Sexo sem compromisso
O que esperar de uma boa comédia romântica? Rapaz conhece moça, rapaz perde moça, rapaz reconquista moça? Existem filmes que são assim, puras fórmulas onde já sabemos o final, mas torcemos freneticamente para que ele se realize. É interessante, então, quando vemos uma comédia romântica que brinca com a premissa principal de que todos estão a procura do seu verdadeiro amor. O problema é que, mesmo com nova roupagem, Ivan Reitman constrói uma comédia romântica como manda o padrão do gênero. E o pior é que a gente acaba torcendo para que no final tudo volte ao velho e bom clichê de felizes para sempre. O roteiro de Elizabeth Meriwether começa confuso, mas vai nos envolvendo com os personagens aos poucos, por mais óbvio que seja o final, não fica incoerente. Faz parte desse mundo moderno em que vivemos. As pessoas tem medo de se apaixonar, se entregar, mas no fundo, todo mundo quer viver um grande amor. Mas, vamos por partes.
Estamos diante de Emma e Adam. Ela, uma estudante de medicina que não acredita nos sentimentos. Ele, típico cara legal que acaba de descobrir que seu pai está com sua ex-namorada. Vemos no início do filme momentos da vida dos dois antes de chegar a esse ponto chave, onde se encontraram por acaso em um acampamento, uma festa da faculdade e uma feira ao ar livre. Há uma tensão entre ambos, mas sem aproximação. Até que o inusitado acontece e eles começam uma relação diferente. Tal qual a música: apenas sexo e amizade. Ainda mais com o pacto de que se um dos dois sentir algo mais, a relação acaba.
É óbvio que isso vai acontecer, mas não exatamente pelo clichê das comédias românticas. É natural do ser humano a posse, a ligação afetiva, por mais que o mundo moderno nos afaste com medo de sofrer. A gente quer encontrar nossa cara metade. Então, ficar uma vez, só pelo sexo e depois sumir. Beleza. Mas, manter relações diariamente, no mínimo, a gente acostuma com o outro. Faz parte dessa incongruência do mundo em que vivemos. Lembrei bem do filme O Espelho Tem Duas Faces de Barbra Streisand que consegue falar disso de uma forma mais madura. Mesmo que diga não, todo mundo quer amar.
O fato é que, mesmo clichê ou aparentemente incongruente, no final é apenas mais uma comédia romântica, Sexo sem compromisso é divertido. É gostoso acompanhar a relação de Emma e Adam. Natalie Portman está ótima em um personagem mais leve depois do denso Cisne Negro, natural, feliz, encantadora. Já Ashton Kutcher como ator é um belo homem, mas não compromete. Faz cara de menino abandonado e derrete a gente. Kevin Kline é que está sub-aproveitado como o pai de Adam. Digamos que faz um verdadeiro babaca.
Procurar grandes cenas ou mesmo sutilezas do diretor nesse filme é como procurar uma agulha no palheiro. Não tem grandes novidades. O roteiro tem falhas. Os personagens são rasos. A história pode ser considerada até boba. Mas, nos envolve e diverte se estamos no espírito de uma comédia romântica para distrair o juízo. Afinal, é difícil falar de amor nos dias de hoje, sem parecer piegas ou cair nas armadilhas do já dito. Coisas do mundo moderno. Fica a dúvida se o gênero precisa mesmo de uma reformulação para acompanhar o estilo de hoje em dia.
Sexo sem compromisso (No Strings Attached: 2011/ EUA)
Direção: Ivan Reitman
Roteiro: Elizabeth Meriwether
Com: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Kevin Kline, Cary Elwes.
Duração: 108 min
Estamos diante de Emma e Adam. Ela, uma estudante de medicina que não acredita nos sentimentos. Ele, típico cara legal que acaba de descobrir que seu pai está com sua ex-namorada. Vemos no início do filme momentos da vida dos dois antes de chegar a esse ponto chave, onde se encontraram por acaso em um acampamento, uma festa da faculdade e uma feira ao ar livre. Há uma tensão entre ambos, mas sem aproximação. Até que o inusitado acontece e eles começam uma relação diferente. Tal qual a música: apenas sexo e amizade. Ainda mais com o pacto de que se um dos dois sentir algo mais, a relação acaba.
É óbvio que isso vai acontecer, mas não exatamente pelo clichê das comédias românticas. É natural do ser humano a posse, a ligação afetiva, por mais que o mundo moderno nos afaste com medo de sofrer. A gente quer encontrar nossa cara metade. Então, ficar uma vez, só pelo sexo e depois sumir. Beleza. Mas, manter relações diariamente, no mínimo, a gente acostuma com o outro. Faz parte dessa incongruência do mundo em que vivemos. Lembrei bem do filme O Espelho Tem Duas Faces de Barbra Streisand que consegue falar disso de uma forma mais madura. Mesmo que diga não, todo mundo quer amar.
O fato é que, mesmo clichê ou aparentemente incongruente, no final é apenas mais uma comédia romântica, Sexo sem compromisso é divertido. É gostoso acompanhar a relação de Emma e Adam. Natalie Portman está ótima em um personagem mais leve depois do denso Cisne Negro, natural, feliz, encantadora. Já Ashton Kutcher como ator é um belo homem, mas não compromete. Faz cara de menino abandonado e derrete a gente. Kevin Kline é que está sub-aproveitado como o pai de Adam. Digamos que faz um verdadeiro babaca.
Procurar grandes cenas ou mesmo sutilezas do diretor nesse filme é como procurar uma agulha no palheiro. Não tem grandes novidades. O roteiro tem falhas. Os personagens são rasos. A história pode ser considerada até boba. Mas, nos envolve e diverte se estamos no espírito de uma comédia romântica para distrair o juízo. Afinal, é difícil falar de amor nos dias de hoje, sem parecer piegas ou cair nas armadilhas do já dito. Coisas do mundo moderno. Fica a dúvida se o gênero precisa mesmo de uma reformulação para acompanhar o estilo de hoje em dia.
Sexo sem compromisso (No Strings Attached: 2011/ EUA)
Direção: Ivan Reitman
Roteiro: Elizabeth Meriwether
Com: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Kevin Kline, Cary Elwes.
Duração: 108 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Sexo sem compromisso
2011-04-14T08:22:00-03:00
Amanda Aouad
Ashton Kutcher|comedia|critica|Natalie Portman|romance|
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