P.S. Eu te amo
Baseado no Best Seller de Cecelia Ahern, P.S. Eu te amo foge do lugar comum ao construir um melodrama sensível. Aqui não vemos o início de um amor, mas a persistência dele após a morte. Tal qual em Ghost, Gerry Kennedy continua ao lado de sua amada Holly, só que aqui não é em espírito, mas através de cartas.
O filme já começa com um bom ritmo e demonstrando a química entre Gerard Butler e Hilary Swank, dois atores atípicos em comédias românticas, mas que aqui dão o tom especial à trama. O prólogo é uma cena comum de casal, mas que consegue, através de diálogos inteligentes, passar toda a vida dos dois. Eles não tem dinheiro suficiente para viver bem, não podem ter um filho, são cobrados pela mãe da garota que não aceita aquela situação, ela não consegue ficar em um trabalho, pois acha tudo chato e ele está tentando um negócio próprio. O ritmo é rápido e a solução previsível, mas essencial para nos mostrar o quanto aqueles dois se amam, são beijos e juras de amor.
O problema é que só temos essa pequena dose e logo depois pulamos para o velório de Gerry, um velório atípico é verdade, mas não conseguimos sentir a dor de Holly, sem a falta do personagem por mais que a sinopse já nos preparasse para isso. Mas, isso não chega a ser um problema grave, já que temos toda a projeção para nos aproximar do amor dos dois e aí sim, nos emocionar com várias passagens. O tema principal do filme, como já disse, não é a morte, mas a presença de Gerry através de suas cartas. São elas que devolvem a vida a Holly, que tinha se entregue à depressão. Elas nos conduzem em um jogo de passado e presente em que o roteiro Steven Rogers e Richard LaGravanese é bastante feliz.
A direção possui sutilezas interessantes em um jogo de revelar aos poucos as cenas. No auge da depressão, Holly está com a casa praticamente destruída pela bagunça, de meia e camiseta, cantando velhos musicais americanos. Ao fundo, a porta se abre e vemos apenas balões de assoprar entrando, para depois revelar a família e amigos em uma comemoração surpresa pelo aniversário da moça. O jogo de câmeras, a situação cênica, tudo é interessante. Pequenos gestos são valorizados e quando a história migra para Irlanda, toda a beleza das paisagens do país são exploradas em um tour especial. Tudo faz sentido, nada é gratuito.
Mas, o forte mesmo de P.S. Eu te amo são as atuações, pois o roteiro fala de pessoas e sentimentos. Sem elas, tudo estaria perdido. O casal principal já citado é muito bem defendido por Gerard Butler e Hilary Swank, além da boa química do casal, Swank consegue construir o sofrimento de Holly sem exageros, nos tornando próxima a ela, aos poucos. Já Butler consegue transformar-se em um adorável romântico, cheio de bom humor. Outro destaque importante é a sempre ótima Kathy Bates, como a mãe de Holly. A sensibilidade da atriz nos envolve e comove em vários momentos. Destaque ainda para a pequena mais charmosa participação de Jeffrey Dean Morgan. E para as amigas de Holly, vividas por Gina Gershon e Lisa Kudrow. Esta em um tom de comédia próximo ao da Phoebe de Friends, sempre com suas perguntas chaves ao conhecer um homem: "É solteiro? É gay? Está trabalhando?"
P.S. Eu te amo é uma história de amor e entrega especial. Claro que existem clichês, como um romance viveria sem clichês? A própria frase "eu te amo" é a coisa mais clichê que existe. Mas, nem sempre isso significa algo ruim. Tudo pode ser transformado em uma trama bem feita. E aqui temos um belo romance, com boas atuações, momentos emocionantes e cenas lindas em cenários românticos. É só preparar o lenço e embarcar na proposta.
P.S. Eu te amo (P.S. I Love You: 2007 /EUA)
Direção: Richard LaGravanese
Roteiro: Steven Rogers e Richard LaGravanese
Com: Hilary Swank, Lisa Kudrow, Gina Gershon, James Marsters, Kathy Bates, Jeffrey Dean Morgan, Gerard Butler.
Duração: 126 min
O filme já começa com um bom ritmo e demonstrando a química entre Gerard Butler e Hilary Swank, dois atores atípicos em comédias românticas, mas que aqui dão o tom especial à trama. O prólogo é uma cena comum de casal, mas que consegue, através de diálogos inteligentes, passar toda a vida dos dois. Eles não tem dinheiro suficiente para viver bem, não podem ter um filho, são cobrados pela mãe da garota que não aceita aquela situação, ela não consegue ficar em um trabalho, pois acha tudo chato e ele está tentando um negócio próprio. O ritmo é rápido e a solução previsível, mas essencial para nos mostrar o quanto aqueles dois se amam, são beijos e juras de amor.
O problema é que só temos essa pequena dose e logo depois pulamos para o velório de Gerry, um velório atípico é verdade, mas não conseguimos sentir a dor de Holly, sem a falta do personagem por mais que a sinopse já nos preparasse para isso. Mas, isso não chega a ser um problema grave, já que temos toda a projeção para nos aproximar do amor dos dois e aí sim, nos emocionar com várias passagens. O tema principal do filme, como já disse, não é a morte, mas a presença de Gerry através de suas cartas. São elas que devolvem a vida a Holly, que tinha se entregue à depressão. Elas nos conduzem em um jogo de passado e presente em que o roteiro Steven Rogers e Richard LaGravanese é bastante feliz.
A direção possui sutilezas interessantes em um jogo de revelar aos poucos as cenas. No auge da depressão, Holly está com a casa praticamente destruída pela bagunça, de meia e camiseta, cantando velhos musicais americanos. Ao fundo, a porta se abre e vemos apenas balões de assoprar entrando, para depois revelar a família e amigos em uma comemoração surpresa pelo aniversário da moça. O jogo de câmeras, a situação cênica, tudo é interessante. Pequenos gestos são valorizados e quando a história migra para Irlanda, toda a beleza das paisagens do país são exploradas em um tour especial. Tudo faz sentido, nada é gratuito.
Mas, o forte mesmo de P.S. Eu te amo são as atuações, pois o roteiro fala de pessoas e sentimentos. Sem elas, tudo estaria perdido. O casal principal já citado é muito bem defendido por Gerard Butler e Hilary Swank, além da boa química do casal, Swank consegue construir o sofrimento de Holly sem exageros, nos tornando próxima a ela, aos poucos. Já Butler consegue transformar-se em um adorável romântico, cheio de bom humor. Outro destaque importante é a sempre ótima Kathy Bates, como a mãe de Holly. A sensibilidade da atriz nos envolve e comove em vários momentos. Destaque ainda para a pequena mais charmosa participação de Jeffrey Dean Morgan. E para as amigas de Holly, vividas por Gina Gershon e Lisa Kudrow. Esta em um tom de comédia próximo ao da Phoebe de Friends, sempre com suas perguntas chaves ao conhecer um homem: "É solteiro? É gay? Está trabalhando?"
P.S. Eu te amo é uma história de amor e entrega especial. Claro que existem clichês, como um romance viveria sem clichês? A própria frase "eu te amo" é a coisa mais clichê que existe. Mas, nem sempre isso significa algo ruim. Tudo pode ser transformado em uma trama bem feita. E aqui temos um belo romance, com boas atuações, momentos emocionantes e cenas lindas em cenários românticos. É só preparar o lenço e embarcar na proposta.
P.S. Eu te amo (P.S. I Love You: 2007 /EUA)
Direção: Richard LaGravanese
Roteiro: Steven Rogers e Richard LaGravanese
Com: Hilary Swank, Lisa Kudrow, Gina Gershon, James Marsters, Kathy Bates, Jeffrey Dean Morgan, Gerard Butler.
Duração: 126 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
P.S. Eu te amo
2011-08-08T08:28:00-03:00
Amanda Aouad
critica|drama|Gerard Butler|Hilary Swank|romance|
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