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Rio
Desde que foi anunciado o filme Rio com direção do brasileiro Carlos Saldanha, a expectativa só cresceu, principalmente para nós, brasileiros. Uma animação ambientada na cidade maravilhosa, tendo uma Ararinha Azul como protagonista parecia mesmo uma aventura mágica. E é. Rio tem elementos que nos encantam desde as paisagens da capital carioca que estão reconstruídas em detalhes à música envolvente que fica em nossa mente por muito tempo. Eles valorizam o samba, claro, mas tem também um baile funk e referências à Bossa Nova. Na segunda parte dos créditos, ainda vem uma música com Ivete Sangalo cantando, se você é fã da baiana, é legal ficar para escutar. Apesar de alguns detalhes forçados, uns poucos estereótipos e uma explicação completamente falha, Rio é a típica boa animação. Bem feita, divertida, envolvente, que dá vontade de ver de novo.
Blu é um macho de Ararinha Azul, uma espécie em extinção. Vive em Minnesota com sua dona Linda que o trata como uma criança minada. Tudo muda quando Túlio, um biólogo especialista em aves, os visita dizendo que ele é o último macho da espécie e que precisa cruzar com a fêmea que está no Brasil para que não sejam extintos. Blu embarca para o Rio de Janeiro e lá vive uma aventura incrível, ao ter que fugir de traficantes de aves que tem um pássaro estranho como guarda-costas. O problema é que Blu nunca aprendeu a voar, o que complica muito sua vida e a de Jade, a Ararinha Azul fêmea, já que ela está presa a ele por uma corrente.
Antes de tudo, o óbvio: Rio é uma animação americana, e como tal, mesmo que dirigida por um brasileiro lança mão de caricaturas e esterótipos comuns ao gênero. Então, não se perguntem que língua eles estão falando. Como um bom filme americano, essa parte da torre de Babel mundial é um pouco esquecida e nos comunicamos todos na mesma língua. Isso só fica estranho na dublagem em português quando Linda vira para um rapaz e diz estar procurando "my bird" e ele confunde com "bando". Parece que faltou um similar em português para a piada funcionar. Por outro lado, temos alguns detalhes furados, como um jogo de Brasil e Argentina em pleno Carnaval. Mas como uma das melhores piadas do filme vem dessa partida, a gente perdoa.
Outro ponto exagerado no filme é o Carnaval. Vemos as pessoas atravessando o sinal em Copacabana sambando, o segurança colocar roupas douradas para sambar ao estar sozinho e alguns outros exageros típicos da caricatura. Outro exemplo é na cena em que Linda é apresentada ao churrasco, principalmente quando o garçom chega com um prato de coração de galinha flambado. Caricatura é assim, exagera para ser engraçada, não vejo problemas. A única coisa que fica estranha e mal explicada é a inserção da Sapucaí no meio da história. É claro que Saldanha não queria perder o visual da parte mais bonita do Carnaval do Rio, mas a forma como os personagens vão parar lá chega a ser absurda. Não vou entrar em detalhes para não dar spoilers, mas nem um leigo no Carnaval carioca poderia entender aquilo. Se fosse no carnaval de rua, com os blocos que passam por várias avenidas do Rio, seria ótimo. Na Sapucaí, fica estranho....
Tirando esses detalhes que os mais chatos podem reclamar, Rio é uma animação para todas as idades. Consegue tratar com habilidade de temas polêmicos e sérios como o tráfico de animais, a extinção de espécies, a pobreza do Rio de Janeiro com suas favelas e crianças carentes e até fala sobre violência e assaltos sofridos por turistas todos os dias. A gangue de macacos assaltando o Pão de Açucar é genial. Em uma metáfora divertida, Saldanha dá seu recado. O mais interessante de Rio é falar de tudo isso sem perder o humor, trazendo para as aves o olhar principal da trama e nos envolvendo na aventura divertida de uma forma cuidada e séria.
Apesar de gostar da dublagem em português o que mais lamento no filme é não ter tido a oportunidade de ver a versão original. Nós, brasileiros, temos que nos contentar apenas com a voz de Rodrigo Santoro como Túlio, o atrapalhado ornitólogo. É triste principalmente por perceber que os traços de Jade e sua personalidade lembram tanto Anne Hathaway, só pelo trailer legendado já dá para perceber que sua interpretação foi muito mais harmônica que o tom da dubladora brasileira, vide a cena da aranha nas costas de Blu. Gostaria também de ver Jamie Foxx e Will.I.Am do Black Eyed Peas formando aquela dupla engraçada de passarinhos músicos (quase uma redundância), principalmente na cena do baile funk. Jesse Eisenberg como o protagonista Blu, confesso que é o que menos tenho curiosidade. Por mim, veria as duas versões feliz, até para comparar como fiz já na distante estreia de Tarzan da Disney nos cinemas.
Rio cumpre sua promessa, e não se torna uma decepção diante da expectativa. É uma animação divertida, bem feita, que atende a todas as famílias. Seu ponto fraco talvez seja a projeção em 3D. Pouco acrescenta à história, perdendo boas oportunidades de deixar a tela mais bonita como o vôo de asa delta ou a cena das flores rosas. Mesmo a profundidade de tela é pouco perceptível. Acredito que a versão em 2D já dá conta de toda a beleza visual da animação que consegue traduzir o Rio de Janeiro em dimensões impressionantes. Dá vontade de chamar Gilberto Gil para cantar junto que "O Rio de Janeiro continua lindo". Que bom que o Brasil pode nos proporcionar esse belo filme.
Rio (Rio: 2011 / EUA)
Direção: Carlos Saldanha
Roteiro: Don Rhymer
Com: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Jamie Foxx, Will.I.Am.
Duração: 96 min
Blu é um macho de Ararinha Azul, uma espécie em extinção. Vive em Minnesota com sua dona Linda que o trata como uma criança minada. Tudo muda quando Túlio, um biólogo especialista em aves, os visita dizendo que ele é o último macho da espécie e que precisa cruzar com a fêmea que está no Brasil para que não sejam extintos. Blu embarca para o Rio de Janeiro e lá vive uma aventura incrível, ao ter que fugir de traficantes de aves que tem um pássaro estranho como guarda-costas. O problema é que Blu nunca aprendeu a voar, o que complica muito sua vida e a de Jade, a Ararinha Azul fêmea, já que ela está presa a ele por uma corrente.
Antes de tudo, o óbvio: Rio é uma animação americana, e como tal, mesmo que dirigida por um brasileiro lança mão de caricaturas e esterótipos comuns ao gênero. Então, não se perguntem que língua eles estão falando. Como um bom filme americano, essa parte da torre de Babel mundial é um pouco esquecida e nos comunicamos todos na mesma língua. Isso só fica estranho na dublagem em português quando Linda vira para um rapaz e diz estar procurando "my bird" e ele confunde com "bando". Parece que faltou um similar em português para a piada funcionar. Por outro lado, temos alguns detalhes furados, como um jogo de Brasil e Argentina em pleno Carnaval. Mas como uma das melhores piadas do filme vem dessa partida, a gente perdoa.
Outro ponto exagerado no filme é o Carnaval. Vemos as pessoas atravessando o sinal em Copacabana sambando, o segurança colocar roupas douradas para sambar ao estar sozinho e alguns outros exageros típicos da caricatura. Outro exemplo é na cena em que Linda é apresentada ao churrasco, principalmente quando o garçom chega com um prato de coração de galinha flambado. Caricatura é assim, exagera para ser engraçada, não vejo problemas. A única coisa que fica estranha e mal explicada é a inserção da Sapucaí no meio da história. É claro que Saldanha não queria perder o visual da parte mais bonita do Carnaval do Rio, mas a forma como os personagens vão parar lá chega a ser absurda. Não vou entrar em detalhes para não dar spoilers, mas nem um leigo no Carnaval carioca poderia entender aquilo. Se fosse no carnaval de rua, com os blocos que passam por várias avenidas do Rio, seria ótimo. Na Sapucaí, fica estranho....
Tirando esses detalhes que os mais chatos podem reclamar, Rio é uma animação para todas as idades. Consegue tratar com habilidade de temas polêmicos e sérios como o tráfico de animais, a extinção de espécies, a pobreza do Rio de Janeiro com suas favelas e crianças carentes e até fala sobre violência e assaltos sofridos por turistas todos os dias. A gangue de macacos assaltando o Pão de Açucar é genial. Em uma metáfora divertida, Saldanha dá seu recado. O mais interessante de Rio é falar de tudo isso sem perder o humor, trazendo para as aves o olhar principal da trama e nos envolvendo na aventura divertida de uma forma cuidada e séria.
Apesar de gostar da dublagem em português o que mais lamento no filme é não ter tido a oportunidade de ver a versão original. Nós, brasileiros, temos que nos contentar apenas com a voz de Rodrigo Santoro como Túlio, o atrapalhado ornitólogo. É triste principalmente por perceber que os traços de Jade e sua personalidade lembram tanto Anne Hathaway, só pelo trailer legendado já dá para perceber que sua interpretação foi muito mais harmônica que o tom da dubladora brasileira, vide a cena da aranha nas costas de Blu. Gostaria também de ver Jamie Foxx e Will.I.Am do Black Eyed Peas formando aquela dupla engraçada de passarinhos músicos (quase uma redundância), principalmente na cena do baile funk. Jesse Eisenberg como o protagonista Blu, confesso que é o que menos tenho curiosidade. Por mim, veria as duas versões feliz, até para comparar como fiz já na distante estreia de Tarzan da Disney nos cinemas.
Rio cumpre sua promessa, e não se torna uma decepção diante da expectativa. É uma animação divertida, bem feita, que atende a todas as famílias. Seu ponto fraco talvez seja a projeção em 3D. Pouco acrescenta à história, perdendo boas oportunidades de deixar a tela mais bonita como o vôo de asa delta ou a cena das flores rosas. Mesmo a profundidade de tela é pouco perceptível. Acredito que a versão em 2D já dá conta de toda a beleza visual da animação que consegue traduzir o Rio de Janeiro em dimensões impressionantes. Dá vontade de chamar Gilberto Gil para cantar junto que "O Rio de Janeiro continua lindo". Que bom que o Brasil pode nos proporcionar esse belo filme.
Rio (Rio: 2011 / EUA)
Direção: Carlos Saldanha
Roteiro: Don Rhymer
Com: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Jamie Foxx, Will.I.Am.
Duração: 96 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Rio
2011-04-07T08:27:00-03:00
Amanda Aouad
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