de aposentaria. Apesar de não ter nenhum destaque na divulgação, não está nem no site oficial, Brian Cox também está no filme como um agente russo, também aposentado, e dá um toque de comédia ótimo em alguns momentos. Richard Dreyfuss também faz uma participação especial.
O grande barato mesmo é ver esses atores se prestando a ações quase ridículas como uma cena em que John Malkovich corre atrás dos agentes do serviço secreto. A fleuma com que ele e Helen Mirren agem em determinado evento também é impagável. Na verdade, eles dois são as melhores atuações do filme. Bruce Willis está fazendo o de sempre, com muito charme. Achei estranho ele já fazer parte desse time de "velhinhos", mas o fato de Morgan Freeman chamar ele de "
kid" já deixa tudo crível. Mary-Louise Parker está bem, mas um pouco histérica em alguns momentos, o que a deixa
over. E Brian Cox completa muito bem a equipe. Freeman, pelo pouco tempo em cena, acaba sendo a participação menos aproveitada.
No mais, R.E.D. é aquela correria, muita cena mentirosa, algumas coisas inexplicáveis, como o fato de o prédio da CIA não ter câmeras de segurança e outras pequenas coisas. Mas é muito divertido, mesmo com a obviedade das ações. Várias cenas são cantadas antes, nem precisa conhecer muito de filme de ação para deduzir. Ainda assim, não perde a graça. É daqueles filmes para não se preocupar, tudo é festa. Não conheço as HQs em que os roteiristas Erich Hoeber e Jon Hoeber se basearam, sei apenas que ele é mais sombrio e violento. Mas acho que o diretor Robert Schwentke acertou ao fazer uma comédia de ação, bem parecida com Encontro Explosivo em uma quase sátira aos filmes de ação em geral. Gosto, inclusive, mais do resultado de R.E.D. do que do filme de Tom Cruise. Em R.E.D., pouca coisa pode-se levar a sério, mas Schwentke, que dirigiu filmes como
Plano de Vôo, soube se sair bem.
