Grandes Cenas: Bonequinha de Luxo
Bonequinha de Luxo está fazendo 50 anos. Entre comemorações, lançamento de Blu-Ray e homenagens, resolvi escolher uma cena desse filme imortalizado por Audrey Hepburn, nossa eterna cinderela do cinema. Confesso que foi difícil escolher uma cena desse filme. As minhas preferidas, na verdade, são a última cena entre chuva, gatos e juras de amor. Além da cena símbolo dela sentada na sacada cantando o tema do filme, Moon River. Agora, a cena mais marcante e que melhor simboliza o filme é mesmo a cena de abertura, ela resume não apenas o título original do filme: Breakfast at Tiffany's, como todos os anseios da personagem Holly Golightly. Uma verdadeira apresentação de personagem e argumento a ser desenvolvido.
Com Moon River em versão instrumental de fundo, vemos a Wall Street completamente vazia no amanhecer de Nova York. Um táxi se aproxima, e de lá salta uma mulher muito bem vestida repleta de jóias, salto alto, cabelo penteado em coque e um saquinho de papel na mão. A câmera em movimento panorâmico acompanha ela saltando do carro e admirando a fachada da famosa loja de jóias, a Tiffany´s. Olhando a vitrine, Holly Golightly tira do saquinho um café e um pão. Não precisa dizer muita coisa, a câmera de baixo para cima contemplando a fachada reforça o fascínio da personagem por aquela loja e por aquele mundo que esta representa.
Quem acordaria tão cedo, se vestiria como uma princesa para tomar café em pé olhando para a vitrine de uma loja? Holly Golightly fica um bom tempo parada ali, contemplando um mundo que não é o dela. O reflexo de seu rosto no vidro demonstra o fascínio. A forma como Blake Edwards escolhe para refletir também os prédios por trás dela, reforçam a mistura dela com o tom frio da cidade, ela é apenas um ponto insignificante naquele cenário. Ela anda circulando por outros pontos da vitrine da loja, sempre comendo e bebendo seu café. A câmera, então, traz um contra-plano agora, as jóias são reflexos no vidro que foca principalmente Holly degustando seu desjejum, os imensos óculos escuros escondem seu rosto, mas não sua expressão, que, com um gesto de cabeça, a torna mais fascinante para o público.
A câmera se afasta novamente, vê Holly de longe, andando, virando a esquina, jogando o papel e copo na lata de lixo e se perdendo no horizonte. Sempre com a música nos envolvendo no clima da cena. É apenas a apresentação do filme, mas ali já está tudo. Holly Golightly, a garota ingênua do interior que foge de um casamento indesejado com o sonho de ser atriz. Em Nova York, só encontra apoio em um mafioso preso que a transforma em prostituta de luxo. Esse momento, ao amanhecer, quando toma seu café em frente à loja Tiffany´s é o único momento de seu dia em que ela ainda se permite sonhar. Pelo menos até conhecer o escritor Paul Varjak. Fora o fato de que é extremamente simbólico ela com seu modesto desjejum em pé em uma loja de luxo vestida em seu melhor traje e cheia de jóias.
Vale ressaltar ainda a letra de Moon River, que foi feita sob encomenda para esta personagem.
Com Moon River em versão instrumental de fundo, vemos a Wall Street completamente vazia no amanhecer de Nova York. Um táxi se aproxima, e de lá salta uma mulher muito bem vestida repleta de jóias, salto alto, cabelo penteado em coque e um saquinho de papel na mão. A câmera em movimento panorâmico acompanha ela saltando do carro e admirando a fachada da famosa loja de jóias, a Tiffany´s. Olhando a vitrine, Holly Golightly tira do saquinho um café e um pão. Não precisa dizer muita coisa, a câmera de baixo para cima contemplando a fachada reforça o fascínio da personagem por aquela loja e por aquele mundo que esta representa.
Quem acordaria tão cedo, se vestiria como uma princesa para tomar café em pé olhando para a vitrine de uma loja? Holly Golightly fica um bom tempo parada ali, contemplando um mundo que não é o dela. O reflexo de seu rosto no vidro demonstra o fascínio. A forma como Blake Edwards escolhe para refletir também os prédios por trás dela, reforçam a mistura dela com o tom frio da cidade, ela é apenas um ponto insignificante naquele cenário. Ela anda circulando por outros pontos da vitrine da loja, sempre comendo e bebendo seu café. A câmera, então, traz um contra-plano agora, as jóias são reflexos no vidro que foca principalmente Holly degustando seu desjejum, os imensos óculos escuros escondem seu rosto, mas não sua expressão, que, com um gesto de cabeça, a torna mais fascinante para o público.
A câmera se afasta novamente, vê Holly de longe, andando, virando a esquina, jogando o papel e copo na lata de lixo e se perdendo no horizonte. Sempre com a música nos envolvendo no clima da cena. É apenas a apresentação do filme, mas ali já está tudo. Holly Golightly, a garota ingênua do interior que foge de um casamento indesejado com o sonho de ser atriz. Em Nova York, só encontra apoio em um mafioso preso que a transforma em prostituta de luxo. Esse momento, ao amanhecer, quando toma seu café em frente à loja Tiffany´s é o único momento de seu dia em que ela ainda se permite sonhar. Pelo menos até conhecer o escritor Paul Varjak. Fora o fato de que é extremamente simbólico ela com seu modesto desjejum em pé em uma loja de luxo vestida em seu melhor traje e cheia de jóias.
Vale ressaltar ainda a letra de Moon River, que foi feita sob encomenda para esta personagem.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Grandes Cenas: Bonequinha de Luxo
2011-09-20T08:15:00-03:00
Amanda Aouad
Audrey Hepburn|classicos|drama|grandes cenas|livro|
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