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Harry Potter e a Ordem da Fênix
Harry Potter e a Ordem da Fênix
Com Harry Potter e a Ordem da Fênix, a série ganhou seu diretor definitivo. David Yates chegou para ficar e brigar com os fãs dos livros. Só conseguiu se redimir na primeira parte do sétimo filme, quando conseguiu trazer um história bem fiel às páginas de J.K. Rowling. Este quinto filme, no entanto, foi o mais problemático de todos. Tudo bem que transpor 702 páginas para 138 minutos é tarefa árdua, mas Yates e o roteirista Michael Goldenberg pareciam não ter noção mesmo do que vinha pela frente ao tirar detalhes importante para a continuação da série.
Aqui, o mundo bruxo está dividido. Uns acreditam em Harry Potter e Dumbledore e estão se preparando para os tempos de trevas. Outros acham que o diretor de Hogwarts quer dar um golpe no ministério e o garoto que sobreviveu só quer aparecer ao "inventar" que Voldemort voltou. O jogo é tenso e muitos acabam se ferindo no caminho. A grande dificuldade do filme é narrar essa trajetória principal que fará a história avançar, sem perder de vista a estrutura de mais um ano na vida do protagonista. Em um ano, muita coisa acontece e aqui na tela, parece que passou apenas um mês. O próximo parágrafo possui alguns spoilers, pois falarei de coisas que faltaram ao filme, se quiser pule para o próximo.
As provas no colégio mesmo, quase são esquecidas, assim como a dificuldade de Harry em passar em poções. Detalhe que será importante para o sexto livro. A profecia também não nos é apresentada na íntegra, nem fica claro quem a fez, nem a possibilidade de Neville ser um escolhido. Agora um pequeno detalhe que deveria ser apresentado aqui, é completamente esquecido e cai de paraquedas no sétimo filme, não falo de Dobby (hehe), mas do espelho que Sirius dá à Harry Potter para que se comuniquem em qualquer lugar e que simplesmente surge em sua mão para conversar com o misterioso olho azul que o ajuda na casa dos Malfoy. Outro detalhe é Duda, o primo de Harry que aqui não fica agradecido, nem explica aos pais que o garoto o salvou. É tão estranho no sétimo ver o menino se despedir sem aquele abraço assustado. Como entender, também que Harry não se decepcionou com as atitudes do pai no passado? Tudo bem que o filme nem chega a mostrar a lembrança completa, mas já dá para perceber que Tiago não largava do pé de Snape. E mais uma vez, ficamos sem Quadribol.
Bom, esquecendo o que faltou, vamos analisar o filme em si. David Yates não foi tão feliz cinematograficamente quanto seria no sexto filme, mas já consegue imprimir uma marca interessante à série. Tudo aqui é muito mais sombrio, já começa com os dementadores atacando no parque e depois no túnel da rua dos Alfeneiros, seguido pelo julgamento de Harry. Neste julgamento, conhecemos o ministério da magia e a futura professora Umbridge. É aqui também que temos a primeira impressão de que Dumbledore está evitando Harry Potter. A forma como a câmera se movimenta, demonstrando que o ator Michael Gambon evitar olhar para Daniel Radcliffe a todo custo.
Harry Potter e a Ordem da Fênix nos traz muitas novidades, a começar pela Ordem descrita no título, ativa na época em que Voldemort reinava e que volta a se reunir. É interessante ver a forma como eles tratam Harry. Enquanto Sirius acredita que ele seja um adulto, os demais o consideram apenas uma criança. Na sede da Ordem, conhecemos melhor a família Black e Monstro, o elfo doméstico adepto da teoria dos sangue puros. E os sonhos de Harry com Voldemort se tornam cada vez mais frequentes, sendo necessário as aulas de Oclumência com Snape que são verdadeiras torturas para ele. Mas, nenhuma tortura é pior do que ter Umbridge dominando Hogwarts. A única coisa boa dessa estadia da representante do ministério é a criação da Armada Dumbledore e a certeza de que Harry Potter daria um ótimo professor de Defesa contra as artes as trevas. Destaque ainda para o surgimento de Luna Lovegood no filme e dos produtos dos gêmeos Wesley. É nesse filme também que Harry dá o seu primeiro beijo em Cho Chang.
David Yates demonstra o cuidado na direção em cenas interessantes como uma discussão de Minerva McGonagall com Dolores Umbridge, onde as duas se encontram em uma escada e cada degrau que sobem ou descem demonstra quem está ganhando a discussão. Ou na cena da detenção de Harry Potter, quando Umbridge pede que ele comece a escrever e a câmera fica em close no seu rosto, com ar de satisfação. A cena abre e ela ainda em primeiro plano contrasta com a expressão de Harry que tenta esconder a dor. Destaco ainda a cena da expulsão da professora Sibila Trelawney em que ele constrói uma boa movimentação de cena no pátio, dando toda a tensão do momento. Mas, o maior impacto é na apresentação de Bellatrix Lestrange, não apenas pela interpretação assustadora de Helena Bonham Carter, mas pela cena em Azkaban, com os dementadores e Comensais da Morte destruindo as paredes e o grito assombroso dela em uma aérea do local, quase em plongée.
A ação domina a parte final do filme com toda a tensão da Armada Dumbledore contra os Comensais da Morte. Fica claro que eles não dariam nem para o começo, até que chega a Ordem da Fênix para salvá-lo e a luta é verdadeiramente difícil. Interessante ressaltar que, independente da trilha sonora nesse momento, a risada de Belatrix é o que fica em nossos ouvidos. Os golpes rápidos e a movimentação que mais parecem nuvens se dissipando dão um visual bonito à sequência até a chegada de Dumbledore e Voldemort.
Harry Potter e a Ordem da Fênix não é um filme ruim, apenas confuso em algumas junções. Porém, como adaptação deixa muito a desejar, pois não dá a dimensão exata dos acontecimentos naquele ano. Toda a movimentação dos seres mágicos, os personagens e suas missões, tudo é jogado de uma forma muito relapsa. Quem não leu os livros fica mesmo perdido em alguns momentos, principalmente ao acompanhar os acontecimentos dos filmes seguintes.
Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix: 2007 /EUA, Inglaterra)
Direção: David Yates
Roteiro: Michael Goldenberg
Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Mark Williams, Michael Gambon, Brendan Gleeson, Ralph Fiennes, Helena Bonham Carter, Gary Oldman.
Duração: 138 min.
Aqui, o mundo bruxo está dividido. Uns acreditam em Harry Potter e Dumbledore e estão se preparando para os tempos de trevas. Outros acham que o diretor de Hogwarts quer dar um golpe no ministério e o garoto que sobreviveu só quer aparecer ao "inventar" que Voldemort voltou. O jogo é tenso e muitos acabam se ferindo no caminho. A grande dificuldade do filme é narrar essa trajetória principal que fará a história avançar, sem perder de vista a estrutura de mais um ano na vida do protagonista. Em um ano, muita coisa acontece e aqui na tela, parece que passou apenas um mês. O próximo parágrafo possui alguns spoilers, pois falarei de coisas que faltaram ao filme, se quiser pule para o próximo.
As provas no colégio mesmo, quase são esquecidas, assim como a dificuldade de Harry em passar em poções. Detalhe que será importante para o sexto livro. A profecia também não nos é apresentada na íntegra, nem fica claro quem a fez, nem a possibilidade de Neville ser um escolhido. Agora um pequeno detalhe que deveria ser apresentado aqui, é completamente esquecido e cai de paraquedas no sétimo filme, não falo de Dobby (hehe), mas do espelho que Sirius dá à Harry Potter para que se comuniquem em qualquer lugar e que simplesmente surge em sua mão para conversar com o misterioso olho azul que o ajuda na casa dos Malfoy. Outro detalhe é Duda, o primo de Harry que aqui não fica agradecido, nem explica aos pais que o garoto o salvou. É tão estranho no sétimo ver o menino se despedir sem aquele abraço assustado. Como entender, também que Harry não se decepcionou com as atitudes do pai no passado? Tudo bem que o filme nem chega a mostrar a lembrança completa, mas já dá para perceber que Tiago não largava do pé de Snape. E mais uma vez, ficamos sem Quadribol.
Bom, esquecendo o que faltou, vamos analisar o filme em si. David Yates não foi tão feliz cinematograficamente quanto seria no sexto filme, mas já consegue imprimir uma marca interessante à série. Tudo aqui é muito mais sombrio, já começa com os dementadores atacando no parque e depois no túnel da rua dos Alfeneiros, seguido pelo julgamento de Harry. Neste julgamento, conhecemos o ministério da magia e a futura professora Umbridge. É aqui também que temos a primeira impressão de que Dumbledore está evitando Harry Potter. A forma como a câmera se movimenta, demonstrando que o ator Michael Gambon evitar olhar para Daniel Radcliffe a todo custo.
Harry Potter e a Ordem da Fênix nos traz muitas novidades, a começar pela Ordem descrita no título, ativa na época em que Voldemort reinava e que volta a se reunir. É interessante ver a forma como eles tratam Harry. Enquanto Sirius acredita que ele seja um adulto, os demais o consideram apenas uma criança. Na sede da Ordem, conhecemos melhor a família Black e Monstro, o elfo doméstico adepto da teoria dos sangue puros. E os sonhos de Harry com Voldemort se tornam cada vez mais frequentes, sendo necessário as aulas de Oclumência com Snape que são verdadeiras torturas para ele. Mas, nenhuma tortura é pior do que ter Umbridge dominando Hogwarts. A única coisa boa dessa estadia da representante do ministério é a criação da Armada Dumbledore e a certeza de que Harry Potter daria um ótimo professor de Defesa contra as artes as trevas. Destaque ainda para o surgimento de Luna Lovegood no filme e dos produtos dos gêmeos Wesley. É nesse filme também que Harry dá o seu primeiro beijo em Cho Chang.
David Yates demonstra o cuidado na direção em cenas interessantes como uma discussão de Minerva McGonagall com Dolores Umbridge, onde as duas se encontram em uma escada e cada degrau que sobem ou descem demonstra quem está ganhando a discussão. Ou na cena da detenção de Harry Potter, quando Umbridge pede que ele comece a escrever e a câmera fica em close no seu rosto, com ar de satisfação. A cena abre e ela ainda em primeiro plano contrasta com a expressão de Harry que tenta esconder a dor. Destaco ainda a cena da expulsão da professora Sibila Trelawney em que ele constrói uma boa movimentação de cena no pátio, dando toda a tensão do momento. Mas, o maior impacto é na apresentação de Bellatrix Lestrange, não apenas pela interpretação assustadora de Helena Bonham Carter, mas pela cena em Azkaban, com os dementadores e Comensais da Morte destruindo as paredes e o grito assombroso dela em uma aérea do local, quase em plongée.
A ação domina a parte final do filme com toda a tensão da Armada Dumbledore contra os Comensais da Morte. Fica claro que eles não dariam nem para o começo, até que chega a Ordem da Fênix para salvá-lo e a luta é verdadeiramente difícil. Interessante ressaltar que, independente da trilha sonora nesse momento, a risada de Belatrix é o que fica em nossos ouvidos. Os golpes rápidos e a movimentação que mais parecem nuvens se dissipando dão um visual bonito à sequência até a chegada de Dumbledore e Voldemort.
Harry Potter e a Ordem da Fênix não é um filme ruim, apenas confuso em algumas junções. Porém, como adaptação deixa muito a desejar, pois não dá a dimensão exata dos acontecimentos naquele ano. Toda a movimentação dos seres mágicos, os personagens e suas missões, tudo é jogado de uma forma muito relapsa. Quem não leu os livros fica mesmo perdido em alguns momentos, principalmente ao acompanhar os acontecimentos dos filmes seguintes.
Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix: 2007 /EUA, Inglaterra)
Direção: David Yates
Roteiro: Michael Goldenberg
Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Mark Williams, Michael Gambon, Brendan Gleeson, Ralph Fiennes, Helena Bonham Carter, Gary Oldman.
Duração: 138 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Harry Potter e a Ordem da Fênix
2011-07-03T09:03:00-03:00
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