Aquarela do Brasil
Em época de Rio e animações computadorizadas, resgatemos, por indicação da leitora Grace Gomes, a primeira animação de Walt Disney sobre o nosso país. Ele foi produzido em 1942, totalmente à mão, fazendo parte da Política da Boa Vizinhança após Segunda Guerra Mundial, mas que, no fundo, estava divulgando o American Way of Live. Os Estados Unidos estreitaram as relações com diversos países através da arte. Saludos Amigos era um passeio pela América do Sul, onde cada curta-metragem acontecia em um país. Para o Brasil, esta animação de oito minutos chamada Aquarela do Brasil foi apenas o começo. Aqui, surge pela primeira vez o Zé Carioca, personagem malandro e cheio de ginga. Cabe ao pato Donald ser o seu anfitrião, ou melhor, o papagaio é quem mostra seu país ao famoso pato.
Vendo os dois primeiros minutos do filme, é possivel perceber de onde veio a inspiração da abertura de Rio de Carlos Saldanha. A música de Ary Barroso embala a apresentação da fauna e flora brasileira em uma aquarela literal. É uma brincadeira de tintas coloridas onde surgem as formas ao ritmo da melodia. Vemos, então, o pato Donald e logo depois surgir aos nossos olhos o Zé Carioca. Para não deixar dúvidas ele entrega cartão com nome, sobrenome e localidade. É divertido ver os contrastes, mesmo que caricaturais, como Zé Carioca oferecendo uma cachaça e Donald quase explodindo ao beber o forte líquido. A caixinha de fósforo que logo vira outro samba junto à sombra de Carmem Miranda parece inevitável em uma época onde ela era mesmo o símbolo maior de Brasil.
É interessante ver os símbolos da cidade neste curta-metragem, desde as listras do calçadão da Copacabana, ao velho cassino da Urca que ainda não era proibido. O que não muda é o cenário do Rio de Janeiro que já era lindo. O sucesso foi tanto que três anos depois, Walt Disney lançou Você já foi a Bahia, título original The Three Caballeros, onde animação se mistura a live action com a presença de Aurora Miranda (irmã de Carmem Miranda) em mais uma aventura pela América do Sul. Além do Brasil, Zé Carioca e Donald se juntam ao galo Panchito Pistoles e dão uma passadinha no México.
Nos Estados Unidos, Zé Carioca se resumiu a essas animações e algumas poucas tirinhas nos jornais, mas no Brasil ele ganhou revista própria. Sua HQ mensal, lançada em 1950, fez muito sucesso até a década de 90. A princípio eram aventuras do malandro pela cidade, depois adaptações de histórias de Mickey e Donald, até que finalmente, Zé Carioca ganhou aqui no Brasil um estúdio próprio onde novas histórias foram criadas com a presença de novos personagens que não existiam nos Estúdios Disney. Apesar de não ter mais uma revista mensal, o personagem não morreu, vez ou outra surgem almanaques especiais.
Divirtam-se com o curta Aquarela do Brasil.
Vendo os dois primeiros minutos do filme, é possivel perceber de onde veio a inspiração da abertura de Rio de Carlos Saldanha. A música de Ary Barroso embala a apresentação da fauna e flora brasileira em uma aquarela literal. É uma brincadeira de tintas coloridas onde surgem as formas ao ritmo da melodia. Vemos, então, o pato Donald e logo depois surgir aos nossos olhos o Zé Carioca. Para não deixar dúvidas ele entrega cartão com nome, sobrenome e localidade. É divertido ver os contrastes, mesmo que caricaturais, como Zé Carioca oferecendo uma cachaça e Donald quase explodindo ao beber o forte líquido. A caixinha de fósforo que logo vira outro samba junto à sombra de Carmem Miranda parece inevitável em uma época onde ela era mesmo o símbolo maior de Brasil.
É interessante ver os símbolos da cidade neste curta-metragem, desde as listras do calçadão da Copacabana, ao velho cassino da Urca que ainda não era proibido. O que não muda é o cenário do Rio de Janeiro que já era lindo. O sucesso foi tanto que três anos depois, Walt Disney lançou Você já foi a Bahia, título original The Three Caballeros, onde animação se mistura a live action com a presença de Aurora Miranda (irmã de Carmem Miranda) em mais uma aventura pela América do Sul. Além do Brasil, Zé Carioca e Donald se juntam ao galo Panchito Pistoles e dão uma passadinha no México.
Nos Estados Unidos, Zé Carioca se resumiu a essas animações e algumas poucas tirinhas nos jornais, mas no Brasil ele ganhou revista própria. Sua HQ mensal, lançada em 1950, fez muito sucesso até a década de 90. A princípio eram aventuras do malandro pela cidade, depois adaptações de histórias de Mickey e Donald, até que finalmente, Zé Carioca ganhou aqui no Brasil um estúdio próprio onde novas histórias foram criadas com a presença de novos personagens que não existiam nos Estúdios Disney. Apesar de não ter mais uma revista mensal, o personagem não morreu, vez ou outra surgem almanaques especiais.
Divirtam-se com o curta Aquarela do Brasil.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Aquarela do Brasil
2011-05-29T09:29:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|curtas|materias|
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