ATENÇÃO QUE CONTÉM ALGUNS SPOILERS.
De volta para o futuro (1985) - Robert Zemeckis
Não tem como começar uma lista sem citar esse clássico temporal dos anos 80. As viagens de Marty McFly e o Dr. Emmett Brown se tornaram o marco de uma geração. E o mais incrível foi o formato da máquina: um carro Delorean. As confusões temporais que Marty causa ao conhecer sua mãe antes de seu pai e a forma como isso vai desencadeando várias outras mudanças até a arrumação final no terceiro filme é muito bem construída. Daqueles filmes para ver e rever.
A Máquina do Tempo (1960) - George Pal
Outro clássico da ficção científica. George é um cientista cansado com a ignorância do seu tempo. Seu sonho é conhecer civilizações futuras. Em seu laboratório dentro de casa, ele consegue construir uma máquina capaz de fazê-lo viajar no tempo, o problema é que ele avança mais do que deveria e conhece uma civilização longínqua, onde a humanidade involuiu completamente, sendo quase primitivos sem raciocínio. É interessante perceber que a máquina do tempo não se desloca de espaço, ela apenas acelera as coisas ao seu redor, que é o princípio original das viagens, por isso, a criação do Delorean foi algo tão inusitado. A Máquina do Tempo teve um remake em 2002 dirigido por Simon Wells. Bem parecido, ele só acaba pecando na motivação do cientista, que se torna amorosa, já que a noiva de Alexander Hartlegen é assassinada e ele quer mudar isso.
O Exterminador do Futuro (1984) - James Cameron
Mudar o passado para mudar o futuro, essa é a teoria em que se baseia a Saga O Exterminador do Futuro. Um tempo não muito longe onde a humanidade é dominada pelas máquinas, os robôs resolvem enviar um exterminador para eliminar a mãe do futuro líder da resistência humana. O mais interessante na série é que esse movimento é que acaba criando o inimigo. Tudo se desencadeia a partir daí. Apenas com o envio do exterminador, John Connor envia Kyle Reese para ajudar sua mãe, e aí, ele se tornará seu pai. E apenas com os alertas de Kyle Reese, Sarah Connor fica conhecendo o futuro apocalíptico e começa a treinar John para ser o líder que ele é no futuro. Ou seja, é a questão do tempo cíclico que nunca saberemos onde exatamente começou.
Um século em 43 minutos (1979) - Nicholas Meyer
Essa é uma viagem no tempo incrível, onde o escritor H.G. Wells tem que usar seu invento para resgatar o assassino Jack, O Estripador. A história é que quando o escritor vai apresentar a máquina do tempo que criou para um grupo seleto, a polícia invade o local procurando o criminoso. Logo ele percebe que Jack havia usado seu invento para fugir e vai em busca dele em um futuro distante. Com humor, Meyer nos apresenta uma história sobre adaptação dos dois homens a um novo tempo e a forma como cada um vê o que, para nós, é o presente.
Nem Sansão nem Dalila (1954) - Carlos Manga
Uma sátira brasileira ao autoritarismo, estrelada por Oscarito que interpreta o barbeiro Horácio. Ele e o amigo Hélio fogem em um jipe de um cliente que ele deixou careca quando por aquelas coincidências do destino cai em uma máquina do tempo no momento exato em que o cientista Incognutus a testava. Os três, junto com o jipe, vão parar no Reino de Gaza, antes de Cristo, onde conhecerão o herói bíblico Sansão. Horácio rouba a peruca do herói e se torna um ditador local.
Os Doze Macacos (1995) - Terry Gilliam
Inspirado no filme francês La jetée, conta a história de um mundo pós-apocalíptico, onde Bruce Willis é enviado por cientista para o século XX a fim de descobrir um antídoto para o vírus que dizimou boa parte da humanidade que hoje vive nos subsolos. No passado, ele acaba sendo confundindo com um louco e conhece no hospício dois personagens essenciais para sua trajetória futura: a psiquiatra Kathryn Railly, vivia por Madeleine Stowe, e Jeffrey Goines, vivido por Brad Pitt. O mais interessante é a forma como a história se fecha a partir das lembranças de infância de James Cole, mostrando mais uma vez um tempo cíclico.
A Máquina (2006) - João Falcão
Essa é uma história de amor. O personagem Antônio é capaz de qualquer coisa por sua amada Karina, mas a moça não aguenta mais viver em Nordestina, lugar esquecido pelo mundo. É quando Antônio tem a idéia de levar o mundo para Nordestina através de um desafio louco. Ele ficará na frente de uma máquina e conseguirá viajar no tempo. É interessante que apesar do nome, não há uma máquina do tempo no filme, Antônio viaja com o poder do pensamento e retorna no mesmo instante em que saiu, como se nunca tivesse viajado, o que faz com que ninguém acredite em sua viagem da mesma forma como aconteceu com Jodie Foster no filme Contato, a diferença é que ali ela viajou no espaço e a dilatação temporal causou o problema.
Em algum lugar do passado (1980) - Jeannot Szwarc
Uma das histórias de amor mais belas do cinema, o personagem de Christopher Reeve consegue encontrar o amor de sua vida através de um relógio e um retrato. Uma espécie de indução psíquica que liga dois jovens de décadas diferentes de uma forma inexplicável. Aqui não é a vontade de mudar algo, ou mesmo a insatisfação com uma época que leva personagens a querer viajar no tempo, mas a distância temporal de um amor verdadeiro.
Meia Noite em Paris (2011) - Woody Allen
Um roteirista de cinema que sonha em ser escritor e tem certeza que nasceu no século errado. Gil é o típico sonhador que encontra em Paris o cenário perfeito para suas realizações pessoais e profissionais. De uma maneira mágica quando dá meia-noite, ele consegue viajar para a época da efervescência cultural que sempre sonhou. É muito interessante a forma como Woody Allen brinca com seus próprios ídolos e nos conduz nessa jornada inesquecível, mas no final nos mostra que essa insatisfação com o tempo presente é algo intrínseco do ser humano e que a solução não é viajar no tempo, mas aceitar a sua própria época aproveitando o máximo que ela pode nos dar.
La jetée (1962)- Chris Marker
Filme que inspirou Os Doze Macacos, mostra o mundo pós-apocalíptico e experiências científicas com cobaias humanas que ainda tem a capacidade de sonhar. O protagonista, através de induções químicas consegue viajar para tempos passados onde investiga como era a humanidade. Nessa viagem acaba se apaixonando por uma mulher e gerando o tempo cíclico que apresenta no início do filme. O mais interessante do filme de Marker é que é todo feito com fotografias estáticas e a narração em voz over.
Duas vidas (2000) - Jon Turteltaub
Estrelado por Bruce Willis é uma das viagens mais enigmáticas do cinema, afinal como o pequeno Rusty consegue chegar ali e conviver com seu eu adulto é um mistério. Sem falar do terceiro eu dos dois personagens que vagueia de avião pelo céu. É uma bela história de resgate da essência de uma pessoa em uma bela fábula temporal.
Efeito Borboleta (2004) - Eric Bress, J. Mackye Gruber
Aqui a viagem temporal não é mais corpórea. Apenas a mente do personagem viaja no tempo. Evan na primeira parte do filme tem apagões estranhos que preocupam sua mãe. Como tratamento para o cérebro, ele começa a escrever diários com tudo que lhe acontece. Mas, é exatamente através desses escritos que ele irá começar a viajar no tempo tentando mudar um fato ruim que acontece, o problema é que a cada viagem ele apenas piora a situação. E os apagões na verdade era a mente futura de Evan voltando para mexer em algo tornando mais uma vez o tempo cíclico.
De repente 30 (2004) - Gary Winick
Aqui a personagem Jenna Rink (Jennifer Garner / Christa B. Allen) está cansada de sua vida adolescente e deseja crescer logo. Por algum motivo, o destino atende seu pedido e ela se vê com trinta anos. O problema é que sua mente continua da garota de 13 anos. É como se ela pudesse visualizar seu futuro dentro do próprio corpo e assim, vai puder mudar muita coisa.
Click (2006) - Frank Coraci
Aqui não há exatamente uma viagem no tempo, o personagem de Adam Sandler ganha um controle remoto especial, onde pode acelerar, pausar e pular partes de sua vida, a princípio de forma controlada, depois seguindo um padrão. Resultado, ele não vive quase nada construindo uma vida superficial e longe daqueles que ama. No final, o rapaz tem uma segunda chance, voltando no ponto exato onde ganhou o artefato mágico. E como sua consciência permanece, ele pode fazer diferente.
Feitiço do Tempo (1993) - Harold Ramis
Aqui também não há uma viagem no tempo. Na verdade, o personagem de Bill Murray fica preso em um mesmo dia, o Dia da Marmota em uma cidadezinha. De tanto repetir aquele dia, ele acaba aprendendo a ser uma pessoa melhor e conquistar a mulher de sua vida. Mais um clássico da Sessão da Tarde.
A casa do lago (2006) - Alejandro Agresti
Aqui, a única coisa que viaja no tempo são as cartas que os personagens de Sandra Bullock e Keanu Reeves trocam. Separados por dois anos na linha temporal, por algum motivo milagroso, eles moram na mesma casa do lago do título e conseguem se corresponder como se estivessem em tempo presente. É uma sensível e interessante história de amor separada pelo tempo.