Sem Oscar para o presidente
Amanhã sai a lista com os indicados ao Oscar 2011, mas já sabemos que o Brasil não está na disputa. Acho que só o Minc tinha esperanças de Lula estar entre os cinco indicados, já que logo após o anúncio de que a CineBiografia do nosso ex-presidente foi selecionada, declararam que a escolha não foi pelo melhor filme, mas pelo que tinha mais chances de ganhar. Ok. A cerimônia do Oscar é um jogo de interesses, onde o poder dos estúdios fala mais alto do que o talento na maioria das vezes. Mas, no caso do filme estrangeiro era um pouco ingênuo achar que Lula teria força para tanto.
Continuo dizendo que não acho um filme ruim. É bem realizado apesar da pouca inspiração de Fábio Barreto que não chega a ser tão bom diretor quanto seu irmão. Só achei que o momento do lançamento foi infeliz. Uma estratégia política para ajudar nas eleições, não tinha nada a ver com cinema. Assim como também não tiveram a maioria das manifestações contrárias ao filme. As pessoas já foram assistir predispostas a não gostar. Só se fosse uma obra-prima para dar o braço a torcer. E de fato, isso, o longametragem está longe de ser. Não é porque Fábio Barreto já foi indicado ao Oscar uma vez que ele é consagrado um bom diretor. O Quatrilho foi um caso a parte em um ano específico.
Há algum tempo, a Academia está demonstrando que sua visão em relação aos filmes estrangeiros mudou. A derrota de A Fita Branca para O Segredo dos Seus Olhos em 2010 foi a maior prova disso. Um filme de gênero, com uma linguagem ousada e um roteiro comercial e envolvente. Ou seja, um bom filme. Disso é feito o cinema, não de matemática. Americano adora história de superação, claro, mas deles, pois a "América" é a terra das oportunidades, não o Brasil. A família Barreto tem prestígio nos Estados Unidos? Até certo ponto, se isso fosse carta marcada, "O que é isso companheiro?" teria levado o Oscar em 1998.
O que nos deixa tristes é que 2010 foi um grande ano para o cinema brasileiro, onde vários filmes de grande qualidade vieram a tela. Fiz até um post sobre isso. Só para lembrar as opções que o júri tinha, os candidatos eram: As Melhores Coisas do Mundo, A Suprema Felicidade, Antes que o Mundo Acabe, Bróder, Carregadoras de Sonhos, Cabeça a Prêmio, 5X Favela - Agora Por Nós Mesmos, Chico Xavier, É Proibido Fumar, Em Teu Nome, Hotel Atlântico, Lula, o Filho do Brasil, Nosso Lar, Olhos Azuis, Ouro Negro, O Bem Amado, O Grão, Os Inquilinos, Os Famosos e os Duendes da Morte, Quincas Berro D’água, Reflexões de um Liquidificador, Sonhos Roubados, Utopia e Barbárie. Fazer o que, não é? Não é dessa vez que vem um Oscar, mas também, isso não é o mais importante.
Essa é a lista dos pré-indicados na categoria filme estrangeiro. Amanhã ficamos sabendo quais os cincos finalistas. Torcida pelo mexicano "Biutiful", até para o título ficar na América Latina.
África do Sul - "Life, above All", de Oliver Schmitz
Argélia - "Hors la Loi" ("Outside the Law"), de Rachid Bouchareb
Canadá - "Incendies", de Denis Villeneuve
Dinamarca - "In a Better World", de Susanne Bier (vendedor do Globo de Ouro)
Espanha - "También la Lluvia" ("Even the Rain"), de Iciar Bollain
Grécia - "Dogtooth", de Yorgos Lanthimos
Japão - "Confessions", de Tetsuya Nakashima
México - "Biutiful", de Alejandro Gonzalez Inarritu
Suécia - "Simple Simon", de Andreas Ohman
Continuo dizendo que não acho um filme ruim. É bem realizado apesar da pouca inspiração de Fábio Barreto que não chega a ser tão bom diretor quanto seu irmão. Só achei que o momento do lançamento foi infeliz. Uma estratégia política para ajudar nas eleições, não tinha nada a ver com cinema. Assim como também não tiveram a maioria das manifestações contrárias ao filme. As pessoas já foram assistir predispostas a não gostar. Só se fosse uma obra-prima para dar o braço a torcer. E de fato, isso, o longametragem está longe de ser. Não é porque Fábio Barreto já foi indicado ao Oscar uma vez que ele é consagrado um bom diretor. O Quatrilho foi um caso a parte em um ano específico.
Há algum tempo, a Academia está demonstrando que sua visão em relação aos filmes estrangeiros mudou. A derrota de A Fita Branca para O Segredo dos Seus Olhos em 2010 foi a maior prova disso. Um filme de gênero, com uma linguagem ousada e um roteiro comercial e envolvente. Ou seja, um bom filme. Disso é feito o cinema, não de matemática. Americano adora história de superação, claro, mas deles, pois a "América" é a terra das oportunidades, não o Brasil. A família Barreto tem prestígio nos Estados Unidos? Até certo ponto, se isso fosse carta marcada, "O que é isso companheiro?" teria levado o Oscar em 1998.
O que nos deixa tristes é que 2010 foi um grande ano para o cinema brasileiro, onde vários filmes de grande qualidade vieram a tela. Fiz até um post sobre isso. Só para lembrar as opções que o júri tinha, os candidatos eram: As Melhores Coisas do Mundo, A Suprema Felicidade, Antes que o Mundo Acabe, Bróder, Carregadoras de Sonhos, Cabeça a Prêmio, 5X Favela - Agora Por Nós Mesmos, Chico Xavier, É Proibido Fumar, Em Teu Nome, Hotel Atlântico, Lula, o Filho do Brasil, Nosso Lar, Olhos Azuis, Ouro Negro, O Bem Amado, O Grão, Os Inquilinos, Os Famosos e os Duendes da Morte, Quincas Berro D’água, Reflexões de um Liquidificador, Sonhos Roubados, Utopia e Barbárie. Fazer o que, não é? Não é dessa vez que vem um Oscar, mas também, isso não é o mais importante.
Essa é a lista dos pré-indicados na categoria filme estrangeiro. Amanhã ficamos sabendo quais os cincos finalistas. Torcida pelo mexicano "Biutiful", até para o título ficar na América Latina.
África do Sul - "Life, above All", de Oliver Schmitz
Argélia - "Hors la Loi" ("Outside the Law"), de Rachid Bouchareb
Canadá - "Incendies", de Denis Villeneuve
Dinamarca - "In a Better World", de Susanne Bier (vendedor do Globo de Ouro)
Espanha - "También la Lluvia" ("Even the Rain"), de Iciar Bollain
Grécia - "Dogtooth", de Yorgos Lanthimos
Japão - "Confessions", de Tetsuya Nakashima
México - "Biutiful", de Alejandro Gonzalez Inarritu
Suécia - "Simple Simon", de Andreas Ohman
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Sem Oscar para o presidente
2011-01-24T08:45:00-03:00
Amanda Aouad
cinema brasileiro|Fábio Barreto|Javier Bardem|materias|oscar 2011|
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