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Entrevista Exclusiva com Gero Camilo

Assalto ao Banco Central - Gero CamiloGero Camilo dispensa apresentações, ator cearense de vasta carreira no teatro, cinema e televisão, tem um carisma e talento indiscutível. Em Assalto ao Banco Central ele faz Tatu, o responsável por cavar o buraco que leva o grupo até o cofre do banco. Ele também veio a Salvador divulgar o filme e pudemos conversar um pouco com esse grande ator. Confiram.

O que você conhecia da história real do assalto?
Eu sou de Fortaleza, a cidade onde o crime aconteceu. Estava trabalhando em São Paulo nessa época, mas quando eu fui passar férias na cidade, fui inclusive lá ver a distância entre a casa e banco, porque fiquei muito espantado com aquilo. É uma distância impressionante e no centrão da cidade. Então, é genial a engenhosidade de construir um túnel ali que cai dentro do cofre do banco.

Assalto ao Banco Central - Gero Camilo
Fale um pouco do seu personagem Tatu?
O Tatu é o cara que vai na linha de frente, é o primeiro, que sai em busca do ouro. Ao mesmo tempo ele está muito exposto ao risco, qualquer coisa é ele que não vai sobreviver.

Como foi fazer as cenas subterrâneas? Era um túnel realmente?
Não, esse foi um trabalho de arte muito bem feito. Foi construído em estúdio esse túnel, quase como se fosse um Lego que tinha essa possibilidade de abrir em partes.

Então não tinha essa sensação de estar em um buraco.
Tinha sim, mas não sufocava porque a gente sabia que qualquer coisa era só dar um chute que o isopor ia cair. (risos)

E a cena em que o esgoto estoura em seu rosto? Como foi a sensação, o que era aquele líquido?
Terrível, até porque só podia ser feito uma vez. Mas, o líquido era chocolate, pelo menos isso, banho de merda doce. (risos)

Assalto ao Banco Central - Gero Camilo
Qual foi a pior cena que você fez no filme?
Pior no sentido de mais arriscada é a sequência da minha fuga. Que eu corro, caio e sou pego. Teve um dublê para dar o salto, mas essa passagem do corpo físico do ator para o dublê era delicada para que ficasse real. E na montagem do filme é muito bem feito.

E a melhor?
A que mais gostei foi a que fui para Fortaleza que é a minha primeira cena no filme, que foi o contrário da filmagem. A minha última cena no filme eu fiz no primeiro dia de filmagem, e a primeira cena eu fiz no último dia. Que é no Ceará, o Tatu chegando em Fortaleza para encontrar o Barão.

Como foi trabalhar com Marcos Paulo em sua estréia na direção cinematográfica?
Foi uma honra. Eu tinha ele referente como ator, desde criança via os trabalhos dele na televisão e gostava. E poder participar de um projeto pessoal dele de fazer cinema, foi um grande prazer.

Assalto ao Banco Central - Gero Camilo
Mesmo em filmes bastante dramáticos como "Bicho de Sete Cabeças" e “Carandiru”, seus personagens tem algum tom cômico, mas aqui não. No filme, esse papel fica com Fábio Lago e o próprio Vinícius de Oliveira. Como foi essa construção?
É exatamente, é isso mesmo. Foi como eu vi o filme e eu gosto muito, ele não se fecha em um único gênero. Diversos personagens e eles variam em possibilidades. Acho que é interessante que não estereotipa tanto. Isso faz com que a gente crie mais diversidade de expressões, diversidade de pensamentos na máscara da personagem. E isso é muito legal. Aí, o desafio para mim na construção do Tatu era exatamente esse de não chapar ele na comicidade , já que ele iria trazer isso na própria comédia que é a vida desses caras vivendo três meses debaixo daquele lugar.

Qual o papel que você destacaria em sua carreira? O que mais gostou de fazer?
Olha, eu não condeno nenhum dos personagens que fiz. Eu amo todos eles. Há variantes como bom moço, bandido, que no tratamento sociológico não seria igual, mas em relação ao criador, é o respeito a todas essas máscaras porque elas representam também todas essas humanidades.

Assalto ao Banco Central - Gero Camilo
Como você vê o cenário do cinema nacional atualmente?
Acho que continuamos semeando cada vez mais esse campo de cinema brasileiro. E fazendo com que nosso cinema vá estabelecendo essa diversidade de possibilidades. Então, me interessa muito hoje as novas produções e essas novas tecnologias que também barateiam e democratizam o cinema. Faz com que mais gente possa tocar a sétima arte.

Quais os seus projetos futuros?
Agora, estou em São Paulo fazendo a minha peça que chama Casa Amarela que é onde eu interpreto Van Gogh, que é um texto que eu escrevi e um solo que eu faço. E no segundo semestre, eu e Camila Pitanga vamos estrear uma outra peça que vai chamar Lá fora vai estar chovendo sempre, que também é um texto que eu escrevi e a gente vai montar junto. A gente se conheceu nas filmagens do filme do Beto Brant que vai estrear agora: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios. Nos apaixonamos nessa partilha do trabalho e vamos realizar esse sonho de fazer uma peça juntos.



As fotos 2 e 4 foram gentilmente cedidas por João Veríssimo do www.SaladaCultural.com.br

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