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Vinicius de Oliveira
Entrevista Exclusiva com Vinícius de Oliveira
Entrevista Exclusiva com Vinícius de Oliveira
Ele começou no cinema quase por acaso. Engraxava sapatos na Central do Brasil quando Walter Salles se aproximou e perguntou se ele queria participar de um filme. Desde então, já se passaram quatorze anos e Vinícius de Oliveira se tornou um ator de teatro, cinema, televisão e internet. E ainda planeja passar para o outro lado da tela, dirigindo suas próprias histórias. Divulgando o filme Assalto ao Banco Central onde interpreta Devanildo, tivemos um bate-papo interessante que vocês conferem agora.
Como você definiria o filme Assalto ao Banco Central?
Conta a história do assalto que aconteceu em Fortaleza, onde roubaram quase 170 milhões de reais. E a gente usa um pouco essa história como pano de fundo para falar de relações humanas desses personagens e de uma forma geral da situação do nosso país, da corrupção, como a gente é vulnerável às coisas, como a gente se perde. O que você conhecia da história real do assalto?
Eu conheço o que saiu na mídia, acompanhei um pouco e foi o que conheci de mais próximo. Fale um pouco do seu personagem Devanildo?
Devanildo é um exemplo dessas pessoas que se perde no meio do assalto. Ele entra de uma forma e sai de outra. Ele é um religioso, afeminado, meio burrinho. No primeiro momento, ele tem a fé dele, sabe o que quer. E quando ele descobre o que está acontecendo ali, quer sair, não quer participar do assalto, mas pela imposição do chefe, que põe um revolver na cara dele, tem que ficar. Mas, acaba se perdendo no meio do caminho quando oferecem dois milhões de reais a ele. Aí, entra a questão da corrupção. E esse jeito afeminado, já fazia parte da descrição do personagem, foi algo que você construiu com Marcos Paulo?
Na verdade, no roteiro já estava essa característica na descrição do personagem. Então, eu tive que desenvolver, não que eu seja afeminado (risos), mas tive que desenvolver esse lado mais sensível do personagem. Como foi sua relação com o resto do elenco? Com quem teve maior afinidade?
Já conhecia uma galera, uma galera que eu tinha vontade de trabalhar inclusive. Então, foi um presente ser convidado e quando falaram os atores que iam participar, fiquei feliz da vida. É todo mundo muito legal, todo mundo se entendeu. E o ambiente era o mais gostoso possível. Qual foi a pior cena que você fez no filme?
Não tem pior, mas tem a mais difícil que é quando o Barão coloca um revolver no rosto dele. Era difícil, então, eu tinha que estar em um estado de nervosismo muito elevado e ter que repetir algumas vezes por causa dos planos, tinha que pegar todo mundo, foi difícil. Precisou de uma concentração grande. E a melhor?
A que eu mais gostei de fazer foi a cena de quando acaba a luz. Eu não paguei a luz e vou ali com vela, todo mundo tenso querendo me bater e eu ainda pergunto: alguém aí quer uma vela? Os caras só faltam me matar. (risos)Como foi trabalhar com Marcos Paulo no primeiro filme dele?
Foi muito bom e surpreendente. Eu não conhecida o Marcos e não sabia como ele viria para esse primeiro longametragem dele. Mas, ele veio tão pronto, tão decidido que fluiu perfeitamente. A gente se deu super bem. Ele deixava a gente super a vontade. Ele falava o que queria, as vezes pedia a nossa opinião, e a gente ia lá e executava. E a preparação com Fátima Toledo? Acha que o método dela ajuda no seu trabalho?
Pra esse trabalho eu achei que foi importante. A gente teve somente duas semanas de preparação e tinha que criar uma unidade para aquele grupo, que teoricamente eles viveriam três meses juntos, então tinha que criar algumas relações de conflito, de amizade, para poder chegar em alguma coisa bacana. Pra mim, especificamente foi fundamental , porque quando eu li o roteiro eu pensei “cara, como é que eu vou fazer esse personagem?" É um personagem difícil, eu podia cair no estereótipo. Então, com os exercícios que ela dava eu consegui. Do menino Josué até hoje já são 14 anos. Como foi crescer no cinema?
Olha, foi maravilhoso. Eu comecei lá no Central e poder ter trilhado esse caminho foi muito gostoso, um aprendizado imenso, tanto no lado do ator, como no Vinícius pessoa. Você queria ser jogador de futebol e acabou atuando como tal em Linha de Passe. Matou a vontade? Hoje acredita que ser ator seja o seu caminho?
É, porque ser jogador de futebol no Brasil é muito difícil. A gente mostra isso em Linha de Passe. É muito complicado, se você não for um Ronaldo da vida, um Ronaldo Gaúcho, um Romário, que são talentos acima da média é complicadíssimo. Então, como eu tive a oportunidade de ser ator, ter a chance de trabalhar em um filme muito bacana, depois continuar, eu pensei vou seguir aqui que já tenho um caminho. Como você vê o cenário do cinema nacional atualmente?
Eu tenho gostado bastante. Primeiro pela diversificação de filmes que tem aparecido. Esse tipo de filme de gênero, eu acho fundamental estar aparecendo, porque cinema é arte e arte a gente pode fazer de tudo. Tem filmes que a gente chama de Cult, tem filme que é para o grande público e assim vai. Eu acho que cinema é isso. Uma troca constante de linguagem. Quais os seus projetos futuros?
Eu tô entrando nesse mundo da internet, tenho um programa sobre futebol que se chama Fominhas. E escrevendo séries para televisão que estão vindo forte.Então, quer trabalhar nos bastidores?
Sim, também nos bastidores, como diretor, mas como ator seguindo sempre.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Entrevista Exclusiva com Vinícius de Oliveira
2011-07-23T09:28:00-03:00
Amanda Aouad
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