O Apanhador de Sonhos
Nunca li o livro O Apanhador de Sonhos de Stephen King, mas o título sempre me chamou atenção. Veio o filme e também fiquei curiosa, mas não tinha tido a oportunidade de ver. Antes não tivesse tido essa oportunidade. Fiquei pensando bastante se falaria desse longametragem aqui, mas, afinal, também precisamos falar dos filmes ruins. E hoje é o dia de bomba. O Apanhador de Sonhos merece a nossa atenção em seus quatorze primeiros minutos. Se quiser ficar com uma boa impressão do filme, pare por aí. A partir de então, é só ladeira abaixo. Nunca vi algo tão incompetente quanto esse roteiro que faz uma mistura de várias referências de filmes de terror e acaba de uma forma lamentável. Fica a pergunta de como Morgan Freeman se prestou a esse papel.
O filme começa promissor, quatro amigos com uma ligação telepática nos são apresentados, um de cada vez. Um médico psiquiatra, um professor, um vendedor de carros e um rapaz com uma profissão indefinida que aparece sempre no bar, bebendo. Cada um lida de uma forma com seu dom estranho, mas tudo é construído de uma forma interessante, como um bom suspense psicológico. De repente, o professor Gary Jones, vivido por Damian Lewis é atropelado e saltamos no tempo. Agora, os amigos estão reunidos em uma cabana de inverno onde já passaram várias temporadas e descobrem que estão presos por causa de uma nevasca. Como se não pudesse ficar pior, eles descobrem que estão no meio de uma área de isolamento militar, pois alienígenas parasitas estão invadindo a Terra e aparentemente o menino com problemas mentais que os quatro salvaram ainda na infância e lhes deu os tais poderes, é a chave para salvar o mundo.
Esquecendo o argumento difícil de engolir, o que mais incomoda em O Apanhador de Sonhos é a forma como o roteiro nos deixa completamente perdidos naquilo que estamos vendo. Suspense psicológico? Terror barato? Ação? Ficção Científica? Somos jogados feito ping pong de cena a cena completamente perdidos. Fica difícil até construir algum raciocínio lógico para uma crítica. Definitivamente o diretor Lawrence Kasdan tenta levar a sério o roteiro dele próprio com William Goldman. Mas, é claramente um filme absurdo. A gente nem sabe se preocupa-se em descobrir a origem de Duddits e dos poderes, ou se teme os vermes dentados que se desenvolvem dentro do organismo de um ser, como os Aliens, é bom ressaltar, mas que em vez de sair pela barriga, prefere um orifício traseiro para vir ao mundo. Isso, sem falar da estratégia militar, coordenada por Morgan Freeman, de explodir a área.
Quando Mr. Grey domina o corpo do professor Jones a história se complica ainda mais, apesar da questão simbólica do aprisionamento dentro da cabana ser bem interessante. Agora, porque um ser tão poderoso como aquele teria medo de um rapaz como Duddits? Qual a relação entre os dois? É tudo jogado de uma forma tão solta na tela que fica didícil acompanhar a linha de raciocínio. O final, então, chega a ser patético. Um filme lamentável. Daqueles que não merecem mesmo uma segunda visita. Mas, repito que os quatorze primeiros minutos são bem interessantes.
O Apanhador de Sonhos (Dreamcatcher: 2003/EUA)
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan e William Goldman, baseado em livro de Stephen King
Com: Morgan Freeman, Thomas Jane, Jason Lee, Damian Lewis.
Duração: 136 min.
O filme começa promissor, quatro amigos com uma ligação telepática nos são apresentados, um de cada vez. Um médico psiquiatra, um professor, um vendedor de carros e um rapaz com uma profissão indefinida que aparece sempre no bar, bebendo. Cada um lida de uma forma com seu dom estranho, mas tudo é construído de uma forma interessante, como um bom suspense psicológico. De repente, o professor Gary Jones, vivido por Damian Lewis é atropelado e saltamos no tempo. Agora, os amigos estão reunidos em uma cabana de inverno onde já passaram várias temporadas e descobrem que estão presos por causa de uma nevasca. Como se não pudesse ficar pior, eles descobrem que estão no meio de uma área de isolamento militar, pois alienígenas parasitas estão invadindo a Terra e aparentemente o menino com problemas mentais que os quatro salvaram ainda na infância e lhes deu os tais poderes, é a chave para salvar o mundo.
Esquecendo o argumento difícil de engolir, o que mais incomoda em O Apanhador de Sonhos é a forma como o roteiro nos deixa completamente perdidos naquilo que estamos vendo. Suspense psicológico? Terror barato? Ação? Ficção Científica? Somos jogados feito ping pong de cena a cena completamente perdidos. Fica difícil até construir algum raciocínio lógico para uma crítica. Definitivamente o diretor Lawrence Kasdan tenta levar a sério o roteiro dele próprio com William Goldman. Mas, é claramente um filme absurdo. A gente nem sabe se preocupa-se em descobrir a origem de Duddits e dos poderes, ou se teme os vermes dentados que se desenvolvem dentro do organismo de um ser, como os Aliens, é bom ressaltar, mas que em vez de sair pela barriga, prefere um orifício traseiro para vir ao mundo. Isso, sem falar da estratégia militar, coordenada por Morgan Freeman, de explodir a área.
Quando Mr. Grey domina o corpo do professor Jones a história se complica ainda mais, apesar da questão simbólica do aprisionamento dentro da cabana ser bem interessante. Agora, porque um ser tão poderoso como aquele teria medo de um rapaz como Duddits? Qual a relação entre os dois? É tudo jogado de uma forma tão solta na tela que fica didícil acompanhar a linha de raciocínio. O final, então, chega a ser patético. Um filme lamentável. Daqueles que não merecem mesmo uma segunda visita. Mas, repito que os quatorze primeiros minutos são bem interessantes.
O Apanhador de Sonhos (Dreamcatcher: 2003/EUA)
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan e William Goldman, baseado em livro de Stephen King
Com: Morgan Freeman, Thomas Jane, Jason Lee, Damian Lewis.
Duração: 136 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Apanhador de Sonhos
2011-04-09T14:35:00-03:00
Amanda Aouad
critica|ficcao cientifica|Morgan Freeman|suspense|terror|
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