A garota ideal
Qual a mulher ideal? Acho que essa pergunta nunca será respondida. Cada ser humano parece ter o sapato certo para um pé cansado. E, às vezes, a mulher ideal pode simplesmente não existir e precisar ser inventada. É assim que o protagonista de A Garota Ideal constrói o seu mundo de fantasias. Porém, o filme de estreia de Craig Gillespie nos traz surpresas muito maiores do que um homem tímido com uma namorada de mentira, tornando-se uma surpreendente lição de amor, companheirismo e boa vontade com o próximo.
Lars Lindstrom é um homem introspectivo, incapaz de se relacionar com as pessoas. Órfão de pai e mãe, mora na garagem da casa onde seu irmão e cunhada vivem, sendo constantemente procurado por ambos para que não fique totalmente sozinho. Traumatizado por sua mãe ter morrido ao lhe dar à luz, Lars não consegue mudar o seu padrão de vida e encontra a solução em um site de bonecas de sexo, feitas de silicone. Quando Bianca chega em sua casa, todos percebem que a reclusão não era apenas timidez, mas, orientados por psicólogos, resolvem entrar no jogo de Lars.
O ponto alto da história é que Lars cria Bianca de acordo com o que imagina que seja uma mulher ideal para ele. Mas, as mulheres que o cercam, seja a cunhada, a colega de trabalho, a irmã da comunidade religiosa ou a psicóloga irão lhe mostrar o verdadeiro significado de uma mulher ao seu lado. Bianca se torna algo tão interessante, nos conduzindo por uma trama bem amarrada com uma conclusão muito bem realizada. Tão genial quanto pode ser uma mente humana. Nancy Oliver conseguiu construir um roteiro impressionante de um tema que parecia bobo.
É um drama humano sensível, com ares de comédia romântica e toques psicológicos. A condução da trama é bem realizada com um ambiente intimista, aconchegante. Nos sentimos parte daquela comunidade, envolvidos com o drama de Lars. A forma como a psicóloga encontra para ajudá-lo é criativa e plausível. Bianca se torna um personagem real. Uma missionária brasileira, inteligente e muito religiosa, tanto que não tem relações sexuais com Lars. Esse detalhe chega a ser irônico em uma boneca criada para o sexo.
Ryan Gosling está encantador como o protagonista Lars, convencendo totalmente de sua aversão ao contato humano. Assim como Emily Mortimer na pele de sua cunhada Karin e Paul Schneider como irmão mais velho de Lars. Destaque ainda para participação de Patricia Clarkson como a psicóloga e médica local.
A Garota Ideal é um filme sobre o ser humano e sua possibilidade de convivência em grupo. Até que ponto somos capazes de ajudar uns aos outros? Compreender suas atitudes e ajudar com gestos mínimos? Foi preciso uma boneca de silicone para mostrar àquelas pessoas o verdadeiro significado de sociedade. Isso é que torna o filme ainda mais incrível.
Lars Lindstrom é um homem introspectivo, incapaz de se relacionar com as pessoas. Órfão de pai e mãe, mora na garagem da casa onde seu irmão e cunhada vivem, sendo constantemente procurado por ambos para que não fique totalmente sozinho. Traumatizado por sua mãe ter morrido ao lhe dar à luz, Lars não consegue mudar o seu padrão de vida e encontra a solução em um site de bonecas de sexo, feitas de silicone. Quando Bianca chega em sua casa, todos percebem que a reclusão não era apenas timidez, mas, orientados por psicólogos, resolvem entrar no jogo de Lars.
O ponto alto da história é que Lars cria Bianca de acordo com o que imagina que seja uma mulher ideal para ele. Mas, as mulheres que o cercam, seja a cunhada, a colega de trabalho, a irmã da comunidade religiosa ou a psicóloga irão lhe mostrar o verdadeiro significado de uma mulher ao seu lado. Bianca se torna algo tão interessante, nos conduzindo por uma trama bem amarrada com uma conclusão muito bem realizada. Tão genial quanto pode ser uma mente humana. Nancy Oliver conseguiu construir um roteiro impressionante de um tema que parecia bobo.
É um drama humano sensível, com ares de comédia romântica e toques psicológicos. A condução da trama é bem realizada com um ambiente intimista, aconchegante. Nos sentimos parte daquela comunidade, envolvidos com o drama de Lars. A forma como a psicóloga encontra para ajudá-lo é criativa e plausível. Bianca se torna um personagem real. Uma missionária brasileira, inteligente e muito religiosa, tanto que não tem relações sexuais com Lars. Esse detalhe chega a ser irônico em uma boneca criada para o sexo.
Ryan Gosling está encantador como o protagonista Lars, convencendo totalmente de sua aversão ao contato humano. Assim como Emily Mortimer na pele de sua cunhada Karin e Paul Schneider como irmão mais velho de Lars. Destaque ainda para participação de Patricia Clarkson como a psicóloga e médica local.
A Garota Ideal é um filme sobre o ser humano e sua possibilidade de convivência em grupo. Até que ponto somos capazes de ajudar uns aos outros? Compreender suas atitudes e ajudar com gestos mínimos? Foi preciso uma boneca de silicone para mostrar àquelas pessoas o verdadeiro significado de sociedade. Isso é que torna o filme ainda mais incrível.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A garota ideal
2010-12-28T08:26:00-03:00
Amanda Aouad
comedia|critica|drama|Ryan Gosling|
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