Hoje é o dia do
Orgulho Nerd. O termo surgiu em 1950 no livro
If I Ran the Zoo, onde o escritor Theodor Seuss o descrevia como um bichinho esquisito, com cabelo desgrenhado e camiseta surrada. Por décadas foi sinônimo de pessoas sem traquejo social, que tinham prazer em estudar e eram vistos como perdedores pela maioria dos jovens. Mas, como tudo muda, os avanços da tecnologia trouxeram os Nerds para o topo, afinal quem entende mais de computadores que eles? Vários filmes de ficção científica se tornaram moda e ser Nerd passou a ser
cool. Para homenagear o dia, resolvi resgatar aqui a Saga Star Wars. Afinal, este dia foi escolhido por um motivo: em 25 de maio de 1977 chegava aos cinemas o filme
Guerra nas Estrelas, mais tarde rebatizado de Episódio IV, uma nova esperança. Só por curiosidade, hoje também é o Dia da Toalha, objeto essencial para outro livro / filme símbolo nerd:
O guia do mochileiro das galáxias.
Star Wars é daquelas Sagas que não morrem. Sua aura permanece passando de geração em geração como uma verdadeira seita. George Lucas foi realmente genial ao criar sua história em 1977. Seu primeiro filme é uma construção exata do mito do herói, tanto que serviu de base para Christopher Vogler construir o seu livro
A Jornada do Escritor, onde através dos conceitos criados por Joseph Campbell fez um manual de roteiro seguido por anos pela Disney. O filme surgiu despretensiosamente em uma época em que ficção científica era meio desacreditada, tanto que a Fox produziu o filme e assinou um contrato com George Lucas onde este teria todos os direitos de comercialização da marca. Assim, o diretor pode criar sua própria empresa e desenvolver todo o projeto que tinha em mente.
Engana-se quem afirma que Luke Skywalker é o protagonista da série. Por diversas vezes, George Lucas já confirmou que Star Wars é a história de Darth Vader, ou melhor de Anakin Skywalker, e como ele morreu no episódio VI, não existe possibilidade de novos filmes oficiais. Os fãs, no entanto, estão autorizados a criar
fanfictions com o universo criado pelo diretor. Tanto que diversos livros, histórias em quadrinhos e roteiros já surgiram com histórias posteriores. Esta é a magia de Star Wars, não são apenas seus filmes que fazem a franquia crescer a cada dia, mas todos os subprodutos vindos deles. Bonecos, camisas, jogos, recriações, séries, objetos de colecionadores. Cada personagem se tornou parte da vida de seus fãs que querem ter alguma lembrança deles. E como os filmes não o começo de tudo, já voltaram aos cinemas na década de noventa remasterizados, antes do lançamento do Episódio I e surgem boatos que voltarão novamente em 3D. O lançamento do Blu-Ray da série também é aguardado com ansiedade para setembro.
Acompanhe o retrospecto e os links, várias surpresinhas estão escondidas aí.
Filmes:
Uma Nova Esperança encantou a todos em sua estreia. Era uma Saga diferente, aparentemente sobre um garoto de um planeta distante que recebe o chamado para se associar a uma Aliança Rebelde contra um Império do Mal. Neste Império estava o vilão mais cruel que o cinema já viu: Darth Vader. Ele era um antigo Jedi que traiu o grupo e teria matado o pai do garoto em questão, Luke Skywalker. Junto a Obi-Wan Kenobi e dois andróides C3PO e R2D2, ele parte para a Estrela da Morte onde deve resgatar a princesa Leia. Para isto, têm que contratar o pirata do espaço Han Solo e seu companheiro Chewbacca. O filme é redondo, com começo, meio e fim como a indústria exigia, afinal, não havia garantias de um novo filme. O longametragem foi um sucesso, os efeitos especiais na época impressionaram, a história cativou e sua bilheteria foi de US$ 775.398.007 (
Box Office Mojo). George Lucas pode, então, continuar sua Saga.
O Império Contra-ataca é tido por muitos fãs o melhor filme da Saga. Mesmo sem começo, sem fim, tem todos os ingredientes que tornam
Guerra nas Estrelas a paixão que é. Primeiro, tem um roteiro muito bom, dosando aventura, romance, ficção científica e, principalmente, a filosofia Jedi. É aqui que Luke conhece Mestre Yoda e começa seu treinamento na descoberta da força. É aqui também que Leia e Han Solo estreitam laços, mas o trapaceiro é pego por Jaba em sua trajetória trágica. E, é neste filme, que o protagonista se revela, a frase mais repetida pelos fãs "
Luke, I am your father", foi protegida por George Lucas até o momento da exibição do filme. Como a voz de Darth Vader era dublada pelo ator James Earl Jones, na hora da filmagem o ator
David Prowse falou outra coisa qualquer. Foi um susto para todos. Com o vilão se revelando o pai do herói, como resolver essa tragédia shakespeariana? O episódio termina de uma forma melancólica, mas sempre resta a esperança.
Star Wars VI - 1983
Em
O retorno de Jedi, George Lucas expôs finalmente a história que estava querendo contar. Ou alguém ainda acha que o subtítulo se refere a Luke? Fica claro depois de tudo, que o Jedi que está retornando ao seu meio é Anakin Skywalker. Depois de uma longa jornada pelo "dark side", ele tem sua redenção nas mãos de seu filho. O fechamento é perfeito para um mito bem construído. O que incomoda um pouco no sexto filme é a presença dos simpáticos Ewoks. Seres da floresta que ajudam o grupo na lua de Endor. Mas, eles não apenas estão lá, como geraram novos filmes, a exemplo de
Caravana da Coragem, e até animação. A história épica termina com três lutas em paralelo, no espaço, liderados por Lando Calrissian, na Lua de Endor, liderados por Han Solo e dentro da estrela da Morte, onde Luke, Darth Vader e o Imperador traçam sua batalha psicológica. O final do filme foi alterado diversas vezes em suas remasterizações. Primeiro a música simples dos Ewoks foi substituída por algo mais grandioso e cenas de diversos planetas comemorando o fim do Império foram adicionadas, isto ainda na nova versão em VHS que chegou também aos cinemas na década de noventa. Na era do DVD, após o Episódio III, o ator
Sebastian Shaw foi substituído por
Hayden Christensen gerando a revolta de muitos fãs.
Star Wars I - 1999
A expectativa era grande para
A Ameaça Fantasma, tanto que o filme tem a maior bilheteria da série, US$ 924.317.558. Mas o que foi visto em tela decepcionou a muitos. Star Wars tinha ficado infantil, quase uma história boba. Mas, era o início, Anakin era mesmo uma criança e precisava de desconto. Também veio a explicação da origem da força, o que incomodou ainda mais. Tiraram parte da magia. A melhor cena do filme é a corrida de Pod Racers, que em muito se assemelha à
corrida de bigas em Ben Hur.
Star Wars II - 2002
O Ataque dos Clones melhorou um pouco a imagem deixada pelo Episódio I, mas ainda não era o filme esperado pela legião de fãs da série. Aqui Anakin Skywalker começa a demonstrar seu lado rebelde e ouvimos pela primeira vez na nova trilogia a
Imperial March, após a morte de sua mãe pelo povo de areia. O reflexo do resultado ruim do primeiro filme pode ser visto na bilheteria de US$ 649.398.328.
Star Wars III - 2005
Antes de
A Vingança dos Sith, o fã da saga pode se divertir com a série animada
Guerras Clônicas, exibida no Cartoon Network. Ali novos personagens foram apresentados, como o vilão General Grievous. Quem viu a série entende o porquê dele começar o terceiro filme ferido. Este é o filme mais denso de toda série, o nascimento de Darth Vader, a destruição do lado bom do personagem, sua tranformação em uma máquina sem sentimentos a serviço do Imperador. Aqui, ficamos conhecendo como tudo aconteceu. É triste testemunhar a derrota dos Jedis, traídos de uma forma tão cruel. A sensação só não é mais amarga porque sabemos do que acontecerá anos depois. É um bom filme, o melhor da nova série, mas ainda assim, não tem o mesmo brilho da trilogia original. George Lucas foi mesmo sábio ao começar pelo episódio IV, se começasse pelo primeiro, provavelmente Star Wars nunca seria o que é hoje.
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Orgulho Nerd! Ah, e para os que moram em Salvador, neste domingo acontece o evento
Aliança Salvador, apareçam e que a força esteja com vocês.