A Era da Inocência
Dirigido pelo canadense Denys Arcand, o mesmo de As Invasões Bárbaras, A Era da Inocência é daqueles filmes que chama a atenção. Uma crítica à vida moderna, traz um protagonista entediado com sua vida rotineira de ouvidor municipal que encontra sua válvula de escape na fantasia. Não que isso seja novidade em filmes. Peixe Grande, Dançando no Escuro, Preciosa são apenas alguns exemplos que me vem na mente. Mas, o interessante é a forma como a fantasia e a realidade se misturam na vida do protagonista, a começar por uma cena musical quase surreal, onde ele se vê jovem cantando para uma bela mulher.
Jean-Marc LeBlanc não tem alegria no casamento, já que sua esposa só pensa em trabalhar, não consegue dialogar com suas filhas, que vivem concentradas em seus ipods, nem tem realização profissional. Resta então, sonhar acordado. O sexo é a primeira opção, com belas mulheres sempre irremediavelmente atraídas por alguma característica sua. Mas, tem também o sonho de ser reconhecido profissionalmente, a vontade de se vingar de pequenos desafetos e algumas teorias de um mundo melhor. Jean-Marc segue sonhando e imaginando, até que encontra pessoas que conseguem sonhar mais do que ele.
A entrada em cena de determinado grupo de fanáticos com direito a cenário medieval faz Jean-Marc encarar suas fantasias e sua vida, sendo essencial para as decisões que precisa tomar para seu futuro. É daí que vem o nome original do filme A Era das Trevas, ou seja, A Idade Média. Algums reclamaram da crítica aos fãs de O Senhor dos Anéis, mas acredito que aqui não esteja algo direcionado a determinado grupo, mas ao fanatismo em geral. Fanatismo muitas vezes raso que vemos evoluir em uma sociedade de consumo fácil, como a histeria por Crepúsculo ou Harry Potter por exemplo. Nada em excesso é bom.
O problema é que a vida não é fácil e quase nunca acontece da forma que imaginávamos. A sociedade passou a viver então, de faz de conta. A mergulhar de cabeça em ficções, mundos, sonhos e príncipes encantados descartáveis. Trocamos de ídolos da mesma forma que trocamos de roupa. É tudo a onda do momento. É isso que Denys Arcand quer criticar, alardear, enfim, chamar a atenção para o fato. O quanto estamos nos tornando supérfluos.
Não que a realidade seja insuportável, acredito até que o filme mostra que apesar de tudo precisamos vivê-la. Cada um a seu jeito. O problema é que A Era da Inocência mergulha nesse universo sem se aprofundar nele. As críticas muitas vezes parecem apenas piadas prontas de estereótipos diversos. Ainda assim, é bem construída, apesar de parecer ingênua em alguns momentos. Apresentada de forma leve, nos leva em uma história quase banal, quase sem sentido, mas que é uma satisfação acompanhar.
Jean-Marc LeBlanc não tem alegria no casamento, já que sua esposa só pensa em trabalhar, não consegue dialogar com suas filhas, que vivem concentradas em seus ipods, nem tem realização profissional. Resta então, sonhar acordado. O sexo é a primeira opção, com belas mulheres sempre irremediavelmente atraídas por alguma característica sua. Mas, tem também o sonho de ser reconhecido profissionalmente, a vontade de se vingar de pequenos desafetos e algumas teorias de um mundo melhor. Jean-Marc segue sonhando e imaginando, até que encontra pessoas que conseguem sonhar mais do que ele.
A entrada em cena de determinado grupo de fanáticos com direito a cenário medieval faz Jean-Marc encarar suas fantasias e sua vida, sendo essencial para as decisões que precisa tomar para seu futuro. É daí que vem o nome original do filme A Era das Trevas, ou seja, A Idade Média. Algums reclamaram da crítica aos fãs de O Senhor dos Anéis, mas acredito que aqui não esteja algo direcionado a determinado grupo, mas ao fanatismo em geral. Fanatismo muitas vezes raso que vemos evoluir em uma sociedade de consumo fácil, como a histeria por Crepúsculo ou Harry Potter por exemplo. Nada em excesso é bom.
O problema é que a vida não é fácil e quase nunca acontece da forma que imaginávamos. A sociedade passou a viver então, de faz de conta. A mergulhar de cabeça em ficções, mundos, sonhos e príncipes encantados descartáveis. Trocamos de ídolos da mesma forma que trocamos de roupa. É tudo a onda do momento. É isso que Denys Arcand quer criticar, alardear, enfim, chamar a atenção para o fato. O quanto estamos nos tornando supérfluos.
Não que a realidade seja insuportável, acredito até que o filme mostra que apesar de tudo precisamos vivê-la. Cada um a seu jeito. O problema é que A Era da Inocência mergulha nesse universo sem se aprofundar nele. As críticas muitas vezes parecem apenas piadas prontas de estereótipos diversos. Ainda assim, é bem construída, apesar de parecer ingênua em alguns momentos. Apresentada de forma leve, nos leva em uma história quase banal, quase sem sentido, mas que é uma satisfação acompanhar.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Era da Inocência
2010-12-07T08:24:00-03:00
Amanda Aouad
cinema europeu|critica|Denys Arcand|drama|
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