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Os Piratas do Rock
Os Piratas do Rock
Sabe aquele velho lema: "sexo, drogas e rock n’ roll"? Pois é, o filme de Richard Curtis segue à risca. O diretor e roteirista se preocupa apenas em construir essa atmosfera com uma trilha sonora incrível e uma história quase inexistente. Não que isso seja um problema em sim, mas acaba frustrando parte da platéia que gosta de algo mais embasado. Repleto de personagens estereotipados, com um olhar raso sobre a geração rock n´roll, visão completamente machista das fãs e algumas cenas exageradas, o filme vale pelo clima nostálgico das músicas, atitude da juventude da época e boas atuações. É daqueles filmes que você só deve encarar se puder se deixar levar pelo clima de alegria e travessura juvenil. Afinal, a vida também pode ser uma festa.
Na década de 60, as rádios tradicionais como a BBC de Londres tocava pouco rock n´roll, uma média de duas horas por semana. A febre juvenil, no entanto, inspirou o surgimento de diversas rádios piratas que tocavam rock o dia todo. Uma delas era a Radio Caroline, que ficava em pleno mar, funcionando dentro de um navio. Inspirando-se nessa rádio real, e em várias outras da época, Richard Curtis criou a Rádio Rock, comandada por Quentin, em ótima performace de Bill Nighy. Essa brincadeira de rádio pirata em um navio em alto mar é interessante, assim como a idéia de viver de rock, mas aí começam os problemas.
Os personagens só pensam em "sexo, drogas e rock n’ roll", um bando de marmanjo que passa o dia se revezando na locução e seleção de músicas da rádio e, quando não estão no ar, estão bebendo, usando drogas diversas ou pensando em mulheres. Isso os torna raso demais, criando aquela sensação de que homem só pensa em bobagem. Quando não está trabalhando, tá fazendo besteira. As mulheres por sua vez são objetos sexuais. Apareciam uma vez por mês no navio com o único intuito de fazer sexo com os tripulantes. E não eram prostitutas, mas moças diversas, ouvintes. Uma delas chega ao extremo de, enquanto um está procurando uma camisinha para levá-la para cama, ela muda de quarto e dorme com outro. Não quero ser puritana, mas há um exagero extremo nisso. Da mesma forma como o resultado de um certo casamento à bordo.
Voltando a trama, tudo começa quando um garoto de 18 anos é posto à bordo do navio pela própria mãe porque estava tendo um comportamento ruim em casa. Esse garoto é afilhado de Quentin e começa a interagir com esses homens, se tornando parte deles. Dentre eles está Conde, o principal locutor e DJ da rádio, que tem seu reinado ameaçado pelo retorno de Gavin, um sedutor sem escrúpulos. Em paralelo a isso, vemos o governo britânico armando diversas formas de tirar a rádio do ar, por considerar uma afronta.
Vários outros tipos compõem a tripulação. Destaco o estranho Bob, locutor das madrugadas que quase não interage com o resto, mas, assim como vários filmes de Curtis, logo demonstra um papel importante. Destaque ainda para participação relâmpago de Emma Thompson. As atuações estão todas ótimas, parece que o elenco entrou no clima e se diverte sem medo de cair no ridículo. É possível crer e simpatizar com eles, tanto que a virada final acaba emocionando, claro que não apenas pelos personagens, mas por todo simbólico por trás daquele gesto, mas conhecer aqueles seres ajuda.
Os Piratas do Rock é isso, uma grande festa com muita música boa, situações engraçadas e exageros em muita coisa. Ainda assim, vale a diversão e até mesmo a emoção do final. Vá com o espírito certo que você vai se divertir e curtir o filme. Senão, vai achar tudo uma afronta tal qual o governo inglês.
Os Piratas do Rock (The Boat That Rocked: 2009 / EUA, Inglaterra, Alemanha, França)
Direção: Richard Curtis
Roteiro: Richard Curtis
Com: Philip Seymour Hoffman, Bill Nighy, Rhys Ifans, Nick Frost, Kenneth Branagh
Duração: 116min
Na década de 60, as rádios tradicionais como a BBC de Londres tocava pouco rock n´roll, uma média de duas horas por semana. A febre juvenil, no entanto, inspirou o surgimento de diversas rádios piratas que tocavam rock o dia todo. Uma delas era a Radio Caroline, que ficava em pleno mar, funcionando dentro de um navio. Inspirando-se nessa rádio real, e em várias outras da época, Richard Curtis criou a Rádio Rock, comandada por Quentin, em ótima performace de Bill Nighy. Essa brincadeira de rádio pirata em um navio em alto mar é interessante, assim como a idéia de viver de rock, mas aí começam os problemas.
Os personagens só pensam em "sexo, drogas e rock n’ roll", um bando de marmanjo que passa o dia se revezando na locução e seleção de músicas da rádio e, quando não estão no ar, estão bebendo, usando drogas diversas ou pensando em mulheres. Isso os torna raso demais, criando aquela sensação de que homem só pensa em bobagem. Quando não está trabalhando, tá fazendo besteira. As mulheres por sua vez são objetos sexuais. Apareciam uma vez por mês no navio com o único intuito de fazer sexo com os tripulantes. E não eram prostitutas, mas moças diversas, ouvintes. Uma delas chega ao extremo de, enquanto um está procurando uma camisinha para levá-la para cama, ela muda de quarto e dorme com outro. Não quero ser puritana, mas há um exagero extremo nisso. Da mesma forma como o resultado de um certo casamento à bordo.
Voltando a trama, tudo começa quando um garoto de 18 anos é posto à bordo do navio pela própria mãe porque estava tendo um comportamento ruim em casa. Esse garoto é afilhado de Quentin e começa a interagir com esses homens, se tornando parte deles. Dentre eles está Conde, o principal locutor e DJ da rádio, que tem seu reinado ameaçado pelo retorno de Gavin, um sedutor sem escrúpulos. Em paralelo a isso, vemos o governo britânico armando diversas formas de tirar a rádio do ar, por considerar uma afronta.
Vários outros tipos compõem a tripulação. Destaco o estranho Bob, locutor das madrugadas que quase não interage com o resto, mas, assim como vários filmes de Curtis, logo demonstra um papel importante. Destaque ainda para participação relâmpago de Emma Thompson. As atuações estão todas ótimas, parece que o elenco entrou no clima e se diverte sem medo de cair no ridículo. É possível crer e simpatizar com eles, tanto que a virada final acaba emocionando, claro que não apenas pelos personagens, mas por todo simbólico por trás daquele gesto, mas conhecer aqueles seres ajuda.
Os Piratas do Rock é isso, uma grande festa com muita música boa, situações engraçadas e exageros em muita coisa. Ainda assim, vale a diversão e até mesmo a emoção do final. Vá com o espírito certo que você vai se divertir e curtir o filme. Senão, vai achar tudo uma afronta tal qual o governo inglês.
Os Piratas do Rock (The Boat That Rocked: 2009 / EUA, Inglaterra, Alemanha, França)
Direção: Richard Curtis
Roteiro: Richard Curtis
Com: Philip Seymour Hoffman, Bill Nighy, Rhys Ifans, Nick Frost, Kenneth Branagh
Duração: 116min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os Piratas do Rock
2011-03-20T16:48:00-03:00
Amanda Aouad
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