A Última Música
Nicholas Sparks virou o queridinho da América, seus romances baseados em amores complicados ganham a tela a cada ano, sempre com boa recepção. Confesso que não li "A Última Música", e de todos era o que me parecia com a premissa mais fraca, apesar de gostar do argumento, por mais clichê que seja, de pai afastado tentando se reaproximar dos filhos através da música. Minha opinião sobre a obra não mudou muito. O filme constrói de maneira falha as mudanças da protagonista Ronnie, ainda mais com a interpretação da, Hannah Montana, Miley Cyrus. O resultado acaba sendo um melodrama juvenil fraco. Poderia ser muito mais profundo.
Ronnie e Jonah chegam a uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos para passar o verão com o pai, Steve Miller, vivido pelo ótimo, Greg Kinnear. Enquanto o pequeno Jonah está radiante com a aproximação com seu genitor, Ronnie é o estereótipo da adolescente revoltada. Vestida de preto em plena praia, com um humor para poucos, acaba esbarrando em Will, o estereótipo do gato da praia, jogador de vôlei, popular, cheio de trabalhos voluntários. O romance dos dois começa a amolecer o coração da moça, que na verdade, só usava a máscara de rebelde escondendo o coração de ouro e o resto você pode imaginar.
Essa coisa de amor de verão, superação, mudança de comportamento esgotou um pouco sua fórmula, principalmente se tratando de um roteiro tão tolo, repleto de viradas forçadas, como a questão da igreja e o amigo de Will. A questão pai e filha, no entanto, apesar de já bastante explorada encontra aqui algum frescor de novidade, principalmente pela música e composição do personagem de Greg Kinnear. Steven não é aquele protótipo de pai ausente. É um ser humano repleto de nuanças interessantes e uma trajetória que nos envolve. Sua relação complicada com Ronnie tem um desfecho óbvio nas teclas de seu piano, mas ainda assim, a gente gosta de acompanhar.
Miley Cyrus não chega a ser uma má atriz, mas parece que lhe falta maturidade para nos passar o drama de Ronnie com mais verdade. Já Liam Hemsworth, consegue nos convencer com seu Will e o garoto Bobby Coleman é a sensação da trama, principalmente em seu momento de maior drama. Na verdade, o que soa falso é a forma como Ronnie de garota problema, fazendo amizade com os tipos moradores de rua, chama a atenção do jovem Will e muda de atitude de uma forma tão mágica. O amor é transformador, verdade, mas como uma garota tão consciente, verdadeira e meiga pode simplesmente sustentar aquela máscara de ovelha negra por tanto tempo?
Algo em mim não bateu nessa construção. E nem podemos culpar o roteirista, já que dessa vez o próprio Nicholas Sparks assumiu a adaptação da obra. Sparks talvez queira nos passar uma fórmula, presente em todos os seus romances repletos de amores problemáticos bem ao estilo do melodrama clássico. Não me convenceu, apesar de agradar a muitos, apenas, na relação pai e filha encontrei algum alento. Mas, ela poderia ter sido muito mais desenvolvida.
A Última Música: (The Last Song: 2010 / EUA)
Direção:Julie Anne Robinson
Roteiro: Nicholas Sparks e Jeff Van Wie
Com: Miley Cyrus, Greg Kinnear, Bobby Coleman, Liam Hemsworth.
Duração: 107 min.
Ronnie e Jonah chegam a uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos para passar o verão com o pai, Steve Miller, vivido pelo ótimo, Greg Kinnear. Enquanto o pequeno Jonah está radiante com a aproximação com seu genitor, Ronnie é o estereótipo da adolescente revoltada. Vestida de preto em plena praia, com um humor para poucos, acaba esbarrando em Will, o estereótipo do gato da praia, jogador de vôlei, popular, cheio de trabalhos voluntários. O romance dos dois começa a amolecer o coração da moça, que na verdade, só usava a máscara de rebelde escondendo o coração de ouro e o resto você pode imaginar.
Essa coisa de amor de verão, superação, mudança de comportamento esgotou um pouco sua fórmula, principalmente se tratando de um roteiro tão tolo, repleto de viradas forçadas, como a questão da igreja e o amigo de Will. A questão pai e filha, no entanto, apesar de já bastante explorada encontra aqui algum frescor de novidade, principalmente pela música e composição do personagem de Greg Kinnear. Steven não é aquele protótipo de pai ausente. É um ser humano repleto de nuanças interessantes e uma trajetória que nos envolve. Sua relação complicada com Ronnie tem um desfecho óbvio nas teclas de seu piano, mas ainda assim, a gente gosta de acompanhar.
Miley Cyrus não chega a ser uma má atriz, mas parece que lhe falta maturidade para nos passar o drama de Ronnie com mais verdade. Já Liam Hemsworth, consegue nos convencer com seu Will e o garoto Bobby Coleman é a sensação da trama, principalmente em seu momento de maior drama. Na verdade, o que soa falso é a forma como Ronnie de garota problema, fazendo amizade com os tipos moradores de rua, chama a atenção do jovem Will e muda de atitude de uma forma tão mágica. O amor é transformador, verdade, mas como uma garota tão consciente, verdadeira e meiga pode simplesmente sustentar aquela máscara de ovelha negra por tanto tempo?
Algo em mim não bateu nessa construção. E nem podemos culpar o roteirista, já que dessa vez o próprio Nicholas Sparks assumiu a adaptação da obra. Sparks talvez queira nos passar uma fórmula, presente em todos os seus romances repletos de amores problemáticos bem ao estilo do melodrama clássico. Não me convenceu, apesar de agradar a muitos, apenas, na relação pai e filha encontrei algum alento. Mas, ela poderia ter sido muito mais desenvolvida.
A Última Música: (The Last Song: 2010 / EUA)
Direção:Julie Anne Robinson
Roteiro: Nicholas Sparks e Jeff Van Wie
Com: Miley Cyrus, Greg Kinnear, Bobby Coleman, Liam Hemsworth.
Duração: 107 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Última Música
2011-03-22T08:41:00-03:00
Amanda Aouad
critica|drama|Greg Kinnear|Liam Hemsworth|livro|Miley Cyrus|romance|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
Onda Nova (1983) é uma daquelas obras que parecem existir em um espaço-tempo peculiar, onde o desejo de transgressão e a vontade de questio...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Drácula: A Última Viagem do Deméter (2023) parte de uma premissa intrigante, inspirada por um capítulo específico do clássico romance de Bra...
-
Com previsão de lançamento para maio desse ano, Estranhos , primeiro longa do diretor Paulo Alcântara terá pré-estreia (apenas convidados) ...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
Gladiador (2000), dirigido por Ridley Scott , é uma dessas raras produções cinematográficas que conseguem superar o tempo e as circunstânci...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...